domingo, dezembro 30, 2007
Caderno de filosofia 11º ano
"É terrível o destino das cartas. Mandámo-las assim, soltas de nós, como se fossem asas vivas e jamais as vemos regressar: perdemo-las para sempre. O acto de escrever representa o desepero, a impotência atroz de não podermos acompanhar a ponte que as palavras tecem."
Autor desconhecido, caderno de filosofia 11º ano
Não lembro a circunstância em que li estas palavras, tãopouco a razão pela qual as registei na capa de um caderno, contudo, hoje, talvez como então continuam a fazer sentido para mim. Soltar palavras pelo mundo em forma de carta ou de simples post-its amarelos que forram estórias passadas como as folhas de um outono brilhante, rosado e ainda quente, é um exercício de vida que nada tem de artístico ou memorável. É apenas um libertar de excessos de uma mente que corre, corre, na esperança de alcançar o derradeiro descanso.
As palavras que dei, foram muitas vezes as linhas onde me cosi, o cabo guia que me trás de volta. E, por vezes, quando anos depois voltam ás minhas mãos enrugadas, rasgatas, esbatidas pelo passar do tempo, trazem com elas outras palavras, novas memórias, sentimentos diferentes que me permitem reconhecer.
Enquanto se vai enterrando o ano que finda, e cada pá de terra se contabiliza os sucessos, as derrotas, as conquistas, as pessoas que entraram, os rostos que partiram, vem-me á boca o sabor bom de ter vivido, de ter sobrevivido, de ter crescido em mim.
Para o novo ano ambiciono reencontrar palavras e mãos que as escrevam e que me façam ao final de outro ano, saborear uma fatia mais deste bolo de gosto duvidoso que é a minha vida.
Autor desconhecido, caderno de filosofia 11º ano
Não lembro a circunstância em que li estas palavras, tãopouco a razão pela qual as registei na capa de um caderno, contudo, hoje, talvez como então continuam a fazer sentido para mim. Soltar palavras pelo mundo em forma de carta ou de simples post-its amarelos que forram estórias passadas como as folhas de um outono brilhante, rosado e ainda quente, é um exercício de vida que nada tem de artístico ou memorável. É apenas um libertar de excessos de uma mente que corre, corre, na esperança de alcançar o derradeiro descanso.
As palavras que dei, foram muitas vezes as linhas onde me cosi, o cabo guia que me trás de volta. E, por vezes, quando anos depois voltam ás minhas mãos enrugadas, rasgatas, esbatidas pelo passar do tempo, trazem com elas outras palavras, novas memórias, sentimentos diferentes que me permitem reconhecer.
Enquanto se vai enterrando o ano que finda, e cada pá de terra se contabiliza os sucessos, as derrotas, as conquistas, as pessoas que entraram, os rostos que partiram, vem-me á boca o sabor bom de ter vivido, de ter sobrevivido, de ter crescido em mim.
Para o novo ano ambiciono reencontrar palavras e mãos que as escrevam e que me façam ao final de outro ano, saborear uma fatia mais deste bolo de gosto duvidoso que é a minha vida.
sexta-feira, dezembro 28, 2007
Lisboa 3:49
Queria saber o que te dizer, mas nem sei se me virás visitar e incomóda-me este desejo que tenho que o faças, quando tudo em ti se deve centrar naquilo que mais amas e em ti mesmo. Queria dar-te palavras cheias de coragem que te arrancassem um sorriso e servissem para descansares o peito que te dói.
Não as sei escrever. Falta-me a coragem para as pronunciar e em verdade, penso que talvez nem façam sentido. Mas hoje, nos últimos dias frios vestidos de um vento que sopra detrás dos montes, apazigua-me a ideia que a lua que vês ser a mesma , que as estrelas que te acompanham são aquelas que aos meus ollhos te trazem um pouco mais perto.
Queria dar-te um abraço. Um daqueles que não se esgotam na materialidade do corpo, que te aquecesse e te ajudasse a dormir.Queria ter a cura dessa dor. Queria poder trocar contigo de vida por instantes que fosse.
Talvez seja puro egoísmo da minha parte desejar que saibas que o meu coração e as minhas orações estão convosco, mas gostaria que o soubesses e que ao menos a certeza de que longe alguém te quer muito e pensa em ti neste momento difícil, te fizessem sentir um pouco melhor.
Que a paz esteja convosco os 3, meu doce e querido amigo.
Não as sei escrever. Falta-me a coragem para as pronunciar e em verdade, penso que talvez nem façam sentido. Mas hoje, nos últimos dias frios vestidos de um vento que sopra detrás dos montes, apazigua-me a ideia que a lua que vês ser a mesma , que as estrelas que te acompanham são aquelas que aos meus ollhos te trazem um pouco mais perto.
Queria dar-te um abraço. Um daqueles que não se esgotam na materialidade do corpo, que te aquecesse e te ajudasse a dormir.Queria ter a cura dessa dor. Queria poder trocar contigo de vida por instantes que fosse.
Talvez seja puro egoísmo da minha parte desejar que saibas que o meu coração e as minhas orações estão convosco, mas gostaria que o soubesses e que ao menos a certeza de que longe alguém te quer muito e pensa em ti neste momento difícil, te fizessem sentir um pouco melhor.
Que a paz esteja convosco os 3, meu doce e querido amigo.
sexta-feira, dezembro 21, 2007
Katie Melua - Have yourself a merry little Christmas
Do fundo de um coração que abarrata de sentimentos, desejo a todos os que de algum modo fazem parte daquilo que sou hoje (no qual se incluem todos vocês amigos incorpóreos), aos presentes e aos que embora presentes em mim se tornaram ausentes, desejo um Feliz Natal, com paz, tranquilidade, amor, abraços, carinho, calor e clarividência.
terça-feira, dezembro 18, 2007
segunda-feira, dezembro 17, 2007
domingo, dezembro 16, 2007
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Fim do stress hidríco
Hoje senti que todas as palavras que proferi, escrevi, ou publiquei formam uma espécie de cabo que vai prendendo outras vidas e histórias em mim. Umas passaram por momentos fugazes outras que passaram a fazer parte daquilo que constitui o meu colectivo eu. . Algumas que se perderam sem sentido.
Como qualquer cabo carregado em excesso parte, e os “penduras” se espalham pelo chão vejo-me agora sentada, tranquila e serena, no meu silêncio, a escolher as histórias e personagens que devem ficar para além de mim.
Assim, o silêncio consciente assemelha-se a uma tesoura de poda, que tem que executar uma monda em verde, para que , pela diminuição do excesso de palavras e pessoas, fique um sumo mais concentrado e uma película mais rosada que se possa produzir outros vinhos tão diferentes.
Como qualquer cabo carregado em excesso parte, e os “penduras” se espalham pelo chão vejo-me agora sentada, tranquila e serena, no meu silêncio, a escolher as histórias e personagens que devem ficar para além de mim.
Assim, o silêncio consciente assemelha-se a uma tesoura de poda, que tem que executar uma monda em verde, para que , pela diminuição do excesso de palavras e pessoas, fique um sumo mais concentrado e uma película mais rosada que se possa produzir outros vinhos tão diferentes.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Apeadeiro do sono...
A vida deve construir-se sobre definições e significados e não sobre exercícios de figuras de estilo.
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Lar
Finalmente o coração vai ficando sem palavras gastas e tristes ,de coisas que ficaram por dizer. Os olhos estão a limpar a casa e ganharam espaço para novos sorrisos. A cabeça vai-se arrumado por ordem cronológica e de relevância, e no meio desta reabilitação urbana vai-se relativizando todo um conjunto de situações futuras. É um processo demorado e lento de reconstrução da casa, desde o revolver das terras inundadas, ao fundear de novos pilares de um novo lar.
De vez em quando a empreitada sofre um revés. Uma brisa mais zangada, uma chuva mais intensa abala as estruturas.
Em vez de ficar ali a torcer de medo que a obra desabe antes mesmo de estar concluída, procuram-se outras mãos que ajudem a trabalhar. Uns a troco de nada, outros a troco de uma refeição quente e de uma bebida doce. Alguns porque é suposto. Alguns por excesso de voluntarismo.
A casa vai ficando cada vez mais bonita, mais improvisada, mas mais colorida. Ainda não tem cadeiras para descansar as pernas. Ainda não tem cama para limpar a poeira dos detalhes dos dias. Não tem tapetes para esconder o que não se quer aceitar.
Mas tem um quadro. Uma bela pintura que se refaz todos os dias para nos surpreender.
Devagar, devagarinho vai crescendo em nós, nos rabiscos do projecto que vou escrevendo, nos retalhos de tecidos iluminados que vou colando.
A vista da janela grande da pequena sala tem o Chiado, o Castelo, o Rio, o Bairro, a música, os carros, os turistas, os pedintes, a luz…e tudo o que os nossos olhos desimpedidos conseguirem abarcar.
De vez em quando a empreitada sofre um revés. Uma brisa mais zangada, uma chuva mais intensa abala as estruturas.
Em vez de ficar ali a torcer de medo que a obra desabe antes mesmo de estar concluída, procuram-se outras mãos que ajudem a trabalhar. Uns a troco de nada, outros a troco de uma refeição quente e de uma bebida doce. Alguns porque é suposto. Alguns por excesso de voluntarismo.
A casa vai ficando cada vez mais bonita, mais improvisada, mas mais colorida. Ainda não tem cadeiras para descansar as pernas. Ainda não tem cama para limpar a poeira dos detalhes dos dias. Não tem tapetes para esconder o que não se quer aceitar.
Mas tem um quadro. Uma bela pintura que se refaz todos os dias para nos surpreender.
Devagar, devagarinho vai crescendo em nós, nos rabiscos do projecto que vou escrevendo, nos retalhos de tecidos iluminados que vou colando.
A vista da janela grande da pequena sala tem o Chiado, o Castelo, o Rio, o Bairro, a música, os carros, os turistas, os pedintes, a luz…e tudo o que os nossos olhos desimpedidos conseguirem abarcar.
Um dia depois do amanhã....
Tens o meu abraço. Sabes que sim. Sabes que ainda que longe pelos muros que a vida impõe. Eu conheço-te. Eu reconheço-te. Eu descubro-te todos os dias um pouquinho mais.
No silêncio dás-me prendas. Aqueces-me as mãos frias. Envolves-me o peito que corre a passos curtos pela cidade á procura do lugar mudo.
Sabes que choro, que rio, que desafino, que faço o pino, que ralho, que me zango, que não entendo, que não quero entender. Que não sou boazinha. Que sou feia. Que sou linda.
Podes ser mau, ofegante, prepotente, distante, falso, comunista, bloquista, benfiquista, extremista, sedutor, amante, amigo, professor, estranho. Podes nem aparecer só para dares um ar da tua graça.
Já me viste de todos os ângulos mas não viste os ângulos todos.
Sabes que tricóto a minha manta com fios de paciência e perseverança todos os dias antes de dormir.
Um dia essa manta vai aquecer-nos numa noite fria mas inundada de luz e estrelas.
Tu sabes que eu sei.
No silêncio dás-me prendas. Aqueces-me as mãos frias. Envolves-me o peito que corre a passos curtos pela cidade á procura do lugar mudo.
Sabes que choro, que rio, que desafino, que faço o pino, que ralho, que me zango, que não entendo, que não quero entender. Que não sou boazinha. Que sou feia. Que sou linda.
Podes ser mau, ofegante, prepotente, distante, falso, comunista, bloquista, benfiquista, extremista, sedutor, amante, amigo, professor, estranho. Podes nem aparecer só para dares um ar da tua graça.
Já me viste de todos os ângulos mas não viste os ângulos todos.
Sabes que tricóto a minha manta com fios de paciência e perseverança todos os dias antes de dormir.
Um dia essa manta vai aquecer-nos numa noite fria mas inundada de luz e estrelas.
Tu sabes que eu sei.
terça-feira, dezembro 11, 2007
A melhor mensagem dos ultimos tempos...
"...sabes, as dores que nos revoltam ensinam-nos a encarar a serenidade como um bem necessário mesmo q por dentro ardas violentamente.Não anseies pelo q foste deseja o que és e vais ser.Dá um sorriso à tua vida e vais receber uma gargalhada.Leva-te ao extremo se precisares mas sem nunca te extremares."
