quarta-feira, novembro 03, 2004

Reaprender a errar

Caminhava, sem sentir os pés, sem sentir o chão, numa calçada que a levava para lá do que era, do que foi e do que queria ser.Não olhou para trás. Não se permitiu tentar perceber, acreditar. E caminhou. Aquelas palavras ecoavam por um cabeça há muito transformada em caldeirão mágico, que entre feitiços e poções lhe vai dando força para continuar. Maria sentia-se viva. Tão viva que ainda que morresse não a poderiam agarrar.Compilava tudo o que se passou no último mês. Arrumou o passado na prateleira. As estórias da nossa vida, os personagens, os medos e a as dores são como livros, que mantemos á cabeceira da cama por muitos anos, até que uma nova história nos agarra, nos resgata os sentidos, e nos permite arrumar um livro acabado.
Sentia-se zangada com a vida. Mas de tal forma zangada, que se sentia feliz. Feliz por sair de um marasmo de espírito que fez cada dia ser igual ao anterior, que deitou por terra ideias, lutas, pensamentos e a transformou naquilo que foi importante para o mundo de algúem. Nunca gostou de lutas fáceis, de pessoas transparentes, de sitios clean.
Valparaíso recuperou a sua visão. Abriu-lhe os olhos tal Cindarela num coma induzido. Aquela decadência de uma cidade parada no tempo, em que apenas a alma tem asas e voam e naufragam todos os sentidos, sem que alguma vez se deixe por dizer ou fazer a vida.
O sono não vinha, e ela mais uma vez veste a pele de menina mal comportada e prepara-se para sair. A rua é uma cama grande e quente onde descança o coração. O barulho dos carros, os movimentos dos corpos, os cheiros dos outros. A confusão. As palavras de quem passa e a leva de arrasto presa a emoções que não são suas. A chuva. Sempre a chuva.
Tinha uma missão a cumprir. Permitir secar a roupa da alma de alguém que escorre olhos fora. Curiosa a forma como a vida põe as pessoas em nós. Pensava na sua amiga, na tristeza tocava uma voz que sempre lhe parecera brilhante., mas que desconfiava esconder o mapa de um qualquer local do crime. De um crime que tantas vezes se comete. O de esconder a dor detrás de armaduras fashion, de fantasias loucas, de camas diversas.

Maria nunca teve muitas amigas. Dizia ela que a sua visão masculina e até certo ponto machista, despertava em muitas mulheres uma bissexualidade latente, de quem gostaria de experimentar a realidade nuns olhos mais abertos.


( Pedimos desculpa pela interrupção a emissão segue dentro de momentos)

quarta-feira, outubro 27, 2004

Nada posso dizer que já não tenha dito, em palavras, metáforas, gestos, desejos.
Nada posso mudar desta forma de estar. De amar errante. De querer crescer.
Amanhã, talvez, nenhuma destas imagens será a minha realidade. Estarei a acordar de um sonho ou a cair de novo.
Hoje tomei uma decisão. Decidi deixar o mundo correr por mim, sem me deixar tropeçar por antecipação. Eu não tenho culpa. Ninguém tem. Mas sou culpada. Culpada de querer a minha família mais do que a própria vida, e ter de encontrar outro papel que possas desempenhar.
Não te quero magoar.Mas não me consigo explicar e tenho medo de te deixar triste. A tristeza não combina contigo. Não te fica bem.
Tu és o novo amigo da Maria. Tens que me ajudar a escrever a estória dela. Não temos de esquecer as cumplicidades. Apenas temos que as guardar. Só para nós.
Tinhas razão. Não foi só a nossa cumplicidade que detonou a bomba. Não. Mas é muito mais fácil viver sem felicidade, sem grande divertimento, quando essa é a realidade diária. Contigo...redescobri a beleza de sorrir nos teus olhos, as gargalhadas soltas, o teu coração grande que nos obriga a entrar.

