sexta-feira, abril 13, 2007

Vertigens


Os baloiços são a minha expressão máxima de uma liberdade desejada mas controlada, que tantas vezes me ajudou a ponderar.

Desde miúda que adoro baloiços, embora não me lembre muito desses momentos na minha curta infância.

Na minha fase louca de teenager ou de universitária errante, bastava sentir a euforia de uns copos ligeriramente perdidos ou a companhia de um ser extraordinário áquela hora da madrugada para desatar a correr e saltar muros, fugir aos seguranças e apenas baloiçar.


O desiquilibrio controlado, o vento na cara, a noite, sempre me ajudaram a reflectir, a encontrar uma serenidade de corpo e alma para todo o meu universo ser um pouco mais rosa. Choque, claro.


Por todos esses motivos deixo-me levar hoje, uma vez mais. Mas num balouçar menos seguro, menos frio, mais infantil. E o vento vai-me trazer a resposta á pergunta mais dificil que fiz.

Em palavras que são de cor, errantes, perdidas de outros momentos, de outras prisões, de santos segredos.


Relembro rostos e nomes e algumas pessoas. Risos. Espirros de alma de tanta gente que se ria. Não de mim, mas comigo.


Recordo que o mundo é bom. Intrinsecamente doce, quando não temos que ser o mundo de alguém e apenas nos basta levantar os pés e deixar a alma dançar.


Hoje vou dançar. Para mim. Dentro de mim. No meu baloiço.

Recado

"That I Would be Good "


That I would be good even if I did nothing
That I would be good even if I got the thumbs down
That I would be good even if I got and stayed sick
That I would be good even if I gained ten pounds
That I would be fine even if I went bankrupt

That I would be good if I lost my hair and my youth
That I would be great if I was no longer queen
That I would be grand if I was not all knowing
That I would be loved even when I numb myself
That I would be good even when I am overwhelmed
That I would be good even if I was clingy

That I would be good even if I lost sanity
That I would be goodWhether with or without you"

bY Alanis Morrisett

quinta-feira, abril 12, 2007

cultivar para colher

Todos vocês sabem porquê no meu jardim vive um girassol. Nos ultimos invernos vocês têm sido o meu sol. Por aqui as sementes continuam a crescer enquanto a minha primavera começa a despontar.
O meu pomar doce vai ficar lindo e sucolento e todos serão convidados para o festim.
A todos os que não me deixam esquecer ou lembrar em vários minutos do meu dia:

Noélia, Susana, Hugo, João, Sandra, MAC, Catarina, Nuno, Gustavo,Janet, Jorge, Partilhas , Riacho Anabelle, Pilar, Guilherme, Micá e de um modo particularmente ausente e sem bússula...Foka.

O mundo visto do Ovo Kinder


Eu tenho uma princesa linda. Cheia de atitude, convicção e uma doçura nunca gratuita. A minha Barbie Malibu, na longa experiência dos seus 4 anos, tem uma visão de um mundo que não é branco, nem rosa ou amarelo, mas ás riscas. Riscas essas que são verticais. Um arco-íris que cresce sempre sem limite.

Apesar de não ser uma criança dada ela gosta numa medida exacta. Convicta. Intensa. Ama com a mesma desfaçatez que detesta e por muitas Hello Kittys que nos propunhamos dar e ela, astuta decide aceitar, não suporta qualquer noção de falsidade e injustiça. No alto do seu castelo de princesas, que com esperança espero que mantenha para sempre, vai partilhando pensamentos bailarinos que fundamenta antes de nos presentear.


Esta noite, enquanto adormecia no meu colo, semi-embalada pela febre e saudades do seu cavaleiro - o mano-, disse-me com uma certeza inabalável:


-"Sabes mãe, chorar é bom. Chorar é dar carinho ao coração. Quando choramos baixinho, o doi-doi adormece"


A Goma gigante de um principe que já não é dela continua feliz a aprender a ser gente pequenina.

quarta-feira, abril 11, 2007

Descomplicar o sangue em novelos de esperança


A natureza, o mundo, o acaso, o destino para muitos dão-nos sinais que nem sempre os nossos olhos razos veem. Mas mesmo quando a vida se nos tropeça pelas pernas há sentidos que nos prendem ao sonho e à esperança. Coisas tão fortes e tão inexplicáveis que vão e veem na mesma medida do sono.
Um dia tudo se torna claro, num recado que uma força suprema nos manda.Nem sempre bom. Num sorriso que nos faz acreditar em todos os jogos de destino que brincavamos em criança.
lembro-me de alguem que desejou um amor com um olho de cada cor.Com uma perna maior que a outra, ruivo e cheio de sardas. Pensou que sonhar o impossível lhe faria olhar o possível com outras prioridades. Mas o impossível também acontece.
A paciência é coisa de sábios. Uma prova de maestria. Um forte dom de paz.
Eu não sei pacientar. Esperar.
Vivo em correrias contra a vida, numa tropelia de sentidos, de sentir, numa esperança combustível.Deveria dizer vivia. Hoje, depois de uma lavagem ao estômago de mim, ás alegrias, sonhos e medos que me alimentam, encontrei uma paz em terra fértil.

