sábado, dezembro 06, 2008
Coisas que aparecem assim no IP4
Quando a soma dos dias é justa, a poesia é o troco da tristeza.
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sexta-feira, dezembro 05, 2008
Heróis
Perante as lágrimas dela, o meu sofrimento egoista virou redundância.
“Tu não és a minha mãe! Tu não és a minha mãe!” gemia a minha filha encolhida sobre si, incapaz de me olhar nos olhos, como se a minha presença a assusta-se ainda mais. Tentava a todo o custo tranquilizá-la, mostrar-lhe o quanto a quero, o quanto são eles a coisa boa da minha vida correndo trilhos na minha cabeça a tentar perceber o porquê daquelas palavras.
Segundo ela, eu não sou a mãe. Sou alguém igual à mãe, mas que não é a mesma mãe. Não é uma mãe que sorri, não sou uma mãe “querida”, não sou uma mãe presente. Mas, apesar deste rol de queixas, ela ainda gosta de mim.
No instante que ouvi essas grito de desespero, e por entre gritos cortados a seco do fundo de mim percebi
É difícil, cansativo e diário o esforço por sermos o herói, o tesouro, o segredo mais belo de alguém, mas basta uma pequena escorregadela sem queda aparatosa, para passarmos a ser a desilusão de alguém.
Nos últimos dias a contagem fez-me perder. Eu perdi dois heróis e ganhei o estatuto de “estranha”.
“Tu não és a minha mãe! Tu não és a minha mãe!” gemia a minha filha encolhida sobre si, incapaz de me olhar nos olhos, como se a minha presença a assusta-se ainda mais. Tentava a todo o custo tranquilizá-la, mostrar-lhe o quanto a quero, o quanto são eles a coisa boa da minha vida correndo trilhos na minha cabeça a tentar perceber o porquê daquelas palavras.
Segundo ela, eu não sou a mãe. Sou alguém igual à mãe, mas que não é a mesma mãe. Não é uma mãe que sorri, não sou uma mãe “querida”, não sou uma mãe presente. Mas, apesar deste rol de queixas, ela ainda gosta de mim.
No instante que ouvi essas grito de desespero, e por entre gritos cortados a seco do fundo de mim percebi
É difícil, cansativo e diário o esforço por sermos o herói, o tesouro, o segredo mais belo de alguém, mas basta uma pequena escorregadela sem queda aparatosa, para passarmos a ser a desilusão de alguém.
Nos últimos dias a contagem fez-me perder. Eu perdi dois heróis e ganhei o estatuto de “estranha”.
E que o que dói na dor é viverem dentro de nós pessoas que, perante o nosso sofrimento, digam, por palavras nossas: Afinal, quem és tu?
"Os que se perdem nos sonhos falam da ausência do amor, timidamente, evocando o cansaço. Ou reclamam-no, simplesmente, invadindo de ira todos os seus gestos. No fundo, temem-no, de tanto o desejarem (protelando-o, sempre, para depois). Vivem amarrotados pela distância que vai entre tudo o que sonharam e as brumas dos dias (que não lhes tiram os desejos nem lhos trazem, de surpresa). E dão-se conta dos sonhos que se perderam sempre que, por acidente, esbarram em relações de sonho.
Os que o olham de cima supõem que são as manhãs de sol quem abre as persianas pelo coração. Acham o amor uma relação fora de moda e o melhor que conseguem é encontrar a pessoa dos seus sonhos... para os próximos dias. Não compreendem que a sedução é uma defesa contra os abraços. E não concebem que a segurança seja contar com o amor de alguém (em vez de estar seguro que a pessoa com quem se conta não conte, seguramente, para mais ninguém).
Já os outros reconhecem que, quando ponderamos acerca do que gostamos numa pessoa, já não gostamos dela: reparamos nos pormenores. E que, quanto mais preponderante é um amor, mais a iminência da sua perda nos revolve. Sabem, por mais que não as tenham, que há relações que iluminam a alma e que incendeiam a paixão. E que serão elas a quem chamamos amor. E que esse amor faz do que temos cá dentro uma democracia que nos torna, a todos, iguais nos sonhos e diferentes na forma de os vivermos. E é por isso que, diante das falhas do amor, somos todos crianças desamparadas entre um colo e as cavalitas (como se amar com resignação fosse uma casa de chocolate que, depois de nos distrair, acaba por nos comer).
E que o que dói na dor é viverem dentro de nós pessoas que, perante o nosso sofrimento, digam, por palavras nossas: Afinal, quem és tu?
Na verdade, amar é ver mais longe. Mais longe, até, do que se avista quando se enxerga o coração do planalto de um abraço. Saudar os sonhos com a inocência de quem procura neles um trilho especial. E perceber que tudo o que se sonha é pouco mais do que nada ao pé das relações que iluminam a alma e que incendeiam a paixão. E que só essas fazem dos sonhos o passadiço do amor."
Eduardo SÁ
Os que o olham de cima supõem que são as manhãs de sol quem abre as persianas pelo coração. Acham o amor uma relação fora de moda e o melhor que conseguem é encontrar a pessoa dos seus sonhos... para os próximos dias. Não compreendem que a sedução é uma defesa contra os abraços. E não concebem que a segurança seja contar com o amor de alguém (em vez de estar seguro que a pessoa com quem se conta não conte, seguramente, para mais ninguém).
Já os outros reconhecem que, quando ponderamos acerca do que gostamos numa pessoa, já não gostamos dela: reparamos nos pormenores. E que, quanto mais preponderante é um amor, mais a iminência da sua perda nos revolve. Sabem, por mais que não as tenham, que há relações que iluminam a alma e que incendeiam a paixão. E que serão elas a quem chamamos amor. E que esse amor faz do que temos cá dentro uma democracia que nos torna, a todos, iguais nos sonhos e diferentes na forma de os vivermos. E é por isso que, diante das falhas do amor, somos todos crianças desamparadas entre um colo e as cavalitas (como se amar com resignação fosse uma casa de chocolate que, depois de nos distrair, acaba por nos comer).
E que o que dói na dor é viverem dentro de nós pessoas que, perante o nosso sofrimento, digam, por palavras nossas: Afinal, quem és tu?
Na verdade, amar é ver mais longe. Mais longe, até, do que se avista quando se enxerga o coração do planalto de um abraço. Saudar os sonhos com a inocência de quem procura neles um trilho especial. E perceber que tudo o que se sonha é pouco mais do que nada ao pé das relações que iluminam a alma e que incendeiam a paixão. E que só essas fazem dos sonhos o passadiço do amor."
Eduardo SÁ
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quinta-feira, dezembro 04, 2008
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