O tempo vai mudar. A Maria recomeça e transforma. E tu continuarás a fazer parte da estória. Já não podes fugir. Não deixo. Apenas preciso de um tempo de disponibilidade mental para mim. Para estar suficientemente calma para salvar este "casamento" e acima de tudo fazê-los felizes. E a ti, MEU AMIGO, também.

quinta-feira, outubro 21, 2004

Psst!Psst!
Sim. Tu. Pateta. Senta-te ai. Tenho passado as noites em claro pensando. Construindo castelos de cartas que, voluntariamente, faço cair instantes depois. Penso o quanto gosto de ti. Um gostar genuíno.Daqueles que nos caem no colo e feito cachorro se vão aninhando. E quando sacudimos a nossa realidade, percebemos que temos um pequeno presente nos nossos braços. És uma joía. Uma surpresa perfeita, mas...um presente envenenado. A culpa não é tua, tãopouco minha. São azares circunstânciaIs de uma carreira que se apanha a meio do percurso. Depois de entrar não se pode sair em qualquer apiadeiro. Tu fazes parte da minha vida. Não te posso expulsar.Não o quero. Mas tenho de te largar por dentro, dar-te espaço para naufragar por Lisboa. Manter distâncias fisicas, telefónicas mas sem nos perdermos. No entanto, tudo isto que te digo não sei se o consigo cumprir. São desejos de paz que cogitam no ninho das minhas fantasias, que se não as fecho, ganham asas e atropelam o meu mundo, já do avesso. Valores mais altos se levantam ( mais pequenos, mais lindos, mais perfeitos, mais únicos, mais meus). A ti só te posso pedir desculpa. Desculpas de te ter deixado entrar e conhecer um pouco das minhas estórias, sem te empurrar no final de cada capítulo, para a tua vida.
Também te quero fazer um desafio. Um que sei que aceitarás. Tenho tanta certeza como a que brota no teu olhar de força, magia, paixão. O teu mundo perfeitamente ás avessas que me serve de porto seguro.
Pois é...o desafio. Uma grande caçada. Tu e eu em Moçambique, dentro de 3 anos. Uma semana só nossa. Sem nove. Sem meia. Só nós os dois. Para perceber, para permitir, para voar. Para ser. E sempre para sorrir.
O apiadeiro final poderá estar mais perto. Mas dentro deste horário cronometrado da minha vida guardo a liberdade. Que quero que seja tua e minha e nossa. Temos tempo para o planear. Para falar. Para viver. Para sorrir.
Obrigado por me recordares o calor do sorriso.
Não te doi a cara...?

sexta-feira, outubro 08, 2004

Universo Paralelo.

Hoje perguntaram-me o que achava dos conhecimentos "internéticos". Sinceramente? Não sei. Mas tão pouco quero saber o que é correcto dizer ou pensar. Sempre, na minha curta vida, tentei fazer aquilo que achava melhor. Não obrigatoriamente o mais correcto, mas sim o que me fazia melhor. O que queria. O que me dava na real gana. Claro que depois sofria as consequências do desajuste social, da crítica velada da família, do desapontamento dos amigos. Mas o que me fazia sentir pior era o facto, de na maioria das situações eu ter plena consciência que iria fazer asneiras. Mas queria. Mais que tudo. Podia.
O mesmo se passa com todos nós, vagabundos do nada, corações periféricos, carpideiras alheias.P or isso recorremos aos blogs, aos chat, que substituem hoje as escritas na coluna de mensagens do Blitz. Todos nós precisamos conhecer pessoas, de descobrir rostos novos, timbres escondidos e cheiros vadios. Todos necessitamos matar a curiosidade, sem necessáriamente ver o gato.
Por mim...já conheci gente maravilhosa na net. Que me faz sorrir, chorar, pensar. Mas que acima de tudo me faz companhia, quando tantas as vezes as horas se tornam demasiado pesadas. Sempre assumi que falam a verdade. Aquela que sentem, mais do que a que vivem e que se confunde na realidade.Só pode ser assim. Só assim nos surpreende alguem. Só assim se começa algo. Seja lá o que for que o dia seguinte, o post seguinte, o cafézinho nos traga. Estas pessoas fazem parte da minha vida, mesmo quando passo por elas na rua e não as reconheço.
Mas acima de tudo eu escrevo, porque quero. Porque preciso. Porque posso. Quantas mulheres isoladas no Portugal Profundo, perdidas entre a lavoira e o meda da autoridade, do bem ser, não dariam tudo para poder desabafar assim. Dar-se assim. Virtualizarem-se, em vez de se martirizarem.