Explica-me como se tivesse 5 anos e fosse uma pirosa....
TER OU NÃO TER NAMORADO? EIS A QUESTÃO
"Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrimas, nuvens, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado, namorado mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira; basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim não tem nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria e drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinicius de Moares ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; da ânsia enorme de viajar para a Escócia de avião ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não descobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show de Milton Nascimento, bosques, ruas de sonho ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu amado ser paquerado.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com as margaridas ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. "
Carlos Drummond de Andrade
"Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrimas, nuvens, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado, namorado mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira; basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim não tem nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria e drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinicius de Moares ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; da ânsia enorme de viajar para a Escócia de avião ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não descobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show de Milton Nascimento, bosques, ruas de sonho ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu amado ser paquerado.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com as margaridas ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. "
Carlos Drummond de Andrade
Risos e sorrisos
"Não há cosmético mais eficiente para manter a beleza feminina do que a felicidade."
MILLÔR FERNANDES
MILLÔR FERNANDES
sábado, dezembro 08, 2007
Serendipity...again
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Drummond de Andrade
"O que se passa na cama
é segredo de quem ama.
É segredo de quem ama
não conhecer pela rama
gozo que seja profundo,
elaborado na terra
e tão fora deste mundo
que o corpo,
encontrando o corpo
e por ele navegando,
atinge a paz de outro horto,
noutro mundo:
paz de morto,
nirvana, sono do pênis.
Ai, cama canção de cuna,
dorme, menina, nanana,
dorme onça suçuarana,
dorme cândida vagina,
dorme a última sirena~
a penúltima… O pênis
dorme,
puma, americana
fera exausta.
Dorme, fulva
grinalda de tua vulva.
E silenciem os que amam,
entre lençol e cortina
ainda úmidos de sêmen,
estes segredos de cama.
é segredo de quem ama.
É segredo de quem ama
não conhecer pela rama
gozo que seja profundo,
elaborado na terra
e tão fora deste mundo
que o corpo,
encontrando o corpo
e por ele navegando,
atinge a paz de outro horto,
noutro mundo:
paz de morto,
nirvana, sono do pênis.
Ai, cama canção de cuna,
dorme, menina, nanana,
dorme onça suçuarana,
dorme cândida vagina,
dorme a última sirena~
a penúltima… O pênis
dorme,
puma, americana
fera exausta.
Dorme, fulva
grinalda de tua vulva.
E silenciem os que amam,
entre lençol e cortina
ainda úmidos de sêmen,
estes segredos de cama.
Valeu o sorriso
"Escrevo um poema no teu corpo
Escrevo-o com palavras mãos
Soletrando as palavras
Desejo lascívia
Carícia e prazer
Não vou pontuar o meu poema
Nada de virgulas
Pontos finais
Mudanças de parágrafo
Não quero pausas
No meu poema corpo
Escrevo-o sem parar
Sem respirar
De cima para baixo
Subvertendo a palavra crescendo
Risco cravo o poema
No teu corpo página
Até ficares preenchida
Coberta repleta
De traços riscos e letras
Até só haver espaço
Para a palavra orgasmo
E não faltar escrever
Senão a palavra
Fim"
Nuno Júdice
Escrevo-o com palavras mãos
Soletrando as palavras
Desejo lascívia
Carícia e prazer
Não vou pontuar o meu poema
Nada de virgulas
Pontos finais
Mudanças de parágrafo
Não quero pausas
No meu poema corpo
Escrevo-o sem parar
Sem respirar
De cima para baixo
Subvertendo a palavra crescendo
Risco cravo o poema
No teu corpo página
Até ficares preenchida
Coberta repleta
De traços riscos e letras
Até só haver espaço
Para a palavra orgasmo
E não faltar escrever
Senão a palavra
Fim"
Nuno Júdice
é isso ai...
Alguns de vós poderão achar que esta miuda não sabe o que quer...tanto parte, como regressa...não dá para contar com ela. Outros rirão e reclamaram "eu bem te avisei que não conseguirias deixar o blog."
A verdade, pura e dura é que neste rascunho de personalidade virtual, está muito daquilo que sou, do que vivi, das ilusões, das desilusões, dos acordares difíceis e sem energia, dos olhos rasos de tempo, das mãos cheias de vida, dos abraços cegos e justos...
Amo com a desfaçatez com que rio e choro, tantas vezes por ai...Juro sempre que será a ultima vez...ainda bem que não consigo cumprir...
Assim, vou gastando vida por aqui e aprendendo...
Aceitam-se lições...
A verdade, pura e dura é que neste rascunho de personalidade virtual, está muito daquilo que sou, do que vivi, das ilusões, das desilusões, dos acordares difíceis e sem energia, dos olhos rasos de tempo, das mãos cheias de vida, dos abraços cegos e justos...
Amo com a desfaçatez com que rio e choro, tantas vezes por ai...Juro sempre que será a ultima vez...ainda bem que não consigo cumprir...
Assim, vou gastando vida por aqui e aprendendo...
Aceitam-se lições...
Sonoridades emocionais...
Sempre gostei de Waterboys e "The whole of the moon" sempre me transmitiu uma vibração única que me levava a rodopiar sobre mim, entre risos solitários e olhares trancados numa sensação só minha.
Lembro de dançar essa música em tantos momentos únicos e marcantes, onde talvez o nº1 do top pertença a uma noite quente de verão na pista do Seagull, em que toda eu, por fora e por dentro me senti a rainha da noite, braço dado com um poeta desbocado que arrancava as estrelas em forma de palavra para as depositar ao colo do meu ouvido.
Quis a tão curiosa e corriqueira ironia do destino que essa letra fosse pintada de outras cores e mais estrelas que anos depois me foram sussorradas a título de confidência e gargalhada privada.
Ontem, na pista onde me possuo e liberto, onde me acabo e começo em mim, só para mim, onde me dou em tudo o que de mais perfeito possuo, essa música encetou um desafio comigo.
Paralisou-me as pernas, assaltou-me a memória e feriu-me de saudade.
Tomada de surpresa, demorei a reagir, num diálogo intenso, cruel e brutal comigo mesma, mas ganho numa batalha justa.
A alma lutou com o coração e ganhou. Não deixarei que a lembrança de um ser muito especial se transforme em fusil e me atinja ao soar de cada nota desta toada.
O buraco da lua dele, não será cova da minha dança.
Fechei os olhos, sorvi a dor, convidei o orgulho e de sorriso rasgado dancei, rodopiei , saltei e devolvi o olhar com esperança e tranquilidade, a cada rosto que se cruzou.
I saw the whole of the moon, e dancei na sua luz.E um novo motivo para dançar essa musica cheia de forças nasceu: EU
Lembro de dançar essa música em tantos momentos únicos e marcantes, onde talvez o nº1 do top pertença a uma noite quente de verão na pista do Seagull, em que toda eu, por fora e por dentro me senti a rainha da noite, braço dado com um poeta desbocado que arrancava as estrelas em forma de palavra para as depositar ao colo do meu ouvido.
Quis a tão curiosa e corriqueira ironia do destino que essa letra fosse pintada de outras cores e mais estrelas que anos depois me foram sussorradas a título de confidência e gargalhada privada.
Ontem, na pista onde me possuo e liberto, onde me acabo e começo em mim, só para mim, onde me dou em tudo o que de mais perfeito possuo, essa música encetou um desafio comigo.
Paralisou-me as pernas, assaltou-me a memória e feriu-me de saudade.
Tomada de surpresa, demorei a reagir, num diálogo intenso, cruel e brutal comigo mesma, mas ganho numa batalha justa.
A alma lutou com o coração e ganhou. Não deixarei que a lembrança de um ser muito especial se transforme em fusil e me atinja ao soar de cada nota desta toada.
O buraco da lua dele, não será cova da minha dança.
Fechei os olhos, sorvi a dor, convidei o orgulho e de sorriso rasgado dancei, rodopiei , saltei e devolvi o olhar com esperança e tranquilidade, a cada rosto que se cruzou.
I saw the whole of the moon, e dancei na sua luz.E um novo motivo para dançar essa musica cheia de forças nasceu: EU
sexta-feira, outubro 19, 2007
O cromo da semana
O cromo da semana
Apesar do habitual sentido atribuido à expressão, na realidade ela para mim tem um outro significado. Rotula um conjunto de personagens que de algum modo me passam pela vida e em pequenos lapsos de tempo participam daquilo que sou ou do que me tento tornar, brilhando pelas suas diferenças, pelas palavras mordazes ou pelo simples facto de me fazerem rir...
O cromo desta semana é o G.P, que ganha este título pela sua capacidade de me ajudar a relativar e me roubar, a custo, alguns sorrisos sinceros.
Cruzamos-nos por motivos pouco simpáticos há cerca de 1 ano e meio e a contragosto de ambas as partes ficamos profundamente ligados. De vítima da minha ironia e pouca capacidade de confiar tornou-se de início o mais ingrato confidente de um rol de segredos que não raras vezes o fazem corar de vergonha, outras rir e em algumas alturas ficar á beira de verter uma lágrima. Devagarinho, muito devagarinho foi aprendendo a aceitar as minhas características pouco comuns, os meus gostos incorrectos e a minha mania de absorver realidades que tantas vezes não passam de distorções do meu sentir.
Partilhamos por motivos distintos uma fixação por motos que nos coloca em vias opostas da estrada mas que sempre nos conduz a algumas gargalhadas valentes.
O GP mecânico diz ao contrário dos comuns toda a verdade, não aldraba no preço das coisas e, meio sem querer acaba a dar umas borlas...que se agradecem mas não se aceitam, porque se a esmola é grande o santo desconfia..
Gosto dos nossos encontros imediatos de terceiro grau, separados pelo espaço que não nos deixa abraçar e nem a medo encostar.
Esta semana descobri que ao contrário do que lhe é permitido, gosta de mim. Genuinamente conhece-me, não me entende, perde-se pela minha vida, questiona-se, mas sempre, mas sempre aceita...
Um dia, fica combinado estaremos ambos do mesmo lado da estrada, num passeio de puro prazer partilhado. Iremos fazer uma corrida sem batota e no fim, sentaremos os dois a beber um belo copo de vinho ao final de uma conversa, com mãos, private jokes, e muitos abraços por cobrar.
Hoje, pela tentativa esforçada de devolver algum humor deixo-lhe algo mais que, sem saber, partilhamos...e pela boca...morre o PEIXE.
Apesar do habitual sentido atribuido à expressão, na realidade ela para mim tem um outro significado. Rotula um conjunto de personagens que de algum modo me passam pela vida e em pequenos lapsos de tempo participam daquilo que sou ou do que me tento tornar, brilhando pelas suas diferenças, pelas palavras mordazes ou pelo simples facto de me fazerem rir...
O cromo desta semana é o G.P, que ganha este título pela sua capacidade de me ajudar a relativar e me roubar, a custo, alguns sorrisos sinceros.
Cruzamos-nos por motivos pouco simpáticos há cerca de 1 ano e meio e a contragosto de ambas as partes ficamos profundamente ligados. De vítima da minha ironia e pouca capacidade de confiar tornou-se de início o mais ingrato confidente de um rol de segredos que não raras vezes o fazem corar de vergonha, outras rir e em algumas alturas ficar á beira de verter uma lágrima. Devagarinho, muito devagarinho foi aprendendo a aceitar as minhas características pouco comuns, os meus gostos incorrectos e a minha mania de absorver realidades que tantas vezes não passam de distorções do meu sentir.
Partilhamos por motivos distintos uma fixação por motos que nos coloca em vias opostas da estrada mas que sempre nos conduz a algumas gargalhadas valentes.
O GP mecânico diz ao contrário dos comuns toda a verdade, não aldraba no preço das coisas e, meio sem querer acaba a dar umas borlas...que se agradecem mas não se aceitam, porque se a esmola é grande o santo desconfia..
Gosto dos nossos encontros imediatos de terceiro grau, separados pelo espaço que não nos deixa abraçar e nem a medo encostar.
