domingo, julho 29, 2007

Piriri de uma alma atrapa(lha)da

4.42 da Manhã...uma hora que ninguém desconfia, dirias, daquele teu jeito teatreiro meio a despropósito de quem se sente calado no silêncio. Perdido em palavras sem música, aquelas que te dão a essência do respirar pela pele.
Vamos ser padrinhos de novo? De um qualquer taxi na madrugada, de uma ponte ou dalgum banco de jardim onde nos sentaremos a vaguear pelo fumo, assobiando ás horas que passam.
Tenho saudades tuas. Sinto-te na falta que me fazes, quando sinto o calor de uma noite de calor como a de hoje.
Vi-te, ao vivo e a cores hà nove anos, mas em todo este tempo estiveste aqui. Uma presença das minhas memórias que partilho com quem merece. Mas vou-te revendo em cantinhos desta cidade, em refrões cantados ao vento que poderia ser teu.
Tantas vezes me assalta o medo que te tenhas esquecido de mim. Que o meu rosto se tenha desfeito em migalhas secas que não te trazem de volta. Gostava que não. Que a nossa ligação de almas se mantenha, por entre retalhos de desta manta de trapos que a vida faz e refaz insessantemente, num perfeito desenho que será parte do calor que deixarás quando partires.
A propósito de partidas das que se fazem meio sem querer e daquelas que o destino partilha, tenho pensado muito em tanta coisa que nunca te disse. Não sei se chocaremos de novo numa qualquer esquina pelo que te digo agora, neste vazio virtual que talvez te faça chegar o meu sopro de sorrisos.
Gosto muito de ti. Muito mesmo. De uma maneira incondicional que nos convence sem dificuldade do valor e da preciosidade de te ter conhecido. Estás sempre comigo ainda que sem os sorrisos e as gargalhadas do teu brilho. Sonho que estás feliz. Tanto como me fazias com as tuas canções compostas a medo da rejeição, mas sempre tão sentidas e verdadeiras. És feito de uma massa que se molda sem partir pela bondade, impulsividade e instinto...não vais acreditar em mais uma coincidência mas neste preciso momento está a tocar UHF na rádio. Mais um recado da vida, que me deixa mais quentinha...nas lembranças de um Alcântara tão privado.
Não é o Sarayevo...(risos)
O jasmim deve estar grande e lindo nos seus 11 anos. e
É aqui ao longe, talvez mais perto do que pensas vejo-te entrar pela televisão, como se tivesses partido ontem e a saudade sossega.
Ficaram comigo todos os trajeitos artisticos de quem sempre foi cobarde para arriscar.Ficas tu. Fica a distãncia de uma juventude de dias completos, de horários desmarcados e ainda hoje ficam cenas e quadros que me fazem dizer...obrigada por teres subido ao palco e me teres puxado pela mão.

Salta,
revela-te e sofre,
Aguenta.
Levanta o copo,
absorve e sorve tudo de um golo,
Acredita mesmo que tudo diga o contrário...
A imaginação serve para isso mesmo,
para reescrever o que não resulta,
para lhe dar outra cor
outro exemplo.
Mete as mãos ao barulho,
derruba paredes ao grito,
esmifra-te a lutar.
E sempre que a dor corroer
e se as pernas não servirem para andar
senta-te
espera
deixa o passado trazer esse sinal,
essa mão fria que te quer aquecer.
Sem mais, sem porquês...

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