Partilhas...gosto tanto de ti, do real, do surreal, mas acima de tudo do normal sentimento de dar. De partilhar. De permitir.




quarta-feira, outubro 06, 2004

Para que não tenhas dúvidas....

Que dificil és hacer.....en un sinca 1000

Não és só tu que pensas. E não te esqueças ...cada pensamento que calas se perde e perde-se parte de ti. Deixa-te encontrar.

" English man in NY"

Welcome, Bemvindo; Bien Venido...
Sei que estás aí divagando pela cidade. A mudança. A grande mudança. Aquela que te irá virar a vida do avesso. Não há estacionamento. É mau. Podia ser pior. Podia não haver estacionamento. O quarto ser uma porcaria. Podias ser tonto!!!Mas nem tudo é mau. Tens amigos. Poucos mas bons. E agora que as "classes" começam, espero que não te esqueças de continuar a partilhar momentos, com os amigos e que permitas que te acompanhe nesta tua descoberta da cidade, dos limites, da força, da paciência, de ti.
Gostei da mensagem. Não do conteúdo. Sim, gostei do conteúdo, também. Mas acima de tudo gostei que te tivesses lembrado. Talvez ao olhar da janela, onde se reflecte sempre um pouco daquilo que somos.
Porque o destino nos arrasta. Nos faz tropeçar nos pés da calçada. Nos faz ter sede. E um vinho é sempre mais que um motivo para uma nova amizade. É talvez o canal. Mas é acima de tudo...uma boa companhia.

Volta sempre. As portas estão abertas. Escreve o que quiseres.

sexta-feira, outubro 01, 2004

Pensei em vocês....e nos outros...

Há um ano atrás comecei uma nova vida. Uma nova fase, de descoberta, de procura de um estar na vida, menos complicado, mais calmo, mas acima de tudo, uma procura de mim. Daquela que ficou perdida na calçada dos 20's. Coincidência ou não, conheci um grupo de pessoas que ainda hoje me espantam. Com o coração na boca, com as mãos na vida, com um sangue limpo, azul, preto, amarelo ás pintinhas.Essas pessoas acolheram-se. Brincaram. Aprenderam, ensinaram...E nos momentos livres deram-se.
Primeiro foi o Alves. O grande Alves. Ninguém fica indiferente áquela lata e desfaçatez que nos mostra como foi feito este país. As estórias únicas, as piadas simples mas mordazes, a capacidade de fazer da vida um instrumento, uma farramenta, o olhar maroto de Tom Sawyer. Quando não estava...todos o lamentavam. Miranda. O meu Miranda. A minha alma gémea, livre, solta ainda com pernas para andar.A educação que já não se encontra. A simplicidade. As coisas simples, são mais belas e funcionam melhor. O "QuasiBimbo". Ele próprio se apelidava assim. As nossas "conversas pedagógicas", no escuro da Quinta. O suspense. O twin Peaks saloio. Não se imagina a saudade desses momentos.



sábado, setembro 04, 2004

Vinho bem esgalhado ou uma visão prática

www.winexmag.com

Muita Louco!!!Isto é que falar!!

Um chocho do George Clonney ou uma garrafa de Barão de B

Beber um Barão de B branco ( Alentejo)deve ser como ser beijada( ao de leve) pelo George Clooney. É atraente, encorpado, equilibrado ( pelo menos parece) rico, aberto mas o suficiente para deixar perceber um desenrolar uma noite de surpresas. Uma amostra de elagância um pouco/nada exôtica, com o fumo a marcar presença e um travo apimentado a crescer água na boca.
Um copo de sonho....