Vou plantar:

Sementes de tranquilidade

em terras de paz com mistura de sensatez

regar com muita partilha

e ver os frutos crescer, nascer e morrer

numa ordem natural e serena

embelezado num vaso normal,

completamente vulgar.

Porque o simples resulta sempre melhor.

terça-feira, abril 10, 2007

Uma partida



O que têm estes dois em cumum....

Um amigo á soleira da porta


Nem sempre um cigarro é um cigarro.

Nem sempre um cigarro é apenas um vicio.

Ás vezes é um pretexto, outras um sinal, tantas uma carta. Um amigo.

Um dia conheci um cigarro. Um outro sabor. Um outro aroma. Um calor.

Daqueles que na ponta de um sorriso enchem uma sala. Não de fumo. Nem de poluição mas de risos e gargalhas.

Fumei um cigarro desses.

Trouxe-me uma pessoa maravilhosa. Um saber extremo. Uma compaixão desmedida.

Detrás daquele sorriso de quem só queria ficar um pouco estava uma vida. Que nunca partiu.

Hoje esses sorrisos são vários, as mesmas gargalhadas cantam longe e cheias de força.

Um vento quente e bom que de vez enquanto aparece.

E tu também.

Quando quiseres....


Bar da Vinha

Maio de 1994


segunda-feira, abril 09, 2007

Arco- Iris


Choveu na minha vida o suficiente para ter encontrado o arco-íris.

As nossas prioridades na vida são tantas vezes as dos outros. O trabalho, a familia, os filhos, o politicamente correcto. O querer mudar o mundo. O lutar por uma causa melhor.
E na turbulência deste guião mal escrito que é a vida esquecemo-nos.
Esquecemo-nos que a maior prioridade somos nós.
Esquecemo-nos que não vale ter asas se não queremos voar.
As tintas de nada servem sem a inspiração para pintar.
A fé perde o caminho se não houver em quem acreditar.
Os sonhos tornam-se pesos vazios se não houver pernas para correr.

Soltei as pernas, fiz as pazes com a minha cidade.
Deixei para trás lembranças, tesouros, medos e fantasias.
Fechei o casulo e deitei a chave fora.
Corri dentro de mim.
Esgotei até não restar nada.
Chovi cada milimetro da esperança.

Descalcei a vida e sentei-me.
Um minuto, uma hora, uma semana, um segundo.
Uma dimensão de mundo.

Despi-me.
Abri as asas e deixei-me ir.
Encontrei o arco-iris...depois de desistir do pote.

A paz vai chegar...embrulhada num perfume da Primavera.
Desta ou de uma outra qualquer.

Despedidas adiadas


Algures perdido nesta cidade anda um Lobo Mau Cawboy. Talvez ande perdido por entre pregões e declarações, aprendendo que muitas vezes "boys do cry". Do fundo de uma adolescência particularmente intima e sincera trouxe segredos contados numa vida clarabóia de onde se espreita em noites de lua cheia. E porque as metáforas da memória enchem minutos de sorrisos, aqui fica uma lembrança.Palavras que ensinaste e que hoje também são minhas. As minhas...

Santa Cruz da Trapa
Verão de 1991


Pictures Of You

"I've been looking so long at these pictures ofyou
that i almost beleive that they're real
i'vebeen living so long with my pictures of you thati almost believe
that the pictures are all i canfeel
remembering you standing quiet in the rain as
i ran to your heart to be near
and we kissed as the sky fell in
holding you close how i alway
sheld close in your fear
remembering yourunning soft through the night
you were bigger
and brigther
than the snow and
screamed at the make-beleive
screamed at thesky and you finally found all your courage to
let it all go
remembering you fallen into my arms crying
for the death of your heart you were stonewhite
so delicate lost in the cold you were
always so lost in the dark
remembering you
how you used to be slow drowned
you were
angels so much more than everything oh hold
for the last time then slip away quietly open
my eyes but i never see anything
if only i had thought of the right words i could
have hold on to your heart if only i'd thought of
the right words i wouldn't be breaking apart all my pictures of you
Looking So long at these pictures of you
but i never hold on to your heart
looking so long for the words to be true
but always just breaking apart my pictures of you
there was nothing in the world that i everwanted more than to feel you deep in my heart
there was nothing in the world that i everwanted more than to never feel the breaking
apart all my pictures of you"

The Cure