terça-feira, dezembro 23, 2003

Será realmente isto que as mulheres procuram?

O homem ideial

"1. Que saiba me fazer sorrir quando eu estiver triste;
2. Que saiba reconhecer o cheiro do meu perfume e, sem que eu note, chega por trás e cheira minha nuca;
3. Que me defenda, mas ainda respeite minha (in)dependência;
4. Que me passe o controle remoto sempre que assistirmos TV juntos;
5. Que chegue por trás, me abraçando;
6. Que passe a mão no meu cabelo;
7. Que as mãos dele sempre encontrem as minhas;
8. Que faz cara de pidão quando quer alguma coisa;
9. Que se ofereça para fazer massagem;
10. Dance comigo, mesmo sem música;
11. Nunca se canse de me amar;
12. Que seja engraçado, mas saiba a hora de ser sério;
13. Que perceba que esta sendo engraçadinho e eu não estou gostando;
14. Que seja paciente quando eu me atraso;
15. Que fique se esbarrando em mim, como desculpa pra me tocar;
16. Que sorri quando me vê de longe;
17. Que faça coisas que ele não gosta, mas que significam muito pra mim;
18. Que sente orgulho de mim;
19. Que levanta para uma senhora sentar;
20. Que dirige uma hora, através da cidade, só para passar 20 minutos comigo durante o almoço;
21. Que me manda beijos sem que os outros percebam;
22. Que murmure nossa música no meu ouvido;
23. Que seja criativo na cama;
24. Que fique me encarando até eu ficar sem graça;
25. Que liga sem motivo;
26. Que o único vicio dele seja o sexo.....
27. Que, discretamente, passe o dedo nas minhas costas, quando estivermos em público;
28. Que me mostre as coisas que ele ama na vida, por querer dividí- las comigo;
29. Que prepare surpresas;
30. Que chegue em casa com um saquinho de pipoca, porque sabe que eu adoro;
31. Que fale para eu usar tal roupa, por que acha que fico sexy nela;
32. Que me diz verdades com jeitinho, porque ele tem confiança suficiente no meu amor, e sabe que se tem alguém em que eu vou escutar será ele;
33. Que adore meus amigos, e tenha amigos adoráveis;
34. Que eu tenha orgulho de apresentá- lo aos meus pais;
35. Que seja charmoso com minhas AMIGAS;
36. Que me faça lembrar de datas, nomes e pessoas, porque ele sabe que eu sou esquecido;
37. Que me conte como foi nosso primeiro encontro, cheio de tesão nos olhos;
38. Que me fale sacanagem pelo telefone, especialmente quando ele sabe que está cheio de pessoas a minha volta, e eu vou morrer de vergonha;
39. Que leia a Estilo de Vida para mim;
40. E que encha os olhos d' água quando eu lhe disser, pela primeira vez: " EU TE AMO "
Ai ... ai ... "

E precisa dizer mais?
Precisa sim ... Precisa de ser inventado!

segunda-feira, dezembro 22, 2003

Aquilo que ficou por dizer...ou ouvir

O prazer último de nos sabermos diferentes. Saber que o nosso corpo é um luxo, em nada comparável ao triste sabor de um corpo de borla! A ignorância dos mais incautos e inofensivos, que nos faz rir de pena. A verdade, sempre a mesma verdade vem ao de cima, à tona de algo que não é límpido e quiças puro como a água. O limite da vulgaridade, do falso prazer, de uma suposta amizade, torna-se cada vez mais ténue. O doce e memorável sabor da tua boca, torna-se amargo pela pouca doçura de um carinho. O teu olhar perde-se nas dúvidas de uma razão, em lapsos de interesses, mais partilhados. Um segredo aqui, uma hístória ali, uma saudade. Espectacular são as transformações do teu ser, daquilo que és e teimas em não mostrar ou apenas nos salpicas disso quando a dor se mistura com o prazer e nos arranca as palavras da boca. A mesma que em tempos cantava princípios de liberdade, igualdade e nobreza, palavras esquecidas num plano material.
A triste certeza de saber que a candura se perde nos escuros corredores da memória, que a verdade é sempre relativa aos nossos desejos mais cruéis: sermos animais sem dó, com pouca piedade que nos resta do tempo de meninos; termos poucos medos e mais com quem dividi-los e acima de tudo, nunca estar só.
Talvez essa réstea de... algo que nos permite uma história única, um dia renasça num calor mais calmo, num prazer mais real, o da doce companhia daqueles que nos conhecem e gostam de nós! Como tantos nós queremos.
Talvez quando essa outra tarde chegar, com passeios fugazes por um rio que é mais nosso do que pensámos, nos encontremos à conversa, ao sussurro ou ás gargalhadas por toda a maldade de um segredo mal guardado, mas nunca totalmente assumido. Ningúem se entrega pelo simples prazer do outro, pela simplicidade da noite, quando o fogo não chega para consumir o orgulho, o respeito e a ternura. Essa não arde fácilmente, limita-se a apagar para renascer momentos mais tarde, sobre a forma de sorriso, de abraço fechado ou simplesmente de um olhar que diz: “ Se as tuas guerras te levarem à derrota de ti mesmo, procurarei uma outra causa por que lutares: Os heróis só o são por teimosia e amor, aos olhos de alguém que os admira”.