Não sei bem...

Porque ainda teimo. Escrever passou de um acto de libertação, de catarse, para um sofrimento calado. Não consigo escrever, as palavras são arrancadas aos solavancos e não querem ser paridas. Bloqueio de escritor, dizem alguns. Título bonito para algo que transparece um problema bem maior. A falta de inspiração. Cada um procura na sua vida algo que lhe envolva os sentidos, que desperte os instintos, que debite magia em forma de letras. Eu era capaz de o fazer. Mas já não o sou. Comecei este blog para poder lutar com os meus fantasmas e reaprender. Conseguir libertar o tanto que aqui tenho e não consigo dizer.
Batonnage, para quem não sabe é uma técnica utilizada as adegas. Pois é...o vinho tem um papel vital na minha vida.É o que me inspira, surpreende, me faz sonhar. Descobrir as multiplas variedades, tipologias, estilos de vinho no mundo é uma das tarefas de Hércules, mas um desafio de uma vida, uma forma de inconformismo. Isso e convencer os amigos, que um bom copo de vinho lhe pode dar mais garantias de aprendizagem que uma qualquer loura de aromas enfadonhos, sempre iguais e que nunca nos surprenderá. É preciso arriscar, provar, cuspir, delirar e continuar dia após dia a tentar. Despir esse capote de falsa hipocrisia e deixar de considerar esse combústivel do espirito livre e despreocupado, como uma bebida de elite, um culto snob ou simplesmente quadrado.A beleza do vinho reside no facto de ele ser um arco-iris de sensações, emoções e estádios de percepção. Existe um vinho para cada personalidade, para cada ocasião, para cada circunstância. Quem definiu que o vinho era algo para tomar com uma refeição super bem confecionada, ou num bom restaurante ou com uma companhia especial? Claro que é preferivel atingir-se o momento perfeito, mas, infelizmente, o nosso quatidiano nem prima pelo abonar de momentos perfeitos. E quem come comida congelada preparada no micro-ondas, enquanto janta sozinho em frente a um qualquer documentário de televisão, não ganhará mais se poder ter por companhia um copo de um bom ( para si)vinho que se vai descobrindo, enquanto os aromas se libertam, se abrem, se transformam com o aumento de temperatura. Não é assim que também nós reagimos?Dismistifiquemos o vinho. Ele é muito mais que uma mera bebida, é muito mais que um néctar dos deuses. Um bom vinho é ...aquilo que cada um de nós, da nossa história pessoal, da nossa arca de memórias põe nele. Um vinho é uma boa forma de nos conhecermos e está lá sempre. Nos bons, nos maus e principalmente nos momentos de incerteza, de descoberta, de experimentação....de crescimento.

sábado, agosto 28, 2004

O cérebro lateja, a impaciência reina, o frio da sala incomoda...
Mais uma vez penso nele. Uma vez mais as lágrimas teimam em aparecer. 8 Anos passados e sempre que a primavera chega as minhas imagens tuas regressam. De tempos a tempos vão ficando mais bonitas, mais charmosas, tão limpidas que por vezes penso que sonho. A vida correu e ocorreu e ambos ficamos parados aqui nesta dimensão que só existe em mim mas na qual te deixas espreitar de vez em quando. Amei-te tanto! Tanto lutei com aquilo que senti, com aquilo que me tornei para te agarrar, ou não te deixar colar, que hoje, ainda o teu cheiro em mim se reflecte.
Penso na última vez que te vi. A imagem perfeita do meu momento. Tudo em ti me fez viajar até áquele tempo em que meio consentido te deixaavs levar. Estavas lindo. O teu sorriso de quem sabe que não deve alimentar estes encontros, estas minhas memórias traiçoeiras. Mas deixas-te ir, só até aquele sitio onde marcas o teu lugar. Acho que sabes que penso em ti, sei que sabes o quanto te amei, e acima de tudo o quanto o meu corpo ainda te deseja. Mas não fazes a mínima ideia daquilo que me custa aquilo que penso e as memórias que tenho. Custa-me a felicidade, a paz de espírito, a minha familia.Tudo, por não ter a coragem de te dizer o quanto saber da tua boca o que aconteceu naquele ano, se tornou numa obsessão.
Talvez o nosso próximo almoço tenha outro digestivo.

