sexta-feira, outubro 19, 2007

O cromo da semana

O cromo da semana

Apesar do habitual sentido atribuido à expressão, na realidade ela para mim tem um outro significado. Rotula um conjunto de personagens que de algum modo me passam pela vida e em pequenos lapsos de tempo participam daquilo que sou ou do que me tento tornar, brilhando pelas suas diferenças, pelas palavras mordazes ou pelo simples facto de me fazerem rir...
O cromo desta semana é o G.P, que ganha este título pela sua capacidade de me ajudar a relativar e me roubar, a custo, alguns sorrisos sinceros.
Cruzamos-nos por motivos pouco simpáticos há cerca de 1 ano e meio e a contragosto de ambas as partes ficamos profundamente ligados. De vítima da minha ironia e pouca capacidade de confiar tornou-se de início o mais ingrato confidente de um rol de segredos que não raras vezes o fazem corar de vergonha, outras rir e em algumas alturas ficar á beira de verter uma lágrima. Devagarinho, muito devagarinho foi aprendendo a aceitar as minhas características pouco comuns, os meus gostos incorrectos e a minha mania de absorver realidades que tantas vezes não passam de distorções do meu sentir.
Partilhamos por motivos distintos uma fixação por motos que nos coloca em vias opostas da estrada mas que sempre nos conduz a algumas gargalhadas valentes.

O GP mecânico diz ao contrário dos comuns toda a verdade, não aldraba no preço das coisas e, meio sem querer acaba a dar umas borlas...que se agradecem mas não se aceitam, porque se a esmola é grande o santo desconfia..

Gosto dos nossos encontros imediatos de terceiro grau, separados pelo espaço que não nos deixa abraçar e nem a medo encostar.
Esta semana descobri que ao contrário do que lhe é permitido, gosta de mim. Genuinamente conhece-me, não me entende, perde-se pela minha vida, questiona-se, mas sempre, mas sempre aceita...

Um dia, fica combinado estaremos ambos do mesmo lado da estrada, num passeio de puro prazer partilhado. Iremos fazer uma corrida sem batota e no fim, sentaremos os dois a beber um belo copo de vinho ao final de uma conversa, com mãos, private jokes, e muitos abraços por cobrar.

Hoje, pela tentativa esforçada de devolver algum humor deixo-lhe algo mais que, sem saber, partilhamos...e pela boca...morre o PEIXE.

1 comentário:

Chloé disse...

Não são só as forças que nos unem, também as fraquezas!