Esta semana descobri que ao contrário do que lhe é permitido, gosta de mim. Genuinamente conhece-me, não me entende, perde-se pela minha vida, questiona-se, mas sempre, mas sempre aceita...
Um dia, fica combinado estaremos ambos do mesmo lado da estrada, num passeio de puro prazer partilhado. Iremos fazer uma corrida sem batota e no fim, sentaremos os dois a beber um belo copo de vinho ao final de uma conversa, com mãos, private jokes, e muitos abraços por cobrar.
Hoje, pela tentativa esforçada de devolver algum humor deixo-lhe algo mais que, sem saber, partilhamos...e pela boca...morre o PEIXE.
quinta-feira, outubro 18, 2007
MEC in love
" Podia ser o fim de qualquer amor. É sempre nos mesmos sítios. Diz que sim. Na alma bate a mesma chuva pesada. o tempo levanta-se contra quem o tem.O riso não separa os dias uns dos outros. Está o coração entreaberto. A vida nota-se em demasia.
A vida nota-se em demasia numa sala escura. O amor chama muito. As pessoas deixam-se prender pela luz. Fazem fogo fácil. Param. E não fica nada.
E não fica nada daquele dia branco. Um dia olhou para as mãos de quem amou e já não se viu dentro delas.
Agora lembra-se do dia em que quis ser igual a ela. E do que nunca lhe disse."Se te visses uma única vez, se te sentasses á tua frente e te ouvisses a falar, se te pudesses segurar, percebias porque é que as pessoas se apaixonam por ti". Ás vezes a verdade é a última coisa que se pode dizer. Ele não disse, ela não ouviu e nada ficou. Nem sequer para lembrar. Quando a paixão é tão grande nenhuma memória presta. Fica só muito tempo.
Fica só muito tempo do tempo todo que não se soube como passou. O amor é um trabalho de atenção. Diz que sim. Basta um abrir e fechar de olhos e perdeu-se. E o coração lançado à rua, desempregado de repente. Num dia de sol. O amor é uma força que não presta para mais nada. O que é que se pode fazer?
O que se pode fazer quando o amor nos larga? De repente há tempo para ler, tempo para os amigos, tempo para o trabalho, tempo para o olhar. Diz que sim. Há tempo para tudo, mas é tudo sem querer. E depois um dia acorda-se, vai-se á mesa, lê-se a última página do último livro que se tinha para ler, abre-se a agenda, e verifica-se que tudo está em ordem e que se está finalmente em dia. Em Dia.
Em dia de inverno, no fim de uma história. Sentado num banco de Hotel quase vazio, com um livro ao lado. O amor é uma forma de organização. Ocupa, arruma, decide por nós. Telefona-se antes de dormir, almoça-se de costas para o mar, discute-se tudo o que acontece. O amor. O amor tem os dias contados. Não se pode contar com a força dele.
Não se pode contar uma verdadeira história de amor. Quem é que a queria ouvir? Só uma história passada com outras pessoas. Só uma história parada antes de chegar ao fim.
Os sítios sabem mais que as palavras. Diz que sim. A coisas acontecem mais em elas do que em nós. As janelas altas estão todas a falar.
As janelas altas estão todas a falar durante o tempo inteiro que lá está. QUem sabe o que aconteceu? A luz entra a matar. Diz que sim. Diz que vai. É um dia de semana.Não há problemas. Não há atrasos. É um dia novo. Diz que sim. Pensando bem. Com a vida inteira á frente como se nunca tivesse amado. Não.Não como se nunca tivesse amado. Na verdade como se nunca tivesse sido amado. Porque afinal, à coisa mais pequena da vida morre a coisa maior."
A vida nota-se em demasia numa sala escura. O amor chama muito. As pessoas deixam-se prender pela luz. Fazem fogo fácil. Param. E não fica nada.
E não fica nada daquele dia branco. Um dia olhou para as mãos de quem amou e já não se viu dentro delas.
Agora lembra-se do dia em que quis ser igual a ela. E do que nunca lhe disse."Se te visses uma única vez, se te sentasses á tua frente e te ouvisses a falar, se te pudesses segurar, percebias porque é que as pessoas se apaixonam por ti". Ás vezes a verdade é a última coisa que se pode dizer. Ele não disse, ela não ouviu e nada ficou. Nem sequer para lembrar. Quando a paixão é tão grande nenhuma memória presta. Fica só muito tempo.
Fica só muito tempo do tempo todo que não se soube como passou. O amor é um trabalho de atenção. Diz que sim. Basta um abrir e fechar de olhos e perdeu-se. E o coração lançado à rua, desempregado de repente. Num dia de sol. O amor é uma força que não presta para mais nada. O que é que se pode fazer?
O que se pode fazer quando o amor nos larga? De repente há tempo para ler, tempo para os amigos, tempo para o trabalho, tempo para o olhar. Diz que sim. Há tempo para tudo, mas é tudo sem querer. E depois um dia acorda-se, vai-se á mesa, lê-se a última página do último livro que se tinha para ler, abre-se a agenda, e verifica-se que tudo está em ordem e que se está finalmente em dia. Em Dia.
Em dia de inverno, no fim de uma história. Sentado num banco de Hotel quase vazio, com um livro ao lado. O amor é uma forma de organização. Ocupa, arruma, decide por nós. Telefona-se antes de dormir, almoça-se de costas para o mar, discute-se tudo o que acontece. O amor. O amor tem os dias contados. Não se pode contar com a força dele.
Não se pode contar uma verdadeira história de amor. Quem é que a queria ouvir? Só uma história passada com outras pessoas. Só uma história parada antes de chegar ao fim.
Os sítios sabem mais que as palavras. Diz que sim. A coisas acontecem mais em elas do que em nós. As janelas altas estão todas a falar.
As janelas altas estão todas a falar durante o tempo inteiro que lá está. QUem sabe o que aconteceu? A luz entra a matar. Diz que sim. Diz que vai. É um dia de semana.Não há problemas. Não há atrasos. É um dia novo. Diz que sim. Pensando bem. Com a vida inteira á frente como se nunca tivesse amado. Não.Não como se nunca tivesse amado. Na verdade como se nunca tivesse sido amado. Porque afinal, à coisa mais pequena da vida morre a coisa maior."
Independente, 1989
quarta-feira, outubro 17, 2007
ao longe
Down that dream
I dream each night
You say you love me
and you hold me tight
But when I'm awake
I found you out of sight
oh
down that dream...
Down that dream
and bless it should
cause without that dream
I could never had you
But it hurts me cause it won't come true
Oh down that dream...
Down your lips
and down your eyes
they lift me high above
to the moonlight sky
but then I trunble
out of paradise
oh down that dream!
I dream each night
You say you love me
and you hold me tight
But when I'm awake
I found you out of sight
oh
down that dream...
Down that dream
and bless it should
cause without that dream
I could never had you
But it hurts me cause it won't come true
Oh down that dream...
Down your lips
and down your eyes
they lift me high above
to the moonlight sky
but then I trunble
out of paradise
oh down that dream!
Desabafos mentais
Tanta coisa para dizer. Tanta coisa por dizer. Tantas palavras que rodopiam dentro de mim. Pensamentos que se atrapalham. Ideias que se agridem. Memórias que se matam. Silêncios que fogem. Bocados de mim que se colam á pele e escorrem por pernas que se prendem a custo ao chão.
Sentimentos que pedem para nascer. Sentimentos que se tentam matar.
Lava-se o rosto ao desespero. Tricota-se uma falsa manta de tranquilidade, que nos aqueça quando o frio do tempo, das ausências entra entreaberto em nós.
Os rostos aparecem desfocados, envoltos numa névoa escura que pesa quilos sobre um corpo cansado. Tudo o que ficou por dizer ficou entreaberto num espaço, tempo que acumula e não corre...
Recortam-se os afectos tentando aproveitar o máximo que ainda presta. Colam-se a cuspe na esperança que pegue. Mas são frágéis. O sonho já não os sustenta.
Tenta-se comprar a esperança a crédito, conscientes que a factura que se pagará poderá ser grande demais.
Mente-se aqueles que gostam de nós, que nos distribuem pérolas de sabedoria popular qual prozac barato que custa menos que um abraço.Ensinam-nos que a dor não se partilha. Que a temos que viver, que a vida é assim, uma corrida de obstáculos em que se tem de cair para aprender a contornar, na esperança de que algo ou alguém um dia desvie a barraeira que nós próprios erguemos.
Ficamos...eu, tu, ele, presos no limbo da falta de vontade á mistura com um esforço por fazer tudo bem. Somos crescidos, não podemos faz birra, não podemos mudar de vontade, nem de ideias como se muda a camisola. Não desfazemos a construção do lego que somos, com medo de provocar a derrocada da sala onde nos pavoneamos a tentar convencer os outros da nossa solidez.
Não pedimos abraços, não admitimos a falta, não nos deixamos escorregar pelas paredes, não gritamos, não fazemos cenas, não nos zangamos com o mundo,não corremos riscos, não nos lançamos nos braços de estranhos para assumir a familiaridade da dor, do medo, das dúvidas.
Contentamo-nos com pouco, com o possível e não o desejável.Queremos tanto ser como os outros que abortamos o nós.
terça-feira, outubro 16, 2007
Mas ao menos sei...
O que é:
- Bicondilomeniscotrocliartrose ( dá muito jeito para aquele jogo do "Telegrama")
- Parastesias (apesar de incómodas fazem rir!)
- Dolicocéfalo ( só existe em versão Iscspiana)
- Fenaquistiscópio (Obrigada João Cruz pelos 18)
- Isopor ( nem dá para chegar perto)
Resposta à dúvida da noite....
Spirou secret....
quinta-feira, outubro 11, 2007
Amarelo!!!!!!!!!!!!!!
Como alguns sabem eu sou um pouco parola...Eu gosto da cor e do kitsh, e apesar de não conseguir ser uma mãe mais pirosa, como diz a minha Goma Gigante, lá vou desenvolvendo o meu estilo entre o semi-teen-hippy-sexy (dirão alguns...) e a Maria Papoila com uma costela Brit.Pois bem...neste universo de cafésinho de esquina sempre á mão de semear, encontrei este objecto giríssimo sobre o qual nada mais sei dizer, para além do óbvio: é amarelo e é giro! E eu que pensava que nem todos gostavamos do amarelo.
Roubei a imagem duma realidade que não é tão mainstream, mas não deixa de ser bastante apelativa.
quinta-feira, outubro 04, 2007
"Procura-se um amigo"
Vinicius de Moraes
"Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaros, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive."
"Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaros, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive."
segunda-feira, setembro 24, 2007
Eu ainda chego lá....
Como é do domínio público eu era, até à relativamente pouco tempo, uma cidadã não mobilizada, ou seja, uma pendura de tudo que era veículo de transporte público, carro, ou mota de amigos ou namorado...
Mais do que ter a mania das grandezas e como tal, gostar de ter um choffeur (lá está ela armada em fina de facto!) eu tenho, é mesmo, pouca queda para conduzir tudo aquilo que vai, para álem das minhas pernas...e mesmo essas, sabe Deus, e os meus joelhos!
A minha relação com os meios de transporte é de tal forma um caso de raro sucesso, que aqui a vossa amiga ou inimiga cordial, como preferirem, não anda de bicicleta, triciclo, barco, skate e apenas os patins em linha se safamgraças á teimosia de outros num projecto que em tempo foi a dois e mesmo assim continuo a achar que é mais fácil mandar-me contra as paredes que aprender a travar...mas fico linda com o meu capacete preto e joelheiras, cotoveleiras e protector de mãos
A verdade, é que apesar de todas estas questões...sou portadora de uma linda carta de condução que, não fosse a fotografia, mandaria com gosto emoldurar.Não por estar particularmente feliz com o facto de a ter, mas porque todo o processo para adquirir foi mais doloroso que qualquer parto numa ambulância. Foram 6 anos, 3 licenças de aprendizagem, muitos euros, 2 exames de código, um casamento, um instrutor morto, mas apenas 1 exame de condução. É verdade. Passei á primeira e com distinção, no dia e que terminava a minha terceira licença de aprendizagem e frente a um instrutor que já sem argumentos se benzeu umas 3 vezes.