segunda-feira, junho 07, 2004

Um regresso mais

Meus caros amigos e Inimigos cordias

Cá estou eu de novo.Depois de inúmeros pedidos e de águas um pouco agitadas, volto aos nossos universos paralelos, sem definição, pelo pouco que procuramos. Passados quase meio ano, penso que teremos muito a asneirar e a dizer...isso temos sempre, fazemos parte daquele club muito opinativo, e eu como grão mestre...opino sempre demais e muito sem pensar.
Pois é..estou em pulgas com o regresso da minha melhor amiga, a Rutinha, besuga, lá da ilha de Atlântida, donde se vê os Atlantas a estender a roupa em dias de nevoeiro ( tal era a broa), que após dois anos perdida no meio daquele país que não é peixe, bem carne, regressa para eu matar saudades, dos abraços, dos beijos, dos choros, do Santo António, da Feira do Livro, da vida de solteira, dos amores e desamores e imensas memórias. É sempre bom receber quem se ama. Porque os amigos amam. E muito.É preciso compensar sempre o lugar deixado vazio, por aqueles que não querem ser nossos...amigos, confidentes, conhecidos ou vitaminas ao olho."Quem não nos quer não nos merece", lá diz o meu homem e com certa razaão. Ele que não me oiça, porque teria que o aturar mais 24 horas a repetir que eu não deveria duvidar, da sua razão sobranceira.

Mas chega de disparates e toca a mandar sms, porque é sempre bom recebe-los quando a alma tenta em cair na estupidez e os minutos demoram a passar e lá nos veremos sábado no nosso Châpito...preparem-se para um susto!!!!

Nunca adeus e sempre...até amanhã.


PS- Litos...tenho tanta saudade tua!

segunda-feira, janeiro 19, 2004

Uma opinião singela

Não querendo ser demasiado exaustivo, gostaria de partilhar algumas conclusões resultantes de várias experiências que tive, umas melhores outras piores, mas com as quais sempre retirei algo de positivo.
Muito se fala em Amor, Sexo, na conjugação de dois elementos que nem sempre, aliás, raramente, se compatibilizam.
Felizmente, já experimentei um pouco de tudo e, honestamente, tudo foi pouco demais........ e aqui apelo à imaginação de todos.
Ao longo destas experiências, conheci diversas pessoas, variádos gostos, muitas personalidades, umas mais fortes, umas nem tanto, mas em todas elas se reconheciam desejos, emoções, curiosidades..... até mesmo obscenidades...........
E é nesta obscena relidade que gostaria de tocar.......... sim tocar, sem pudor, sem censura....
É liquido que, por mais socializados que estejam os nossos instintos, eles não desaparecem, estão lá... estão cá....... são fruto da natureza... da nossa. Negá-la, como tantas vezes o fazemos, é adulterar uma caracteristica humana, que no fundo é a base do nosso "saudável" comportamento.
Dáda a minha formação, na àrea humanistica e sendo um homem extremamente ligado à area da psicologia, não fico indiferente a nada que relacione o comportamento Humano ao "animal erótico, intempestivo e sexual" que existe em todos nós.
O que tento com estas palavras dizer é que, todos nós estamos perfeitamente habilitados a amar, a desejar, a dar e receber prazer.......... a sermos, o que de facto, é natural que sejamos.......
Amor sem sexo... sexo sem amor........ sexo sem sexo............. no fundo são tudo expressões dos nossos desejos, das nossas fantasias, das nossas emoções....... mas sexo e amor, são sentimentos que não se aprendem a sentir, mas aprendem-se a viver................

