terça-feira, maio 22, 2007

Marradas na vida que deixam nódoa...

As decisões que tomamos na vida, justificadas por si só ou desculpas que nos damos, são como pedrinhas coloridas que se pegam aos bolsos, que vão ficando pesados. Por vezes, pegamos numa e tentamos deitá-la para fora da memória. Mas ela não deixa, ainda que frequentemente a deixe perder-se numa prateleira lá bem alta.

Acumulei pedrinhas de muitas formas e cores, muitas não assim tão bonitas. Atirei-as ao rio. Mergulhei depois á procura delas, na nacessidade de confirmar se a forma ou a cor ainda se mantinham, na procura de um sossego de bom coleccionador.


Quem foi nosso, de algum modo fundo ou a jeito de brisa, nunca se vai. Nunca totalmente. Fica ali num papel que a jeito de argumentista a saldo, a vida lhe destinou.
Pintadas a duas mãos, essas imagens serão quadros de uma casa sem portas, onde se entra pela janela e nunca se sai.Funde-se no corpo, como sangue e ar.
Gostava que uma fada me desse o condão de enxaguar lágrimas que se alimentam de mim.
Mas o meu reino de fantasia, faliu há muitos anos e hoje apenas posso embalar este meu coração pequenino que ás vezes doi, num desejo de esperança que o sorriso volte a amar essa alma.
Um dia o teu sorriso voltará aos meus olhos e quando esse dia chegar...haverá festa.

segunda-feira, maio 21, 2007

Aqui dentro de casa....

Ao ver o mundo dançar penso tantas vezes nessa teia de uns sentidos que por vezes, de tão embrulhados em novelos de medos, reticências e desculpas convenientes, nos fazem tropeçar, bater com a cabeça. Uma amnésia confortável que não nos deixa rever aquilo que em crianças, em sonhos de algodão com formas, lançamos ao vento.

Um dia a picada de uma outra agulha fará despertar o beijo do sonho enfeitiçado dia a dia. E olhamos-nos a um sorriso tímido. Quando os olhos namoram a voz, que entremelada vai querendo crescer e correr por tudo o que o impossível nos permite. Tanto! Deixa-nos um leque de escolhas que se fazem com a doçura de quem escolhe um brinquedo, com a excitação de quem escolhe a primeira mochila, com a ternura de quem dá um primeiro beijo.

Revisitando batalhas de um passado que nem sempre sangrou em mim, redescobri paisagens, cantares e gostos cozinhados em mim O peito mastro balança, mas aguenta. Verga-se ás tremuras da dúvida e esquiva-se ás teimosias da dor que quer ficar.

Alguem falava em fingir que a loucura é normal...

Queria provar a teoria da simplicidade. Do belo que resulta melhor. Da verdade que pode ser dita sem se tornar o peso do fim da corda. Por agora ...sigo caminho ...só... numa calçada que se constrói de bocadinhos. Uma esperança que amadureçe a cada olhar, despido de sombras, que se dá a troco....sempre a troco e enquanto há troca eu vou dançando por aqui...