Ao longo da minha extensa carreira de quasi-encartada eu tive nada menos que 70 aulas de condução, onde, felizmente para muitos de vós, aprendi à quadragésima,que afinal as rodas de trás não viram! Confesso que continuo sem entender porque e muito menos o principio de que na realidade as mudanças de direcção em marcha atrás não funcionam ao contrário!
Pois....
1 ANO, seis meses e 9 dias após esse bendito exame que provou que afinal e apesar dos meus reflexos de velha de 80 anos eu sabia conduzir...2 homens que desistiram de me ensinar, um carro rebucado 2 vezes por falta de utilização, 2 baterias e bastantes cogumelos....eu decidi que era altura de conquistar as belas estradas desta cidade e arredores. Meti-me a medo no carro e era vê-la feliz no pára/arranca da ponte 25 de Abril...feliz a medo. Consegui chegar a Sesimbra mas estacionar ainda não!
Por isso e como gosto de todos vocês sugiro que da próxima vez que se cruzarem com uma carrinha Wolkswagen Polo de 1991, preta e com uma miuda atarantada lá dentro, procurem não se aproximar muito que ela não é de se fiar....porque ELA ANDA AI!
terça-feira, setembro 18, 2007
work in progress
Hoje reencontrei uma amiga. Já foi a melhor amiga. Cruzou-se nos meus passos durante longos caminhos e boleias concretizadas. Perdemo-nos no início da idade adulta e por entre alguns erros. Quando o nome apareceu no sms não pude deixar de dar uma gargalhada ao lembrar o pânico que sentia de um pequeno grilo e das inúmeras aulas interrompidas á custa dessa fobia.
Relembro com gosto passeios de domingo, as primeiras bebedeiras, os primeiros amores e sorrio. Fico contente de a rever, como se isso significasse o ínicio da despedida de momentos que foram menos bons.
A ti Maggie....um abraço doce da Mafia
Relembro com gosto passeios de domingo, as primeiras bebedeiras, os primeiros amores e sorrio. Fico contente de a rever, como se isso significasse o ínicio da despedida de momentos que foram menos bons.
A ti Maggie....um abraço doce da Mafia
domingo, setembro 16, 2007
sexta-feira, setembro 14, 2007
Encosta-te a mim...
Não quero que sejas perfeita. Não quero que saibas os poemas de Neruda de trás para a frente, em 5 línguas...não quero que tenhas o Nariz no seguro, que identifiques no escuro o bouquet da minha noite. Não preciso que sejas chefe de cozinha, com n estrelas mas de sorriso entravado. Não precisas ser bonita, nem alta, nem espadaúda e me faças vir só com o olhar.
Não precisas de existir...sempre...
só precisas de saber.De acreditar.
Tu para mim és perfeita...em todos os sentidos, obrigatórios, proibidos e afins.
Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegado da guerra,fiz tudo p´ra sobreviver
Não precisas de existir...sempre...
só precisas de saber.De acreditar.
Tu para mim és perfeita...em todos os sentidos, obrigatórios, proibidos e afins.
Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegado da guerra,fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi,estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim,desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba,
quero adormecer.
Jorge Palma
Crescemos pela vida a aprender a censurar os desistentes, aqueles que não alcançam, os que são os falhados aos olhos de tantos e nunca paramos para pensar que desistir é, não raras vezes a opção, não a única, mas a mais sensata, a mais prática, a melhor em prol de todos. A melhor.
Nos dias que correm, onde os minutos de ontem são feitos de uma velocidade de banda larga menores que os de amanhã, onde campanhas de informação nos mostram que não podemos ficar para trás, em que as doenças fatídicas ao cruzar da esquina são cada vez mais o prato do dia, em que aquilo que se come tem que ser feito rápido, em que os abraços aos amigos são num piscar de olhos, em que os cuidados com uma flor comprada á pressa são o único absorver da primavera...por toda esta tirania de minutos que se têm que viver ao máximo, porque não aceitar que por muita vontade, por muito que se queira o melhor, quando algo não funciona é devolver á proveniência ou guardar e seguir noutro caminho.
quinta-feira, setembro 13, 2007
terça-feira, setembro 11, 2007
Tudo o que se disse
Primeiro foram as mãos que me disseram
que ali havia gente de verdade
depois fugi-te pelo corpo acima
medi-te na boca a intensidade
senti que ali dentro havia um tigre
naquele repouso havia movimento
olhei-te e no sol havia pedras
parámos ambos como se parasse o tempo
parámos ambos como se parasse o tempo
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
atrevi-me a mergulhar nos teus cabelos
respirando o espanto que me deras
ali havia força havia fogo
havia a memória que aprenderas
senti no corpo todo um arrepio
senti nas veias um fogo esquecido
percebemos num minuto a vida toda
sem nada te dizer ficaste ali comigo
sem nada te dizer ficaste ali comigo
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
falavas de projectos e futuro
de coisas banais frivolidades
mas quando me sorriste parou tudo
problemas do mundo enormidades
senti que um rio parava e o nevoeiro
vestia nos teus dedos capa e espada
queria tanto que um olhar bastasse
e não fosse no fundo preciso
queria tanto que um olhar bastasse
e não fosse preciso dizer nada
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim pessoas
que ali havia gente de verdade
depois fugi-te pelo corpo acima
medi-te na boca a intensidade
senti que ali dentro havia um tigre
naquele repouso havia movimento
olhei-te e no sol havia pedras
parámos ambos como se parasse o tempo
parámos ambos como se parasse o tempo
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
atrevi-me a mergulhar nos teus cabelos
respirando o espanto que me deras
ali havia força havia fogo
havia a memória que aprenderas
senti no corpo todo um arrepio
senti nas veias um fogo esquecido
percebemos num minuto a vida toda
sem nada te dizer ficaste ali comigo
sem nada te dizer ficaste ali comigo
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
falavas de projectos e futuro
de coisas banais frivolidades
mas quando me sorriste parou tudo
problemas do mundo enormidades
senti que um rio parava e o nevoeiro
vestia nos teus dedos capa e espada
queria tanto que um olhar bastasse
e não fosse no fundo preciso
queria tanto que um olhar bastasse
e não fosse preciso dizer nada
é tão dificil encontrar pessoas assim bonitas
é tão dificil encontrar pessoas assim pessoas
Pedro Barroso - Bonita
A caixa
Passeio por ela nos últimos dias, sem a olhar. Desejando que por não a ver ela deixasse de existir. Tive êxito na minha tarefa inglória de a ignorar por várias semanas. Mas ela continuava ali. Á espreita, á coca, aguardando o momento exacto para saltar e rir das minhas emoções.
Ontem, um sonambulismo mediocrê fez-me tropeçar nela e cair em mim. A caixa. Uma caixa tão igual a qualquer outra, tão cheia de objectos que são hoje vazios de sentido, ou meio-cheios de dorzinhas, agruras, saudades. Utensílios que já não assumem hoje o papel que lhes foi destinado, transformados pela vida em objectos de memória curta e silêncios longos.
Sabia o que a caixa continha e mesmo assim recusava-me a abri-la. Quis o destino que se abrisse ela por mim. Lá dentro vi um sentimento belo, profundo e real, que fora retalhado em peças solidificadas.
Cairam-me as pernas no chão duro que amparou a queda da minha esperança ingénua. Devolvera-me os pertences, mas tirará a bondade, a sinceridade, a candura. Devolveu-se um amor inacabado, a ternura.
Devolveu-se os presentes da nossa história, os adereços de um filme que se quis muito.
Como é possível que a dor cega e injusta, nos faça devolver a atenção e o carinho depositado num presente que se deu embrulhado em sentimentos do mais belo que a nosso coração produz. Também se devolve o beijo que se deu? Devolvem-se os abraços? Há direito de devolver os carinhos trocados? Devolve-se o sorriso que nos acorda? Devolve-se o querer quente, forte e doce que nos preenche?
!Quem dá e tira para o inferno gira!” dizia a minha avô . E quem recebe e devolve merece o que? O despeito? O desrespeito? O esquecimento?É como dizer – não gosto de me lembrar de ti e quero limpar-te como pó da minha vida.
Eu não me devolvo...e tudo o que dei me fez ser um pouco mais eu. Eu guardo os instântaneos de momentos que foram preechidos de coisas boas.
E a ternura não se devolve, não se divide, chega para todos. Nunca uma substitui a outra.
A minha caixa, tem chave, para se abrir sempre e deixar a ternura apanhar sol.
quinta-feira, setembro 06, 2007
la mer do Guilherme
Para o meu filho que num coração de manteiga me deixa escorregar e agarrar o cabo me solta no mar. Porque tu serás sempre o meu melhor momento.
terça-feira, agosto 28, 2007
The legend of 1900
Um filme. Um achado. Uma surpresa. Uma melancolia companheira e a música do que vem dos olhos. Filme de Tornatore (1998)
domingo, agosto 26, 2007
1 metro e sessenta
É um metro e cinquenta e oito descalça, um metro e sessenta calçada...
158 cm de confusão, dividos em cm de uma alegria pateta e uma tristeza fast food...
158 cm de vontade de dar,fome de receber
158 cm de ideias feitas com vontade de desmontar
158 cm de sorrisos de diversas cores
158cm de musicas para cantarolar
158cm de dores de cabeça
158 cm de palavras complicadas para aprender...
158 cm de pele para percorrer
158 cm de ternura
158 cm de abraços .
158 cm de confusão, dividos em cm de uma alegria pateta e uma tristeza fast food...
158 cm de vontade de dar,fome de receber
158 cm de ideias feitas com vontade de desmontar
158 cm de sorrisos de diversas cores
158cm de musicas para cantarolar
158cm de dores de cabeça
158 cm de palavras complicadas para aprender...
158 cm de pele para percorrer
158 cm de ternura
158 cm de abraços .
Do you really believe
David Fonseca- " Do you really believe..."
"You are tired
From all the golden coins you threw
In the well
That promised things it couldn't do
You have tried
To live by what your God has wrote
But those lines
They don't give you just what you hoped
Do you really believe that love
Will keep you from getting hurt?
Because when you find the one
You'll open your heart
and then
Once it is open
It'll take a little raindrop to get it broken
And then you'll know what is hurting
You're hurting
You're hurt
Days go by
And pile up cfosses on your wall
Counting out
The hours that you wished for more
You're afraid
And blame it all on yourself
As if guilt
Will give you strength to keep it on"
"You are tired
From all the golden coins you threw
In the well
That promised things it couldn't do
You have tried
To live by what your God has wrote
But those lines
They don't give you just what you hoped
Do you really believe that love
Will keep you from getting hurt?
Because when you find the one
You'll open your heart
and then
Once it is open
It'll take a little raindrop to get it broken
And then you'll know what is hurting
You're hurting
You're hurt
Days go by
And pile up cfosses on your wall
Counting out
The hours that you wished for more
You're afraid
And blame it all on yourself
As if guilt
Will give you strength to keep it on"
quinta-feira, agosto 23, 2007
o meu tesouro ao longe
São os meus tesouros, o meu sorriso mais bonito, o meu melhor poema, o meu sonho mais real, o meu medo mais profundo e a razão desta moinha que carrego comigo há tantos dias. Faltam-me as gargalhadas que me aquecem, as birras que me consolam, o brilho do olhar que me enche de esperança.
São tudo o que de perfeito o meu mundo tem. A minha razão de viver, o meu destino, o meu derradeiro suspiro.E não há vida, vinho, companhia, dança, loucura, amor que apague esta cor que me falta, esta canção que me embala.
Meus amores...a mãe, tonta, pateta, refilona, radical, "...a mais linda do mundo" espera por vocês com um abraço solto, que baixinho, espera que vos aconchegue esta noite....
Cada vez que o meu mundo perde peças, deveria bastar o vosso amor.
São tudo o que de perfeito o meu mundo tem. A minha razão de viver, o meu destino, o meu derradeiro suspiro.E não há vida, vinho, companhia, dança, loucura, amor que apague esta cor que me falta, esta canção que me embala.