25 de Julho de 1997
Maria saiu uma noite, dançou pela cidade toda, encantou em cada colina, seduziu em cada beco… encheu de perfumes toda a brisa . Enquanto isso morria de desejo por uma noite, a noite do brilho das águas mais poluídas fascinava o seu pensar. Em Paco gastava as palavras, os sorrisos, os segredos do armário dos esquelectos.
A cada levantar das suas mãos, ela recolhia-se ao doce prazer de se saber menina e não querer anuir num mesmo desejo, apenas por uma noite, ou duas, três, ma infinidade de momentos e enquantos entre portas mal fechadas, escadas sem sentido ou aventuras perdidas na mesma sequência da nudez. Mas veio a primeira e todas as noites que se seguiram, marcaram a sua inocência a ferros, pela intensidade da sua entrega e amor por alguma mentira que conhecia. Paco tornou-se no seu objecto de fantasia, o seu amigo secreto, o prazer declarado! Mas… não era só o corpo que matava essa fome de bem estar. Eram as suas palavras, as suas certezas, os medos, o orgulho, força,poder, saber, vaidade, tristezas, mentiras e um rol de qualquer coisa que lhe enebriava os sentidos.
Nos seus braços perdia as batalhas contra o medo, a timidez, a insegurança e entregava-se a cada pedaço de prazer, gozo infinito patente nos sussurros dele sobre uma orelha ávida.
Sabia que Paco se afundava no seu corpo, tal e qual nos corpos alheios para esquecer um peito que bate longe de si. Mentia descaramente da mesma maneira que dizia a verdade, com a mesma convicção. Maria sabia que todo o seu querer direccionado, não bastaria para acalmar aquela sede de vingança, por um amor que partiu… Gostava contudo de dar prazer, de amordaçar o corpo a outros corpos, a uma diversidade e pluralidade de pessoas. Tirar o máximo partido das situações mais obtusas que lhe apareciam. Mas a Maria continuava a quere-lo. No fundo da sua alma não lhe tinha raiva. Quanto muito um pouco de nojo por tudo o que dava, sem ter a certeza de quere-lo.
Maria partia em breve para longe de tudo om que lhe lembraria Paco. Levava os segundos de paixão guardada na algibeira, para se aquecer nas noites longas de Inverno, Guardava para si a certeza de um momento repartido de prazeres e um sorriso apanhado á sucapa. Assim se guarda a ternura…numa caixa fechada para sempre, com buracos para que respire!


A um amigo perdido...


Os tempos vão e voltam, da mesma maneira natural como os sonhos se esfumam no ar e renascem numa outra pele. Ás vezes as vontades chocam com os medos e dores alheias e qualquer amizade por mais forte e serena se abate como um pé de laranja lima... que nasce em cada estrada das nossas vidas. Tu e eu também temos um pouco desse menino, que brincava com malícia, amava ao desbarato e vivia para dar, mesmo que em ritmos diferentes. Quando a Maria te encontrou sabia perfeitamente das torrentes de vontades, das hesitações, dos medos , das tristezas, da saudade que essa amizade seria. Mas sabia também que esse menino de olhos tristes e sorriso condenado guardava um tesouro para explorar, seria um pouco do mundo dela que não se importou de partilhar...
Agora vais partir, embora materialmente daquele espaço que ambos partillharam e mesmo que não regresses ficara sempre guardado o teu lugar, que nunca ninguém poderá ocupar.
A Maria é louca e condenada também mas não é burra. Luta com teimosia por todos os valores que a fazem viver, tal como lutará por esse sentimento de amizade, por alguém que mudou a sua vida e lhe realizou um sonho. Quem diria que aquele olhar distante, numa noite de festa pela qual não daria três tostões furados lhe mostrou uma das pessoas mais maravilhosas que alguma vez conheceu! E encontrou alguém com quem partilhar a dor, as alegrias, os sonhos e aventuras do seu coração de menina.
Maria está triste ou melhor, tem medo ... medo de perder num horizonte tão vasto que os seus olhos não alcançam, aquele amigo, aquele confidente, aquele ponto de abrigo. Mas está viva e também feliz! Feliz por saber que ele vai ser feliz, amado e acarinhado como merece , como só as pessoas bonitas merecem.
Vi o teu sorriso num livro. Fechei-o. Detesto saber o final ao primeiro capítulo.
Malmequer, bemmequer, malmequer!
Não faz mal. Há mais flores no meu jardim.
Chegou o Natal! Para uns momento de alegria, para aqueles como eu, mais uma boa altura para reanimar a falta de espirito. Esperar uma surpresa que não vem, preparar a chegada de mais um ano que se consome a medo. A verdade é que é preciso aguentar tudo porque dos fracos não reza a história. Gostava que as minhas palavras fossem mais felizes, tal como elas também gostava de ser mais feliz e poder vos salpicar com a minha felicidade.