DevilBird1

quinta-feira, janeiro 15, 2004

A Grande Verdade escondida

Não podia concordar mais com esta visão, assumidamente franca e sem hipócrisias. E se o amor é coisa da alma, elemento totalmente subjectivo, onde a sorte tem o papel principal, porque não ser verdadeiramente humano e real e aproveitar o que se pode...sexo sem amor ( é pena, mas é melhor que nada) amor sem sexo ( morre á nascença)


Amor E Sexo
Rita Lee


Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte

Amor é pensamento, teorema
Amor é novela
Sexo é cinema

Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia

O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos

Amor é cristão
Sexo é padrão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval

Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom...
Amor é do bem...

Amor sem sexo,
É amizade
Sexo sem amor,
É vontade

Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes,
Amor depois

Sexo vem dos outros,
E vai embora
Amor vem de nós,
E demora

Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval

Amor é isso,
Sexo é aquilo
E coisa e tal...

terça-feira, janeiro 13, 2004

Ao longo da minha vida, curta, conheci todo o tipo de gente. Boa , má e outras que nem por isso. As que se aprende a gostar. As que á primeira vista se odeiam e de quem depois sentimos saudades tremendas, as que de imediato são tudo isso e ficam tatuadas na nossa pele. No entanto e muito de vez em quando conhecemos aquele género de pessoa, que até se simpatiza, mas com quem não se quer estar, que nos fazem pensar quando tudo o que nos apetece é esquecer, que gostariamos de apagar das nossas vidas. Aquelas de quem não se quer gostar, mas que a cada esquina de uma ilusão a alma teima em dar uma segunda opinião. São essas que despertam em nós os sentimentos mais animais e mais surprenedentes. As que tantas vezes nos fazem viver mais intensamente.Mesmo que isso nos entristeça, porque pessoas assim nunca poderão ser nossas. Nossos amigos, nossa familia, nossos confidentes. Essas são sempre suas.

segunda-feira, janeiro 12, 2004

O pouco que se é....

Se você deixar
Vou te amar
Mostrar o mundo
com as minhas mãos
Morder os teus seios
Ser teus desvaneios
E adormecer meio sem pensar.
Vou acordar beijando teeus pés
Porque te quero,
Não te amo nem espero e sei o que és,
Em noites assim.
ÉS Minha fantasia
Me dáS o que quero
Desejo e amo em cada sossego,
De uma cama lavada
Levada de paixão.
Perfumo meus beijos
E com a minha chuva piso a terra do teu chão.
E enquanto te espero
Num beco qualquer
Vou-te imaginando so meu em mim.
E do mesmo jeito
Perfeito, talvez
Tu apareces mostrando o que és.
Um corpo sincero
É tudo o que eu quero
Porque a alma se esconde
Defronte de mim.
Sem promessas dessas
Que o fosforo queima,
Num ultimo cigarro que tanto se anseia.
Minha fantasia
Deseja com ironia numa garagalhada
Vadia
Fria.
E nessa tonta fantasia
Que a minutos principia
Serás meu
Com tudo o que és:
Nada meu
Pecado seu,
O pouco de que se é capaz.