Meus amores...a mãe, tonta, pateta, refilona, radical, "...a mais linda do mundo" espera por vocês com um abraço solto, que baixinho, espera que vos aconchegue esta noite....
Cada vez que o meu mundo perde peças, deveria bastar o vosso amor.
Pouco tesão
Descompensada,
entregue á bicharada,
rota e entrecortada pelo silêncio,
mordida,
ferida,
agarrada,.
Presa por comer
presa por não ter...
Em distúrbio
em passo rápido pela rua
atrasada para lugar nenhum.
Viva,
Atordoadamente atenta,
absorvente.
Sorridente
dessidente
de uma guerra qualquer...
De partida
á chegada da estação.
Sem malas,
sem muletas
sem tesão...
Chuva
água em turbilhão
o sossego
a multidão,
o calor
a razão cantante
o sorriso exposto...
A mentira da força
a real negação
um mundo correcto
sem grande emoção,
sem raiva
sem dor
resta a mão e o coração
e pouco tesão...
entregue á bicharada,
rota e entrecortada pelo silêncio,
mordida,
ferida,
agarrada,.
Presa por comer
presa por não ter...
Em distúrbio
em passo rápido pela rua
atrasada para lugar nenhum.
Viva,
Atordoadamente atenta,
absorvente.
Sorridente
dessidente
de uma guerra qualquer...
De partida
á chegada da estação.
Sem malas,
sem muletas
sem tesão...
Chuva
água em turbilhão
o sossego
a multidão,
o calor
a razão cantante
o sorriso exposto...
A mentira da força
a real negação
um mundo correcto
sem grande emoção,
sem raiva
sem dor
resta a mão e o coração
e pouco tesão...
ELOGIO AO AMOR - Miguel Esteves Cardoso in Expresso
Quero fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes.
Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz.
Não se pode ceder. Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
quarta-feira, agosto 15, 2007
Entra por essa porta agora e diga....
São como amigos inopurtunos. As palavras que nos aparecem assim sem jeito, a horas despropositadas e a contra-gosto. Não se calam.Bombardeiam-nos todos os cantos da alma, fazem complot com sentimentos traiçoeiros e minam pensamentos que se querem de tranquilidade.
Esforçamo-nos por esconde-las, reformulá-las, mas por muitas voltas que se dê ao texto elas conseguem reunir-se e dançar a marcha da vitória.
Há palavras que não queremos soltar. Doiem a sair. Mas ferem mais cá dentro, fervendo e queimando a esperança que brota do silêncio.
Como se desamarra o amor?Como se solta um amor que cresceu de mansinho, sem maldade, sem tropelias e se quer manter agrafado ao mais intimo de nós. Como se despede o amor?Sem justa causa? Quando não se tem a certeza de o querer deixar partir. Como se mantêm o amor, que se quer, quando o sentimos partir sem jeito, dia-a-dia um pouco mais?Como se acredita no amor? Como se prova o amor?
Não é a primeira vez que o amor se vai, também não é primeira vez que se manda embora o nosso amor, que vimos crescer, que faz parte de nós, que nos aquece, adormece seguro, mas hoje a certeza dessa partida doi, faz as lagrimas cairem devagar, lavando as memórias futuras que se desejam tanto.
Às vezes a paixão disfarçada de amor, chega devagar, mascarada pelas palavras, pelo desejar sincero e profundo e quase nos convence. E quando nos convence e nos leva a dançar, nos faz ficar acordados altas horas da madrugada a sorrir e a achar que aqueles olhos são a paisagem mais perfeita que os nossos olhos alcançam fincam pé em nós.Deixam raizes.
E ai todo um novo eu nasce, limpo de nódoas, de mágoas, coberto de uma força imensa que nos faz ir o mais além de nós. Que nos faz querer transformar cada dia do outro ser, de o festejar, de agradecer ao acaso que nos fez cruzar a mesma rua.
Como se diz adeus ao amor sem ficar com um vazio imenso que nos treme a cada lembrança, a cada saudade que se tem, ainda antes da derradeira partida.Que de joelhos no chão, arrastado a gritar nos pede que fiquemos?
Podemos dar-lhe outra roupagem. Convencer-nos com jeitinho que é preferível um novo amigo a um amor gasto, consumido. Mas nunca é o mesmo. A cumplicidade que se constrói pelo meio do corpo, de pernas entrelaçadas, de roupas despidas, de lágriamas lambidas, nunca se repete, não fica connosco nesta nova função.
Gostava que o meu amor tivesse ido comprar cigarros, que se demorasse, mas que voltasse e abrisse a porta com jeitinho para não me acordar. Eu ia espreguiçar-me e fazer cara feia ao senti-lo entrar na cama, resmungar de soslaio e adormecer embalada pelo cheiro e a sua canção.
Esforçamo-nos por esconde-las, reformulá-las, mas por muitas voltas que se dê ao texto elas conseguem reunir-se e dançar a marcha da vitória.
Há palavras que não queremos soltar. Doiem a sair. Mas ferem mais cá dentro, fervendo e queimando a esperança que brota do silêncio.
Como se desamarra o amor?Como se solta um amor que cresceu de mansinho, sem maldade, sem tropelias e se quer manter agrafado ao mais intimo de nós. Como se despede o amor?Sem justa causa? Quando não se tem a certeza de o querer deixar partir. Como se mantêm o amor, que se quer, quando o sentimos partir sem jeito, dia-a-dia um pouco mais?Como se acredita no amor? Como se prova o amor?
Não é a primeira vez que o amor se vai, também não é primeira vez que se manda embora o nosso amor, que vimos crescer, que faz parte de nós, que nos aquece, adormece seguro, mas hoje a certeza dessa partida doi, faz as lagrimas cairem devagar, lavando as memórias futuras que se desejam tanto.
Às vezes a paixão disfarçada de amor, chega devagar, mascarada pelas palavras, pelo desejar sincero e profundo e quase nos convence. E quando nos convence e nos leva a dançar, nos faz ficar acordados altas horas da madrugada a sorrir e a achar que aqueles olhos são a paisagem mais perfeita que os nossos olhos alcançam fincam pé em nós.Deixam raizes.
E ai todo um novo eu nasce, limpo de nódoas, de mágoas, coberto de uma força imensa que nos faz ir o mais além de nós. Que nos faz querer transformar cada dia do outro ser, de o festejar, de agradecer ao acaso que nos fez cruzar a mesma rua.
Como se diz adeus ao amor sem ficar com um vazio imenso que nos treme a cada lembrança, a cada saudade que se tem, ainda antes da derradeira partida.Que de joelhos no chão, arrastado a gritar nos pede que fiquemos?
Podemos dar-lhe outra roupagem. Convencer-nos com jeitinho que é preferível um novo amigo a um amor gasto, consumido. Mas nunca é o mesmo. A cumplicidade que se constrói pelo meio do corpo, de pernas entrelaçadas, de roupas despidas, de lágriamas lambidas, nunca se repete, não fica connosco nesta nova função.
Gostava que o meu amor tivesse ido comprar cigarros, que se demorasse, mas que voltasse e abrisse a porta com jeitinho para não me acordar. Eu ia espreguiçar-me e fazer cara feia ao senti-lo entrar na cama, resmungar de soslaio e adormecer embalada pelo cheiro e a sua canção.
quinta-feira, agosto 09, 2007
Uma outra noite de verão
- Não sei se gosto muito ou pouco de ti, mas que gosto lá isso gosto!
Disseste-me estás palavras há 18 anos.Já atingiram a maioridade. Como o tempo passa. Lembro-em que na altura, no auge da minha veia dramática de adolescente, estas não cairam bem. Precisava de mais. De palavras mais belas, mais elaboradas, mais intensas. Afinal eu estava apaixonada pela primeira vez. Eras tu o objecto da minha adoração. Contra tudo e contra todos, fundamentando o principio do amor romântico levado ao extremo apatetado das histórias infantis, ainda quentes debaixo da cama.
Aprendi contigo a não esperar mais do que o necessário para acalmar os anseios do desejo. Aprendi a sentir o corpo, a soltá-lo, a rir com ele. E tu rias tanto comigo!
Lembrei aquelas palavras tantas vezes que acabaram por cristalizar como pedrinhas no meu aquário.
Passaram 15 anos desde a última vez que falamos, e me disseste que era areia a mais para a tua carruagem.Nunca percebi o que querias dizer, mas respondi-te, convictamente, que um dia perceberias a diferença entre o importante e o acessório, ainda que este também nos faça falta.
Ontem, quando te dirigiste a mim, não me reconheceste de imediato. Os anos não foram generosos contigo, mas manténs aquele sorriso pateta, por detrás do sobrolho carregado com que tentavas impor respeito aos míudos. O meu e o teu, corriam desarvorados como se não houvesse amanhã e aquela amizade de banco de areia estivesse estado sempre lá.
Quando finalmente me reconheceste e entre a troca de formas de estilo de invocação, sorriste e pecebeste o mesmo que eu. Ambos ainda estávamos lá. Num muro sentados a rir dos nossos disparates e inseguranças secretas.
Admito que me soube bem saber que acompanharas à distância a minha vida ao longo do tempo. Que tinhas saudades minhas. Que te rias de soslaio sempre que alguem dizia "eu é mais é bolos". Confessaste que estavas desiludido com vida. Que o riso já não te era fácil e que te cansaras das pessoas previsivéis, lineares e perfeitas.
Não fiquei contente por teres percebido isso tão tarde, que te tenhas convencido tarde demais.
Não é assim tão tarde. Ainda agora regressaste. Nem que seja por uma noite. A única que me fará perceber o real sentido daquelas palavras.
Eu por mim, sei porque gosto. Sempre soube. Não mudou á custa dos erros e aventuras da vida.
Gosto de ti, porque tal como tudo o que me deste, deste na certeza e frontalidade do que podias assumir. Deste-me o que de melhor as tuas palavras encontraram.
E hoje...repetiste.
Disseste-me estás palavras há 18 anos.Já atingiram a maioridade. Como o tempo passa. Lembro-em que na altura, no auge da minha veia dramática de adolescente, estas não cairam bem. Precisava de mais. De palavras mais belas, mais elaboradas, mais intensas. Afinal eu estava apaixonada pela primeira vez. Eras tu o objecto da minha adoração. Contra tudo e contra todos, fundamentando o principio do amor romântico levado ao extremo apatetado das histórias infantis, ainda quentes debaixo da cama.
Aprendi contigo a não esperar mais do que o necessário para acalmar os anseios do desejo. Aprendi a sentir o corpo, a soltá-lo, a rir com ele. E tu rias tanto comigo!
Lembrei aquelas palavras tantas vezes que acabaram por cristalizar como pedrinhas no meu aquário.
Passaram 15 anos desde a última vez que falamos, e me disseste que era areia a mais para a tua carruagem.Nunca percebi o que querias dizer, mas respondi-te, convictamente, que um dia perceberias a diferença entre o importante e o acessório, ainda que este também nos faça falta.
Ontem, quando te dirigiste a mim, não me reconheceste de imediato. Os anos não foram generosos contigo, mas manténs aquele sorriso pateta, por detrás do sobrolho carregado com que tentavas impor respeito aos míudos. O meu e o teu, corriam desarvorados como se não houvesse amanhã e aquela amizade de banco de areia estivesse estado sempre lá.
Quando finalmente me reconheceste e entre a troca de formas de estilo de invocação, sorriste e pecebeste o mesmo que eu. Ambos ainda estávamos lá. Num muro sentados a rir dos nossos disparates e inseguranças secretas.
Admito que me soube bem saber que acompanharas à distância a minha vida ao longo do tempo. Que tinhas saudades minhas. Que te rias de soslaio sempre que alguem dizia "eu é mais é bolos". Confessaste que estavas desiludido com vida. Que o riso já não te era fácil e que te cansaras das pessoas previsivéis, lineares e perfeitas.
Não fiquei contente por teres percebido isso tão tarde, que te tenhas convencido tarde demais.
Não é assim tão tarde. Ainda agora regressaste. Nem que seja por uma noite. A única que me fará perceber o real sentido daquelas palavras.
Eu por mim, sei porque gosto. Sempre soube. Não mudou á custa dos erros e aventuras da vida.
