sexta-feira, dezembro 14, 2007
Fim do stress hidríco
Hoje senti que todas as palavras que proferi, escrevi, ou publiquei formam uma espécie de cabo que vai prendendo outras vidas e histórias em mim. Umas passaram por momentos fugazes outras que passaram a fazer parte daquilo que constitui o meu colectivo eu. . Algumas que se perderam sem sentido.
Como qualquer cabo carregado em excesso parte, e os “penduras” se espalham pelo chão vejo-me agora sentada, tranquila e serena, no meu silêncio, a escolher as histórias e personagens que devem ficar para além de mim.
Assim, o silêncio consciente assemelha-se a uma tesoura de poda, que tem que executar uma monda em verde, para que , pela diminuição do excesso de palavras e pessoas, fique um sumo mais concentrado e uma película mais rosada que se possa produzir outros vinhos tão diferentes.
Como qualquer cabo carregado em excesso parte, e os “penduras” se espalham pelo chão vejo-me agora sentada, tranquila e serena, no meu silêncio, a escolher as histórias e personagens que devem ficar para além de mim.
Assim, o silêncio consciente assemelha-se a uma tesoura de poda, que tem que executar uma monda em verde, para que , pela diminuição do excesso de palavras e pessoas, fique um sumo mais concentrado e uma película mais rosada que se possa produzir outros vinhos tão diferentes.
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Apeadeiro do sono...
A vida deve construir-se sobre definições e significados e não sobre exercícios de figuras de estilo.
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Lar
Finalmente o coração vai ficando sem palavras gastas e tristes ,de coisas que ficaram por dizer. Os olhos estão a limpar a casa e ganharam espaço para novos sorrisos. A cabeça vai-se arrumado por ordem cronológica e de relevância, e no meio desta reabilitação urbana vai-se relativizando todo um conjunto de situações futuras. É um processo demorado e lento de reconstrução da casa, desde o revolver das terras inundadas, ao fundear de novos pilares de um novo lar.
De vez em quando a empreitada sofre um revés. Uma brisa mais zangada, uma chuva mais intensa abala as estruturas.
Em vez de ficar ali a torcer de medo que a obra desabe antes mesmo de estar concluída, procuram-se outras mãos que ajudem a trabalhar. Uns a troco de nada, outros a troco de uma refeição quente e de uma bebida doce. Alguns porque é suposto. Alguns por excesso de voluntarismo.
A casa vai ficando cada vez mais bonita, mais improvisada, mas mais colorida. Ainda não tem cadeiras para descansar as pernas. Ainda não tem cama para limpar a poeira dos detalhes dos dias. Não tem tapetes para esconder o que não se quer aceitar.
Mas tem um quadro. Uma bela pintura que se refaz todos os dias para nos surpreender.
Devagar, devagarinho vai crescendo em nós, nos rabiscos do projecto que vou escrevendo, nos retalhos de tecidos iluminados que vou colando.
A vista da janela grande da pequena sala tem o Chiado, o Castelo, o Rio, o Bairro, a música, os carros, os turistas, os pedintes, a luz…e tudo o que os nossos olhos desimpedidos conseguirem abarcar.
De vez em quando a empreitada sofre um revés. Uma brisa mais zangada, uma chuva mais intensa abala as estruturas.
Em vez de ficar ali a torcer de medo que a obra desabe antes mesmo de estar concluída, procuram-se outras mãos que ajudem a trabalhar. Uns a troco de nada, outros a troco de uma refeição quente e de uma bebida doce. Alguns porque é suposto. Alguns por excesso de voluntarismo.
A casa vai ficando cada vez mais bonita, mais improvisada, mas mais colorida. Ainda não tem cadeiras para descansar as pernas. Ainda não tem cama para limpar a poeira dos detalhes dos dias. Não tem tapetes para esconder o que não se quer aceitar.
Mas tem um quadro. Uma bela pintura que se refaz todos os dias para nos surpreender.
Devagar, devagarinho vai crescendo em nós, nos rabiscos do projecto que vou escrevendo, nos retalhos de tecidos iluminados que vou colando.
A vista da janela grande da pequena sala tem o Chiado, o Castelo, o Rio, o Bairro, a música, os carros, os turistas, os pedintes, a luz…e tudo o que os nossos olhos desimpedidos conseguirem abarcar.
Um dia depois do amanhã....
Tens o meu abraço. Sabes que sim. Sabes que ainda que longe pelos muros que a vida impõe. Eu conheço-te. Eu reconheço-te. Eu descubro-te todos os dias um pouquinho mais.
No silêncio dás-me prendas. Aqueces-me as mãos frias. Envolves-me o peito que corre a passos curtos pela cidade á procura do lugar mudo.
Sabes que choro, que rio, que desafino, que faço o pino, que ralho, que me zango, que não entendo, que não quero entender. Que não sou boazinha. Que sou feia. Que sou linda.
Podes ser mau, ofegante, prepotente, distante, falso, comunista, bloquista, benfiquista, extremista, sedutor, amante, amigo, professor, estranho. Podes nem aparecer só para dares um ar da tua graça.
Já me viste de todos os ângulos mas não viste os ângulos todos.
Sabes que tricóto a minha manta com fios de paciência e perseverança todos os dias antes de dormir.
Um dia essa manta vai aquecer-nos numa noite fria mas inundada de luz e estrelas.
Tu sabes que eu sei.
No silêncio dás-me prendas. Aqueces-me as mãos frias. Envolves-me o peito que corre a passos curtos pela cidade á procura do lugar mudo.
Sabes que choro, que rio, que desafino, que faço o pino, que ralho, que me zango, que não entendo, que não quero entender. Que não sou boazinha. Que sou feia. Que sou linda.
Podes ser mau, ofegante, prepotente, distante, falso, comunista, bloquista, benfiquista, extremista, sedutor, amante, amigo, professor, estranho. Podes nem aparecer só para dares um ar da tua graça.
Já me viste de todos os ângulos mas não viste os ângulos todos.
Sabes que tricóto a minha manta com fios de paciência e perseverança todos os dias antes de dormir.
Um dia essa manta vai aquecer-nos numa noite fria mas inundada de luz e estrelas.
Tu sabes que eu sei.
terça-feira, dezembro 11, 2007
A melhor mensagem dos ultimos tempos...
"...sabes, as dores que nos revoltam ensinam-nos a encarar a serenidade como um bem necessário mesmo q por dentro ardas violentamente.Não anseies pelo q foste deseja o que és e vais ser.Dá um sorriso à tua vida e vais receber uma gargalhada.Leva-te ao extremo se precisares mas sem nunca te extremares."
Explica-me como se tivesse 5 anos e fosse uma pirosa....
TER OU NÃO TER NAMORADO? EIS A QUESTÃO
"Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrimas, nuvens, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado, namorado mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira; basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim não tem nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria e drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinicius de Moares ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; da ânsia enorme de viajar para a Escócia de avião ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não descobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show de Milton Nascimento, bosques, ruas de sonho ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu amado ser paquerado.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com as margaridas ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. "
Carlos Drummond de Andrade
"Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrimas, nuvens, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado, namorado mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira; basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim não tem nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria e drible no trabalho. Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinicius de Moares ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; da ânsia enorme de viajar para a Escócia de avião ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não descobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show de Milton Nascimento, bosques, ruas de sonho ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu amado ser paquerado.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com as margaridas ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. "
Carlos Drummond de Andrade
Risos e sorrisos
"Não há cosmético mais eficiente para manter a beleza feminina do que a felicidade."
MILLÔR FERNANDES
MILLÔR FERNANDES
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