quarta-feira, outubro 27, 2004

Nada posso dizer que já não tenha dito, em palavras, metáforas, gestos, desejos.
Nada posso mudar desta forma de estar. De amar errante. De querer crescer.
Amanhã, talvez, nenhuma destas imagens será a minha realidade. Estarei a acordar de um sonho ou a cair de novo.
Hoje tomei uma decisão. Decidi deixar o mundo correr por mim, sem me deixar tropeçar por antecipação. Eu não tenho culpa. Ninguém tem. Mas sou culpada. Culpada de querer a minha família mais do que a própria vida, e ter de encontrar outro papel que possas desempenhar.
Não te quero magoar.Mas não me consigo explicar e tenho medo de te deixar triste. A tristeza não combina contigo. Não te fica bem.
Tu és o novo amigo da Maria. Tens que me ajudar a escrever a estória dela. Não temos de esquecer as cumplicidades. Apenas temos que as guardar. Só para nós.
Tinhas razão. Não foi só a nossa cumplicidade que detonou a bomba. Não. Mas é muito mais fácil viver sem felicidade, sem grande divertimento, quando essa é a realidade diária. Contigo...redescobri a beleza de sorrir nos teus olhos, as gargalhadas soltas, o teu coração grande que nos obriga a entrar.

O tempo vai mudar. A Maria recomeça e transforma. E tu continuarás a fazer parte da estória. Já não podes fugir. Não deixo. Apenas preciso de um tempo de disponibilidade mental para mim. Para estar suficientemente calma para salvar este "casamento" e acima de tudo fazê-los felizes. E a ti, MEU AMIGO, também.