Gosto de ti, porque tal como tudo o que me deste, deste na certeza e frontalidade do que podias assumir. Deste-me o que de melhor as tuas palavras encontraram.
E hoje...repetiste.
Exageros
Lá dizem os velhos que quando Deus fecha uma porta abre de seguida uma janela. Como é dado à mania das grandezas de vez em quando abre, não uma, mas várias janelas. Depois é ver-nos a sobreviver a brutais correntes de ar e não tão pouco frequentemente a algumas constipações.
Amigo...vai lá abrindo essas janelas uma a uma, para que possamos saborear a vista e absorver a vitamina ao olho.
Amigo...vai lá abrindo essas janelas uma a uma, para que possamos saborear a vista e absorver a vitamina ao olho.
terça-feira, agosto 07, 2007
Visitante 4756
Estás ai. Eu sei. Eu sinto ainda que não nos tenhamos nunca cruzado. Talvez não consigas dormir também. Talvez os sonhos te façam acordar em sobressalto. Serão as lembranças que te acordam sem piedade? Quem são os teus motivos? que palavras te escrevem?
Talvez estejas ancorado numa decisão a tomar. Talvez precises partir mas também te convenças a ficar, em nome de algo maior.
A ti...visitante desta noite, ao lucofusco de mim...fica!
Talvez estejas ancorado numa decisão a tomar. Talvez precises partir mas também te convenças a ficar, em nome de algo maior.
A ti...visitante desta noite, ao lucofusco de mim...fica!
Regresso
Descobri que quando estamos presos a algo que não nos faz bem, levamos o futuro a caminhar rumo ao passado e quando enfim lá chegamos já não sabemos onde começou. Assim, só nos resta fechar os livros, guardar as palavras. Tentar partir sem despedidas que serão sempre portas entreabertas.
Quando terminamos algo, se o queremos fechar, não podemos dar de nós. Nem esperança, nem compaixão, nem medo, e sobretudo memórias que são caminhos encobertos de dúvidas e questões, que ao mais pequeno espasmo de tristeza nos faz voltar atrás.
Quando terminamos algo, se o queremos fechar, não podemos dar de nós. Nem esperança, nem compaixão, nem medo, e sobretudo memórias que são caminhos encobertos de dúvidas e questões, que ao mais pequeno espasmo de tristeza nos faz voltar atrás.
sexta-feira, agosto 03, 2007
Para esquecer....
Descobri esta pérola pelo acaso de um motivo triste. A morte de um grande amigo, de alguém que encheu de cor a vida de uma pessoa muito, mas muito especial para mim. Até na morte se aprende e apreende.
São palavras simples, directas, sentidas que me tocaram profundamente, espero que também vos faça pensar...
Autoria: Miguel Esteves Cardoso
«Como é que se esquece alguém que se ama?Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver?
São palavras simples, directas, sentidas que me tocaram profundamente, espero que também vos faça pensar...
Autoria: Miguel Esteves Cardoso
«Como é que se esquece alguém que se ama?Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver?
Quando alguém se vai embora de repente como é que faz para ficar?Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer, os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz?Como se esquece?Devagar. É preciso esquecer devagar.
Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas!É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar.
A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou de coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se.
Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo.Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doida, devidamente honrada. É uma dor que é preciso, primeiro, aceitar.É preciso aceitar esta mágoa, esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos moí mesmo e que nos da cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si, isto é, se os livrrássemos da carga que lhe damos, aceitando o que não tem solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos distrairmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos, amigos, livros e copos, pagam-se depois em conduídas lembranças a dobrar.Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
Porque é que é sempre nos momentos em que estamos mais cansados ou mais felizes que sentimos mais falta das pessoas que amamos? O cansaço faz-nos precisar delas. Quando estamos assim, mais ninguém consegue tomar conta de nós. O cansaço é uma coisa que só o amor compreende. A minha mãe. O meu amor. E a felicidade. A felicidades faz-nos sentir pena e culpa de não a podermos participar. É por estarmos de uma forma ou de outra sozinhos que a saudade é maior.
Mas o mais difícil de aceitar é que há lembranças e amores que necessitam de afastamento para poderem continuar. Afonso Lopes Vieira dizia que Portugal estava tão mal que era preciso exilar-se para poder continuar a Pátria dele. Deixar de vê-la para ter vontade de a ver. Às vezes, a presença do objecto amado provoça a interrupção do amor. É a complicação, o curto-circuito, o entaralamento, a contradição que está ali presente, ali, na cara do coração, impedindo-o de continuar.
As pessoas nunca deveriam morrer, nem deixarem de se amar, nem separar-se, nem esquecer-se, mas morrem e deixam e separam-se e esquecem-se. Custa a aceitar que os mais velhos, que nos deram vida, tenham de dar a vida para poderem continuar vivos dentro de nós. Mas é preciso aceitar, é preciso sofrer, dar urros, murros na mesa, não perceber.E aceitar. Se as pessoas amadas fossem imortais perderíamos o coração. Perderíamos a religiosidade, a paciência, a humanidade até.
Há uma presença interior, uma continuação em nós de quem desapareceu, que se ressente do confronto com a presença exterior. É por isso que nunca se deve voltar a um sítio onde se tenha sido feliz. Todas as cidades se tornam realmente feias, fisicamente piores, à medida que se enraízam e alindam na memória que guardamos delas no coração.Regressar é fazer mal ao que se guardou.
Uma saudade cuida-se. Nos casos mais tristes separa-se da pessoa que a causou. Continuar com ela, ou apenas vê-la pode destruir a beleza do sentimento, as pessoas que se amam mas não se dão bem só conseguem amar-se bem quando não se dão.Mas como esquecer? como deixar acabar aquela dor? É preciso paciência. É preciso sofrer.É preciso aguentar.Há grandeza no sofrimento. Sofrer é respeitar o tamanho que teve um amor. No meio de remoinho de erros que nos resolve as entranhas de raiva, do ressentimento, do rancor - temos de encontrar a raiz daquela paixão, a razão original daquele amor.
As pessoas morrem, magoam-se, separam-se, abandonam-se, fazem os maiores disparates com a maior das facilidades. Para esquece-las, é preciso chora-las primeiro. Esta é uma verdade tão antiga que espanta reparar como ainda temos esperanças de contorná-la. Nos uivos da mulheres nas praias da Nazaré não há "histerias" nem "ignorância" nem "fingimentos". Há a verdade que nós, os modernos, os tranquilizados, os cools, os cobardes, os armados em livres e independentes, os tanto-me fazes, os anestesiados temos medo de enfrentar.
Para esquecer uma pessoa não há vias rápidas, não há suplentes, não há calmantes, ilhas nas Caraíbas, livros de poesia - só há lembrança, dor e lentidão, com uns breves intervalos pelo meio para retomar o fôlego.Esta dor tem de ser aguentada e bem sofrida com paciência e fortaleza. Ir a correr para debaixo das saias de quem for é uma reacção natural, mas não serve de nada e faz pouco de nós próprios. A mágoa é um estado normal. Tem o seu tempo e o seu estilo. Tem até uma estranha beleza. Nós somo feitos para aguentar com ela.
Podemos arranjar as maneiras que quisermos de odiar quem amámos de nos vingarmos delas, de nos pormos a milhas, de lhe pormos os cornos, de lhe compormos redondilhas, mas tudo isso não tem mal. Nem faz bem nenhum. Tudo isto conta como lembrança, tudo isso conta como uma saudade contrariada, enraivecida, embaraçada por ter sido apanhada na via pública, como um bicho preto e feio, um parasita de coração, uma peste inexterminável, uma barata esperneante: uma saudade de pernas para o ar.
O que é preciso é igualar a intensidade do amor a quem se ama e a quem se perdeu. Para esquecer, é preciso dar algo em troca. Os grandes esquecimentos saem sempre caros. É preciso dar tempo, dar dor, dar com a cabeça na parede, dar sangue, dar um pedacinho de carne.E mesmo assim, mesmo magoando, mesmo sofrendo, mesmo conseguindo guardar na alma o que os braços já não conseguem agarrar, mesmo esperando, mesmo aguentando como um homem, mesmo passando os dias vestida de preto, aos soluços, dobrada sobre a areia da nazaré, mesmo com muita paciência e muita má vontade, mesmo assim é possível que não se consiga esquecer nem um bocadinho.Quanto mais fácil amar e lembrar alguém - uma mãe, um filho, um grande amor - mais fácil deixar de amá-lo e esquecê-lo.
Raio de sorte, ó lindeza, miséria suprema do amor. Pode esquecer-se quem nos vem à lembrança, aqueles de quem nos lembramos de vez em quando, com dor ou alegria, tanto faz, com tempo e com paciência, aqueles que amámos com paciência, aqueles que amámos sinceramente que partiram, que nos deixaram, vazios de mãos e cheios de saudades, esses doem-se e depois esquecem-se mais ou menos bem.E quando alguém está sempre presente? Quando é tarde? Quando já não se aguenta mais. Quando já é tarde para voltar atrás, percebe-se que há esquecimentos tão caros que nunca se podem pagar. Como é que se pode esquecer o que só se consegue lembrar!Aí, está o sofrimento maior de todos. O luto verdadeiro. Aí está a maior das felicidades»-
quarta-feira, agosto 01, 2007
Excepção
"Lembrar é fácil para quem tem memória, esquecer é difícil para quem tem coração."
(William Shakespeare)
(William Shakespeare)
Uma boa notícia
Cirque du Soleil estreia espectáculo de arena em Lisboa!
Considerada a maior companhia de entretenimento do mundo, o Cirque du Soleil está de regresso a Lisboa para apresentar o seu primeiro espectáculo de arena.
Segundo refere a edição desta quarta-feira do Diário de Notícias, o espectáculo, intitulado «Delirium», estará em exibição de 28 de Novembro a 2 de Dezembro, no Pavilhão Atlântico.
Os preços dos bilhetes, que estarão à venda a partir de sexta-feira, variam entre 35 e 65 euros.
terça-feira, julho 31, 2007
continuação
Conseguia reter por segundos o momento que lhe mudou a forma, que a despiu de certezas, que apunhalou o destino de rosto destapado. Maria resiste em força a uma vontade de se deixar ir. Revolve as gavetas desarumadas à procura de um instante de sentidos e sentimentos que melhor possa descrever o que sente, o que a atrai como uma forma invasora mas gulosa. Desvia o olhar. Sente o coração disparar em todas as direcções, as pernas bambas que não respondem e uma sensação de predestinação que não quer aceitar.
Lutou com uma força que, em verdade não existia para não se deixar ficar presa com o rabo de fora, a outros olhos negros.
Deitada na relva junto ao rio, embrulhada pela musicalidade da água que bate nos seixos relembra vezes sem conta aquele instante. Abstrai-se do pensamento para inspirar as mimosas que lhe devolve uma infância solta pelos montes. Está no mesmo sitio de sempre, onde nunca quis estar.
Vê-se por fora. Fora da história. Fora de si. Analisa-se com uma imparcialidade cruel e não me responde. Nem quando me meto com ela, a gozo, a insulto. Não reage. Simplesmente não está ali. Voltou para a barcaça da vida que sonhou. Que teve na mão e abandonou. Era uma questão de sobrevivência. Desisto. Insisto. Não quero deixá-la lá. Sei que lhe faz mal. Que a amarga cada dia mais, numa estupidez sem nexo que não faz sentido naquela cabeça inteligente. Não entendo. Não tento. Não pergunto. Vai falar se quiser. Sei que não o fará.
Instala-se um silêncio desconfortável onde a dor se senta e torna-se parte interessada.
-Vamos embora amiga. Está a começar a chover e por muito que não me apeteça voltar para Lisboa e uma gripe poder ser a melhor desculpa para prolongar o caos do fim-de-semana. Não posso.
Nem me olha. Fica ali como quem reve o filme vezes sem conta. Mas continua a não estar lá. Já partiu à muito. Penso em Jimmy. Sinto pena da entrega desmesurada dele. Incondicional. Masoquista. Ele não sabe, não pressente que a mulher que se deita com ele não é Maria. É uma versão aproximada. Quase perfeita no molde em que se tornou.Ela esforça-se. Muito. Demasiado. Sente que lhe deve tudo e por isso ocupa-se a ser o que crê que ele quer.Desfaz-se em mimos exagerados. Trata dela com esmero para estar sempre linda para o receber quando chega cansado do trabalho. Absorve livros para ser a interlutora mais interessante. E despe-se com maestria para ser a amante mais fêmea.
