sábado, janeiro 05, 2008

Suzanne Vega-Marlene On The Wall

Acordei com este tamborilhar na minha mente...

Conselho de amigo

Recomeçar

Não importa onde você parou...
em que momento da vida você cansou...
o que importa é que sempre é possível e
necessário "Recomeçar".

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
é renovar as esperanças na vida e o mais importante...
acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período?
foi aprendizado...

Chorou muito?
foi limpeza da alma...

Ficou com raiva das pessoas?
foi para perdoá-las um dia...

Sentiu-se só por diversas vezes?
é porque fechaste a porta até para os anjos...

Acreditou que tudo estava perdido?
era o início da tua melhora...

Pois é...
agora é hora de reiniciar...
de pensar na luz...
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Que tal
Um corte de cabelo arrojado...
diferente?
Um novo curso...ou aquele velho desejo de aprender a
pintar...
desenhar...
dominar o computador...
ou qualquer outra coisa...

Olha quanto desafio...
quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te
esperando.

Tá se sentindo sozinho?besteira...
tem tanta gente que você afastou com o
seu "período de isolamento"...
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu
para "chegar" perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza...
nem nós mesmos nos suportamos...
ficamos horríveis...
o mal humor vai comendo nosso fígado...
até a boca fica amarga.

Recomeçar...
hoje é um bom dia para começar novos
desafios.

Onde você quer chegar?ir alto...
sonhe alto...
queira o
melhor do melhor...
queira coisas boas para a vida...
pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos...
se pensamos pequeno...
coisas pequenas teremos...
já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente
lutarmos pelo melhor...o melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da faxina mental...
joga fora tudo que te prende ao passado...
ao mundinho de coisas tristes...
fotos...
peças de roupa, papel de bala...
ingressos de cinema,
bilhetes de viagens...
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados...
jogue tudo fora...
mas principalmente...
esvazie seu coração...
fique pronto para a vida...
para um novo amor...
Lembre-se somos apaixonáveis...
somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
afinal de contas...
Nós somos o "Amor"...

Paulo Roberto Gaefke

sexta-feira, janeiro 04, 2008

E aprendemos...

"Após um tempo,
Aprendemos a diferença subtil
Entre segurar uma mão
E acorrentar uma alma,
E aprendemos
Que o amor não significa deitar-se
E uma companhia não significa segurança
E começamos a aprender...
Que os beijos não são contratos
E os presentes não são promessas
E começamos a aceitar as derrotas
De cabeça levantada e os olhos abertos
Aprendemos a construir
Todos os seus caminhos de hoje,
Porque a terra amanhã
É demasiado incerta para planos...
E os futuros têm uma forma de ficarem
Pela metade.
E depois de um tempo
Aprendemos que se for demasiado,
Até um calorzinho do sol queima.
Assim plantamos nosso próprio jardim
E decoramos nossa própria alma,
Em vez de esperarmos que alguém nos traga flores.
E aprendemos que realmente podemos aguentar,
Que somos realmente fortes,
Que valemos realmente a pena,
E aprendemos e aprendemos...
E em cada dia aprendemos."

Jorge Luís Borges (Poeta Argentino, 1890-1986)

Quando se quer

"Quando se quer
da distância fazer
perto

Quando se inventa
do outro
a melhor parte

Quando se toma a lonjura
e por certo se tem do incerto
aquilo que não sabe

Quando se inventa na espera
o que adivinha
ser pelo excesso a linha do baraço

Quando a ausência vacila
no silêncio e traz de volta
o fogo no regaço."

Maria Teresa Horta

quarta-feira, janeiro 02, 2008

terça-feira, janeiro 01, 2008

Um momento Dourat


O ano velho já se foi, o ano novo já se cheira e o silêncio torna-se a companhia desejável. As crianças dormem, satisfeitas, quentes, sorridentes e expectantes destes novos dias ainda embrulhados. Lá fora, celebrantes compulsivos disparam para o ar, não sei se para matar o ano velho ou assustar o novo. No rosto daqueles que no frio se embalam e impulsionam á base de alcool, numa tentativa obrigatória de acreditar, ou numa expectativa idêntica a que se sente após a primeira relação sexual, reflecte-se um olhar vazio, efémero, sem cor.

Sento-me no sofã e olho para o meu presente de 2008, uma bela garrafa de Dourat. O meu presente. Abro-a devagar. Deixo-a respirar. Admiro-a e ao primeiro golo percebo porque me fascina sempre, de cada vez, mais uma vez.

Quando se chega ao fim, começa-se a pensar no início. Isso mesmo nos dá, também um bom vinho.

Eu penso em tantas coisas que 2007 me trouxe:


O vinho do ano: FLP Branco 2006 (Filipa e Luís Pato)

A surpresa do ano: Bairro Alto, um bar sem nome; e os Cure

O melhor momento: todos os dias quando senti um abraço e o beijo quente dos meus filhos;

O momento mais difícil: a escolha de uma vida

O Jantar do ano: Vírgula

O melhor presente: Uma caixa
Livro que mais gostei: Ultimato em Lisboa, Robert Wilson
Filme que mais me tocou: A vida dos Outros

O momento mais marcante: dia 1 de Janeiro de 2007

Desejo concretizado: deixar de roer as unhas

Melhor fim-de-semana: Vila Viçosa

Melhor Paisagem: Provença


Assim, de desejos para 2008 tenho:


Que me traga tantos momentos como estes, que me dê disponibilidade e serenidade para apreciar as pequeninas coisas boas da vida, que mê saúde e força, para trabalhar e aprender e ser uma boa mãe, que me continue a surpreender e que , no fundo...seja um pouco melhor.

domingo, dezembro 30, 2007

Caderno de filosofia 11º ano

"É terrível o destino das cartas. Mandámo-las assim, soltas de nós, como se fossem asas vivas e jamais as vemos regressar: perdemo-las para sempre. O acto de escrever representa o desepero, a impotência atroz de não podermos acompanhar a ponte que as palavras tecem."

Autor desconhecido, caderno de filosofia 11º ano

Não lembro a circunstância em que li estas palavras, tãopouco a razão pela qual as registei na capa de um caderno, contudo, hoje, talvez como então continuam a fazer sentido para mim. Soltar palavras pelo mundo em forma de carta ou de simples post-its amarelos que forram estórias passadas como as folhas de um outono brilhante, rosado e ainda quente, é um exercício de vida que nada tem de artístico ou memorável. É apenas um libertar de excessos de uma mente que corre, corre, na esperança de alcançar o derradeiro descanso.
As palavras que dei, foram muitas vezes as linhas onde me cosi, o cabo guia que me trás de volta. E, por vezes, quando anos depois voltam ás minhas mãos enrugadas, rasgatas, esbatidas pelo passar do tempo, trazem com elas outras palavras, novas memórias, sentimentos diferentes que me permitem reconhecer.

Enquanto se vai enterrando o ano que finda, e cada pá de terra se contabiliza os sucessos, as derrotas, as conquistas, as pessoas que entraram, os rostos que partiram, vem-me á boca o sabor bom de ter vivido, de ter sobrevivido, de ter crescido em mim.
Para o novo ano ambiciono reencontrar palavras e mãos que as escrevam e que me façam ao final de outro ano, saborear uma fatia mais deste bolo de gosto duvidoso que é a minha vida.