14/01/2004

Meu caro amigo, ( de caro não tens nada...até saís barato). Estive aqui a puxar pela cabecinha, porque queria escrever algo especial pelo teu aniversário, afinal de contas os anos pesam e dava jeito algo para aligeirar .... mas a verdade é que não me saí nada . Se como te disse uma vez, tivesse uma varinha mágica, dar-e-ia, uma mágnifica festa de aníversário, com todos os teus amigos enchendo as ruas de Valparaíso ( agradecia também um convite), regado com um magnifico Cabo de Hornos, e um banquete composto de tudo aquilo que mais gostas. Mas que ainda não sei o que é...por mim e como não tenho a dita varinha, desejo que tenhas um dia construtivo a fazer o que quiseres e te der na real gana, e o mais que eu te posso oferecer é um jantar no Chapitô, a próxima vez que nos virmos ( seja lá quando isso for). Mas os amigos são para isso mesmo. Para serem suficientemente egoistas e oferecerem aos outros aquilo que gostariam que lhes oferecessem a eles. Eu não fujo á regra.
Desejo também que esse dia seja um dia de paz, para ti e para o mundo e que estas primaveras do teu já outono sejam cheias de cores e cheiros perfeitos e imemoráveis e memórias embrulhadas com laços das mais belas sedas, e um colchão de alma que te permita ganhar energias sempre que aqueles momentos de demasiada introspecção se armem em bicho papão.
Espero que aceites os meus mais sinceros parabéns, por tudo o que já viveste e os meus votos de continuação destes momentos felizes que por agora vives.

Ergo um copo a ti e faço um brinde:

" A ti, a quem gosta de ti e os outros que se fo..."

Um beijo e nunca adeus

quarta-feira, janeiro 07, 2004

quem me roubou o pôr-do-sol das minhas palavras?

Nunca me esqueci de ti
(Com palmas)
João Monge / Rui Veloso


Bato a porta devagar,
Olho só mais uma vez
Como é tão bonita esta avenida...
É o cais. Flor do cais:
Águas mansas e a nudez
Frágil como as asas de uma vida

É o riso, é a lágrima
A expressão incontrolada
Não podia ser de outra maneira
É a sorte, é a sina
Uma mão cheia de nada
E o mundo à cabeceira

Mas nunca
Me esqueci de ti

Tudo muda, tudo parte
Tudo tem o seu avesso.
Frágil a memória da paixão...
É a lua. Fim da tarde
É a brisa onde adormeço
Quente como a tua mão

Mas nunca
Me esqueci de ti

segunda-feira, janeiro 05, 2004

365 de hipóteses

Chegou um ano novo em folha. Bem, quase novo porque já gastámos 5 hipóteses fantásticas de dias. Não faço ideia se os gastei bem ou mal, também não me preocupa muito, desde que os viva com a intensidade que cada momento exige. 2004, tráz-me um sabor leve de esperança. Transmite-me boas vibrações, não sei bem porque, mas a verdade é que as minhas pequenas deliberações para o novo ano têm trazido alguns resultados bastante interessantes. Comecei por deixar de roer as unhas. Hábito nojento, dirão alguns, mas para mim uma forma de libertação, um motivo de riso e até um ponto de atracção de almas gémeas. Verdade!Tenho que confessar que tenho um fetiche por ver pessoas roer as unhas e a por o dedo na boca. Principalmente quando o fazem de forma distraida, enquanto escutam compenetrados aquilo que dizemos, com uma displicência tremenda de quem nem estava nem ai e só veio ver a bola. Também gosto da sensação de ser apanhada em olhares cruzados que nos entram pela alma adentro e regra geral forçam a sair o melhor que há em nós. Muitas vezes me pergunto, se não é nesses momentos que nos conhecemos realmente, ao ver a nossa patética figura no espelho de alguem que nos olha cheio das dúvidas do universo.
Mas...na verdade o novo candidato a " melhor ano da vida", até começou bem. Alguem me disse á meia-noite, " TU ÉS A TERRA DAS MINHAS RAIZES"! Quase me afogagava de tanta profundidade, de uma frase tão simples, para 5 segundos depois cair do pedestal e descobrir que a originalidade pertencia a outro. Mas mesmo assim soube bem...
Assim e para todos vocês ilustres desconhecidos deste quatidiano virtual e para alguns Corações Periféricos que encontro por aí desejo que 2004 seja uma caixinha de surpresas e que sempre, mas sempre mantenham a disponibilidade mental para se surpreenderem.
Sejam felizes ou pelo menos, façam um esforço.

Taninos ( a beber um copo de Montes Alpha syrah)