Lutou com uma força que, em verdade não existia para não se deixar ficar presa com o rabo de fora, a outros olhos negros.
Deitada na relva junto ao rio, embrulhada pela musicalidade da água que bate nos seixos relembra vezes sem conta aquele instante. Abstrai-se do pensamento para inspirar as mimosas que lhe devolve uma infância solta pelos montes. Está no mesmo sitio de sempre, onde nunca quis estar.
Vê-se por fora. Fora da história. Fora de si. Analisa-se com uma imparcialidade cruel e não me responde. Nem quando me meto com ela, a gozo, a insulto. Não reage. Simplesmente não está ali. Voltou para a barcaça da vida que sonhou. Que teve na mão e abandonou. Era uma questão de sobrevivência. Desisto. Insisto. Não quero deixá-la lá. Sei que lhe faz mal. Que a amarga cada dia mais, numa estupidez sem nexo que não faz sentido naquela cabeça inteligente. Não entendo. Não tento. Não pergunto. Vai falar se quiser. Sei que não o fará.
Instala-se um silêncio desconfortável onde a dor se senta e torna-se parte interessada.
-Vamos embora amiga. Está a começar a chover e por muito que não me apeteça voltar para Lisboa e uma gripe poder ser a melhor desculpa para prolongar o caos do fim-de-semana. Não posso.
Nem me olha. Fica ali como quem reve o filme vezes sem conta. Mas continua a não estar lá. Já partiu à muito. Penso em Jimmy. Sinto pena da entrega desmesurada dele. Incondicional. Masoquista. Ele não sabe, não pressente que a mulher que se deita com ele não é Maria. É uma versão aproximada. Quase perfeita no molde em que se tornou.Ela esforça-se. Muito. Demasiado. Sente que lhe deve tudo e por isso ocupa-se a ser o que crê que ele quer.Desfaz-se em mimos exagerados. Trata dela com esmero para estar sempre linda para o receber quando chega cansado do trabalho. Absorve livros para ser a interlutora mais interessante. E despe-se com maestria para ser a amante mais fêmea.
Mas ela deseja-o num amor doce, incondicional que é construido sobre a admiração e amizade que sobrou de uma aventura quente, irresponsável, viciante.
É uma forma de amor, é disso que me tenta convencer cada vez que lhe grito as saudades que tenho da miuda gira, acelarada e louca que partilhava a vida comigo como telespectador de uma novela interactiva onde eu também participava.. Ainda o faço no papel de caixote do lixo de desabafos que ela desentope de tempos a tempos, a meu pedido e depois de alguns truques que conheço para a trazer de volta aquela existência.
São golpes sujos que aplico. Que sei que a fazem sofrer, mas são o único escape que lhe permite descambar um pouco, para se erguer de novo, um pouco mais consistente.
Representa tão bem que se convence a si mesma. Os outros estão demasiado ocupados para olhá-la, mas mesmo que o fizessem talvez não notassem diferenças. Os pontos de referência dela estão em mim.
São golpes sujos que aplico. Que sei que a fazem sofrer, mas são o único escape que lhe permite descambar um pouco, para se erguer de novo, um pouco mais consistente.
Representa tão bem que se convence a si mesma. Os outros estão demasiado ocupados para olhá-la, mas mesmo que o fizessem talvez não notassem diferenças. Os pontos de referência dela estão em mim.
um ano único-1998
1998, pensou que me esquecia e aparece de soslaio para me deixar um presente á porta...
...of a simple life.
Incondicional
Nem sempre as pessoas com as quais cruzamos a vida se apercebem ou deduzem o efeito, quase borboleta, que impactam sobre a nossa existência, os nossos sonhos, os nossos modos de agir, no fundo, a essência daquilo que somos e que em nada se poderá considerar como uma fórmula acabada e fechada. As expectativas que brotam em nós cada vez que os nossos olhos se enamoram condicionam, na sua existência, a viabilidade do relacionamento e tantas vezes a simples concretização de um novo amor.
O nosso amor, o nosso "jeito" de amar (ou a falta dele), é o reflexo do acumular de desejos inconfessáveis pelo medo da desilusão, pela desconfiança, pelo reflexo do passado e dos seus resultados.
Aquele amigo que se admira, que se estima, que se ama e que no melhor dia da nossa vida nos traí vai levar-nos, muitas vezes, ao desenvolver de amizades protegidas, com barreiras pontuais que dificilmente permitirá um acreditar incondicional e não nos deixará ver o outro como realmente é, mas apenas como o feedback da nossa reacção o permitir.Tornamo-nos reactivos.
O incondicional dos afectos é uma ambição constante, mesmo quando o nosso lado mais racional e prático nos diz que não passa de uma procura. É o impulso da procura que nos move, que nos leva a tentar acreditar, ainda que á custa de tanta coisa que nos faz menos espontãneos, quiça menos verdadeiros afastando sempre um pouco mais o incondicional.
Descobri nas últimas semanas que o incondicional, o querer incondicional, o afecto incondicional , à excepção do que se sente pelos nossos filhos como qualquer outra fêmea animal sente, não é sempre assim tão bom.
Sentir um amor quase perfeito na dimensão e intensidade, pode ser desastroso quando se sabe que não é praticável, mas acima de tudo quando não se merece. É um peso grande demais para se suportar. Bloqueia a nossa capacidade de dar, de querer sequer encontrar outro destino do nosso afecto, no medo de desiludir, por medo da reprise de ser a razão da dor de alguém. E esse afecto é tão volátil, sem o objecto do amor, que de repente se veste de ódio e nos abondona a um esquecimento de memórias amargas, e venenosas.
Este desconexo de ideias que saltitam de forma presente em mim, talvez toldadas por um excesso de cansaço, na derrapagem de um investimento embargado são um pensamento alternativo que permite que a tristeza não me coma. No fundo, o excesso de um amor condicionou a entrega de outro, num ciclo que se tenta romper a custo de muitos silêncios e pezinhos de lã. Talvez se refaça a forma, talvez se conquiste o acreditar, talvez se volte a sonhar com o último olhar, mas por agora levam-se os dias devagar...a tentar.
O nosso amor, o nosso "jeito" de amar (ou a falta dele), é o reflexo do acumular de desejos inconfessáveis pelo medo da desilusão, pela desconfiança, pelo reflexo do passado e dos seus resultados.
Aquele amigo que se admira, que se estima, que se ama e que no melhor dia da nossa vida nos traí vai levar-nos, muitas vezes, ao desenvolver de amizades protegidas, com barreiras pontuais que dificilmente permitirá um acreditar incondicional e não nos deixará ver o outro como realmente é, mas apenas como o feedback da nossa reacção o permitir.Tornamo-nos reactivos.
O incondicional dos afectos é uma ambição constante, mesmo quando o nosso lado mais racional e prático nos diz que não passa de uma procura. É o impulso da procura que nos move, que nos leva a tentar acreditar, ainda que á custa de tanta coisa que nos faz menos espontãneos, quiça menos verdadeiros afastando sempre um pouco mais o incondicional.
Descobri nas últimas semanas que o incondicional, o querer incondicional, o afecto incondicional , à excepção do que se sente pelos nossos filhos como qualquer outra fêmea animal sente, não é sempre assim tão bom.
Sentir um amor quase perfeito na dimensão e intensidade, pode ser desastroso quando se sabe que não é praticável, mas acima de tudo quando não se merece. É um peso grande demais para se suportar. Bloqueia a nossa capacidade de dar, de querer sequer encontrar outro destino do nosso afecto, no medo de desiludir, por medo da reprise de ser a razão da dor de alguém. E esse afecto é tão volátil, sem o objecto do amor, que de repente se veste de ódio e nos abondona a um esquecimento de memórias amargas, e venenosas.
Este desconexo de ideias que saltitam de forma presente em mim, talvez toldadas por um excesso de cansaço, na derrapagem de um investimento embargado são um pensamento alternativo que permite que a tristeza não me coma. No fundo, o excesso de um amor condicionou a entrega de outro, num ciclo que se tenta romper a custo de muitos silêncios e pezinhos de lã. Talvez se refaça a forma, talvez se conquiste o acreditar, talvez se volte a sonhar com o último olhar, mas por agora levam-se os dias devagar...a tentar.
o ano - 1989
Entre as reaparições nocturnas do "Dear Jonh", os constantes assaltos do Jonh Waite, e um calor brutal que nos domina vivo por momentos o verão de 1989. Nem tudo é mau...o penteado melhorou, o acne foi ás urtigas e o vestir secção de criança é após a maternidade, uma vantagem competitiva...
domingo, julho 29, 2007
um pouco mais pertinho...et voila dolce vita
ET VOILA DOLCE VITA...UM GATO PERSA CHEIO DE PERSONALIDADE...E MAU FEITIO!
Nunca pensei sentir saudades destas bolas de pelo, com a mania de superioridade que me obrigavam a dividir uma cama e só me queriam quando dormia.
Tal como um filho estes são o prolongamento de ti, a tua forma de te dares incondicionalmente. Até sinto falta de desfazer nós e perder tempo a sacudir pelo da roupa preta, alguma da qual continua igual até hoje. Quem diria...
Mesmo sabendo que os escolherias a eles se tivesses que escolher entre mim e algum deles num naufrágio...tenho saudades. Muitas.
Melhor amigo
1993-1999
Piriri de uma alma atrapa(lha)da
4.42 da Manhã...uma hora que ninguém desconfia, dirias, daquele teu jeito teatreiro meio a despropósito de quem se sente calado no silêncio. Perdido em palavras sem música, aquelas que te dão a essência do respirar pela pele.
Vamos ser padrinhos de novo? De um qualquer taxi na madrugada, de uma ponte ou dalgum banco de jardim onde nos sentaremos a vaguear pelo fumo, assobiando ás horas que passam.
Tenho saudades tuas. Sinto-te na falta que me fazes, quando sinto o calor de uma noite de calor como a de hoje.
Vi-te, ao vivo e a cores hà nove anos, mas em todo este tempo estiveste aqui. Uma presença das minhas memórias que partilho com quem merece. Mas vou-te revendo em cantinhos desta cidade, em refrões cantados ao vento que poderia ser teu.
Tantas vezes me assalta o medo que te tenhas esquecido de mim. Que o meu rosto se tenha desfeito em migalhas secas que não te trazem de volta. Gostava que não. Que a nossa ligação de almas se mantenha, por entre retalhos de desta manta de trapos que a vida faz e refaz insessantemente, num perfeito desenho que será parte do calor que deixarás quando partires.
A propósito de partidas das que se fazem meio sem querer e daquelas que o destino partilha, tenho pensado muito em tanta coisa que nunca te disse. Não sei se chocaremos de novo numa qualquer esquina pelo que te digo agora, neste vazio virtual que talvez te faça chegar o meu sopro de sorrisos.
Gosto muito de ti. Muito mesmo. De uma maneira incondicional que nos convence sem dificuldade do valor e da preciosidade de te ter conhecido. Estás sempre comigo ainda que sem os sorrisos e as gargalhadas do teu brilho. Sonho que estás feliz. Tanto como me fazias com as tuas canções compostas a medo da rejeição, mas sempre tão sentidas e verdadeiras. És feito de uma massa que se molda sem partir pela bondade, impulsividade e instinto...não vais acreditar em mais uma coincidência mas neste preciso momento está a tocar UHF na rádio. Mais um recado da vida, que me deixa mais quentinha...nas lembranças de um Alcântara tão privado.
Não é o Sarayevo...(risos)
O jasmim deve estar grande e lindo nos seus 11 anos. e
É aqui ao longe, talvez mais perto do que pensas vejo-te entrar pela televisão, como se tivesses partido ontem e a saudade sossega.
Ficaram comigo todos os trajeitos artisticos de quem sempre foi cobarde para arriscar.Ficas tu. Fica a distãncia de uma juventude de dias completos, de horários desmarcados e ainda hoje ficam cenas e quadros que me fazem dizer...obrigada por teres subido ao palco e me teres puxado pela mão.
Salta,
revela-te e sofre,
Aguenta.
Levanta o copo,
absorve e sorve tudo de um golo,
Acredita mesmo que tudo diga o contrário...
A imaginação serve para isso mesmo,
para reescrever o que não resulta,
para lhe dar outra cor
outro exemplo.
Mete as mãos ao barulho,
derruba paredes ao grito,
esmifra-te a lutar.
E sempre que a dor corroer
e se as pernas não servirem para andar
senta-te
espera
deixa o passado trazer esse sinal,
essa mão fria que te quer aquecer.
Sem mais, sem porquês...
Vamos ser padrinhos de novo? De um qualquer taxi na madrugada, de uma ponte ou dalgum banco de jardim onde nos sentaremos a vaguear pelo fumo, assobiando ás horas que passam.
Tenho saudades tuas. Sinto-te na falta que me fazes, quando sinto o calor de uma noite de calor como a de hoje.
Vi-te, ao vivo e a cores hà nove anos, mas em todo este tempo estiveste aqui. Uma presença das minhas memórias que partilho com quem merece. Mas vou-te revendo em cantinhos desta cidade, em refrões cantados ao vento que poderia ser teu.
Tantas vezes me assalta o medo que te tenhas esquecido de mim. Que o meu rosto se tenha desfeito em migalhas secas que não te trazem de volta. Gostava que não. Que a nossa ligação de almas se mantenha, por entre retalhos de desta manta de trapos que a vida faz e refaz insessantemente, num perfeito desenho que será parte do calor que deixarás quando partires.
A propósito de partidas das que se fazem meio sem querer e daquelas que o destino partilha, tenho pensado muito em tanta coisa que nunca te disse. Não sei se chocaremos de novo numa qualquer esquina pelo que te digo agora, neste vazio virtual que talvez te faça chegar o meu sopro de sorrisos.
Gosto muito de ti. Muito mesmo. De uma maneira incondicional que nos convence sem dificuldade do valor e da preciosidade de te ter conhecido. Estás sempre comigo ainda que sem os sorrisos e as gargalhadas do teu brilho. Sonho que estás feliz. Tanto como me fazias com as tuas canções compostas a medo da rejeição, mas sempre tão sentidas e verdadeiras. És feito de uma massa que se molda sem partir pela bondade, impulsividade e instinto...não vais acreditar em mais uma coincidência mas neste preciso momento está a tocar UHF na rádio. Mais um recado da vida, que me deixa mais quentinha...nas lembranças de um Alcântara tão privado.
Não é o Sarayevo...(risos)
O jasmim deve estar grande e lindo nos seus 11 anos. e
É aqui ao longe, talvez mais perto do que pensas vejo-te entrar pela televisão, como se tivesses partido ontem e a saudade sossega.
Ficaram comigo todos os trajeitos artisticos de quem sempre foi cobarde para arriscar.Ficas tu. Fica a distãncia de uma juventude de dias completos, de horários desmarcados e ainda hoje ficam cenas e quadros que me fazem dizer...obrigada por teres subido ao palco e me teres puxado pela mão.
Salta,
revela-te e sofre,
Aguenta.
Levanta o copo,
absorve e sorve tudo de um golo,
Acredita mesmo que tudo diga o contrário...
A imaginação serve para isso mesmo,
para reescrever o que não resulta,
para lhe dar outra cor
outro exemplo.
Mete as mãos ao barulho,
derruba paredes ao grito,
esmifra-te a lutar.
E sempre que a dor corroer
e se as pernas não servirem para andar
senta-te
espera
deixa o passado trazer esse sinal,
essa mão fria que te quer aquecer.
Sem mais, sem porquês...
quinta-feira, julho 26, 2007
Come Pick Me Up
Palavras que revolvem dentro da cabeça e nos desmontam num esforço continuo para nos refazermos. Um sentido próprio.
quarta-feira, junho 06, 2007
Baldes, baldinhos e braçadeiras cor-di-rosa
Também mereço.
Férias. As férias. Aquelas férias que ambiciono Há tanto tempo. Tanto que nem me lembro quando essa palavra começou a ser um tipo de bola de chumbo agrilhoada ao pé.
O tempo andava sempre desencontrado comigo. Marcava encontro e não aparecia. O sítio era mau feitio...nada servia, nada contentava as suas insatisfações burguesas... e assim se tranformava em novela a simples tarefa de deitar na areia e sorrir, na certeza que não se precisa de mais, nos próximos minutos.
Vou levá-los comigo. Umas férias de familia nuclear de tradições apostas e não opostas. Lá vamos nós munidos de braçadeiras cor-di-rosa, protectores solares grau 40, a Mafalda, O andré, o Chico, o Diniz e os seus botões...
Peço desculpa desde já a todos os que encontrar e se sentirem incomodados com as bolas, os saltos na piscina, o intenso interrogatório da minha prole com mania de Spanish Inquisition ( e como ninguém a espera ...), as discussões sobre a escolha do gelado, a Descoberta de Um Amigo, processada num timbre de tenor por dois pulmões pequeninos...enfim...eles no seu melhor.
Nesta casa a excitação reina...os sonhos saltam trampolim...com cuidadinho...não vão arranhar os joelhos.Mas eles estão muito contentes.
Eu estou feliz. Hoje. Sinto-me feliz, com eles junto a mim para partilhar essa felicidade.
A todos os que ficam por cá...deixem a simplicidade sair do bolso. Procurem o simples, o singelo, o sorriso alheio de quem passa e trespassa esta cidade...talvez encontrem a amiga Paz...e se o fizerem digam-lhe que a reconheci.
segunda-feira, maio 28, 2007
Anatomicamente tocado em mim...
"All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you
I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you
Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks
Yeah you do and I was made for youYou
see the smile that's on my mouth
Is hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess
No, they don't know who I really am
And they don't know what I've been through
but you do
And I was made for you..."
Brandi Carlile
"The story"
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you
I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you
Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks
Yeah you do and I was made for youYou
see the smile that's on my mouth
Is hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess
No, they don't know who I really am
And they don't know what I've been through
but you do
And I was made for you..."
Brandi Carlile
"The story"
Óh meu Santo Antoninho....
Sabes...tenho saudades tuas.
Repetitivas já sei! As palavras e as saudades. No nosso caso sempre se embrulharam bem.
Ás vezes revejo-te num copo de vinho, num cigarro mais animado, nos olhos da Catarina que brinca ás escondidas com o Adamastor.
Revejo o globo e imagino-te palpitante pelas ruas do mundo. Com uns olhos ávidos de vida, pormenores e detalhes...esses que são tijolo de ti.
Hoje sonhei-te. Uma vez mais, os sonos se riam ás gargalhadas. A meio do riso..aparecem -me imagens de ti, trazidas pela mão em surdina de um carteiro que não bate duas vezes. Fotos das gentes e paisagens tocadas por ti. Com cheiros teus.
Repetitivas já sei! As palavras e as saudades. No nosso caso sempre se embrulharam bem.
Ás vezes revejo-te num copo de vinho, num cigarro mais animado, nos olhos da Catarina que brinca ás escondidas com o Adamastor.
Revejo o globo e imagino-te palpitante pelas ruas do mundo. Com uns olhos ávidos de vida, pormenores e detalhes...esses que são tijolo de ti.
Hoje sonhei-te. Uma vez mais, os sonos se riam ás gargalhadas. A meio do riso..aparecem -me imagens de ti, trazidas pela mão em surdina de um carteiro que não bate duas vezes. Fotos das gentes e paisagens tocadas por ti. Com cheiros teus.
Começo a achar que sou uma cartada nas mãos do destino. Tanto(s) serendipity's ....
As saudades, essas feitas sardinhas, vêm aos molhos, salgadas por pequenas lágrimas de aroma quente.
Tenho uma cadeira para ti no meu alpendre, uma caixa de recados para dar e uma garrafa com o teu nome...não demores!
terça-feira, maio 22, 2007
Marradas na vida que deixam nódoa...
As decisões que tomamos na vida, justificadas por si só ou desculpas que nos damos, são como pedrinhas coloridas que se pegam aos bolsos, que vão ficando pesados. Por vezes, pegamos numa e tentamos deitá-la para fora da memória. Mas ela não deixa, ainda que frequentemente a deixe perder-se numa prateleira lá bem alta.
Acumulei pedrinhas de muitas formas e cores, muitas não assim tão bonitas. Atirei-as ao rio. Mergulhei depois á procura delas, na nacessidade de confirmar se a forma ou a cor ainda se mantinham, na procura de um sossego de bom coleccionador.
Quem foi nosso, de algum modo fundo ou a jeito de brisa, nunca se vai. Nunca totalmente. Fica ali num papel que a jeito de argumentista a saldo, a vida lhe destinou.
Pintadas a duas mãos, essas imagens serão quadros de uma casa sem portas, onde se entra pela janela e nunca se sai.Funde-se no corpo, como sangue e ar.
Gostava que uma fada me desse o condão de enxaguar lágrimas que se alimentam de mim.
Mas o meu reino de fantasia, faliu há muitos anos e hoje apenas posso embalar este meu coração pequenino que ás vezes doi, num desejo de esperança que o sorriso volte a amar essa alma.
Um dia o teu sorriso voltará aos meus olhos e quando esse dia chegar...haverá festa.
segunda-feira, maio 21, 2007
Aqui dentro de casa....
Ao ver o mundo dançar penso tantas vezes nessa teia de uns sentidos que por vezes, de tão embrulhados em novelos de medos, reticências e desculpas convenientes, nos fazem tropeçar, bater com a cabeça. Uma amnésia confortável que não nos deixa rever aquilo que em crianças, em sonhos de algodão com formas, lançamos ao vento.
Um dia a picada de uma outra agulha fará despertar o beijo do sonho enfeitiçado dia a dia. E olhamos-nos a um sorriso tímido. Quando os olhos namoram a voz, que entremelada vai querendo crescer e correr por tudo o que o impossível nos permite. Tanto! Deixa-nos um leque de escolhas que se fazem com a doçura de quem escolhe um brinquedo, com a excitação de quem escolhe a primeira mochila, com a ternura de quem dá um primeiro beijo.
Revisitando batalhas de um passado que nem sempre sangrou em mim, redescobri paisagens, cantares e gostos cozinhados em mim O peito mastro balança, mas aguenta. Verga-se ás tremuras da dúvida e esquiva-se ás teimosias da dor que quer ficar.
Alguem falava em fingir que a loucura é normal...
Queria provar a teoria da simplicidade. Do belo que resulta melhor. Da verdade que pode ser dita sem se tornar o peso do fim da corda. Por agora ...sigo caminho ...só... numa calçada que se constrói de bocadinhos. Uma esperança que amadureçe a cada olhar, despido de sombras, que se dá a troco....sempre a troco e enquanto há troca eu vou dançando por aqui...
Um dia a picada de uma outra agulha fará despertar o beijo do sonho enfeitiçado dia a dia. E olhamos-nos a um sorriso tímido. Quando os olhos namoram a voz, que entremelada vai querendo crescer e correr por tudo o que o impossível nos permite. Tanto! Deixa-nos um leque de escolhas que se fazem com a doçura de quem escolhe um brinquedo, com a excitação de quem escolhe a primeira mochila, com a ternura de quem dá um primeiro beijo.
Revisitando batalhas de um passado que nem sempre sangrou em mim, redescobri paisagens, cantares e gostos cozinhados em mim O peito mastro balança, mas aguenta. Verga-se ás tremuras da dúvida e esquiva-se ás teimosias da dor que quer ficar.
Alguem falava em fingir que a loucura é normal...
Queria provar a teoria da simplicidade. Do belo que resulta melhor. Da verdade que pode ser dita sem se tornar o peso do fim da corda. Por agora ...sigo caminho ...só... numa calçada que se constrói de bocadinhos. Uma esperança que amadureçe a cada olhar, despido de sombras, que se dá a troco....sempre a troco e enquanto há troca eu vou dançando por aqui...
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