quinta-feira, abril 17, 2008
As costas da nossa pele
“We might live like never before
When there's nothing to give
Well how can we ask for more
We might make love in some sacred place
The look on your face is delicate”
Damien Rice - Delicate
As mãos na pele, a pele á flor da mim. A conversa fácil do toque que se reconhece.
O sorrir sem limites de cor. O brilho despejado em pequenos cristais de emoção que escorrem pelo rosto a descoberto de medos e lógicas.
As mãos na terra, a semente na boca.
As mãos na terra, a semente na boca.
A pele que desabrocha, em bicos de pés pelos teus caminhos acima.
quarta-feira, abril 16, 2008
Os afectos
"Ah, quanta mágoa repetida
Ah, quantos sonos incompletos
Mas oh, quanta palavra tomou vida
Na nascente dos afectos
Desorganizados alfabetos
Não sabe ler neles quem pensa
nem lhe conhece bem as cores
quem por secundários os dispensa
aos afectos medidores do corpo e da alma e seus sabores
Porque o quadrado da hipotenusa
é igual a já não sei quê dos catetos
a traça do passado é tão confusa
mas tão límpida a lembrança dos afectos
são fartos e temíveis
são as cordas sensíveis
quietos irrequietos p´ra sempre politicamente incorrectos
os afectos, os afectos
Era de uma espécie quase extinta
foi encontrada adormecida
a cara talvez em paz, talvez faminta
esperando a investida
de um só beijo que a devolva à vida
Já que se pede ao amor loucura
não se lhe dê veneno à flecha
nem triste pecado à mordedura
abre o pano e até que fecha o amor busca nos afectos a deixa
Porque o quadrado da hipotenusa
é igual a já não sei quê dos catetos
a traça do passado é tão confusa
mas tão límpida e lembrança dos afectos
são fartos e temíveis
são as cordas sensíveis
quietos irrequietos pra sempre politicamente incorrectos
os afectos, os afectos "
Sérgio Godinho
Ah, quantos sonos incompletos
Mas oh, quanta palavra tomou vida
Na nascente dos afectos
Desorganizados alfabetos
Não sabe ler neles quem pensa
nem lhe conhece bem as cores
quem por secundários os dispensa
aos afectos medidores do corpo e da alma e seus sabores
Porque o quadrado da hipotenusa
é igual a já não sei quê dos catetos
a traça do passado é tão confusa
mas tão límpida a lembrança dos afectos
são fartos e temíveis
são as cordas sensíveis
quietos irrequietos p´ra sempre politicamente incorrectos
os afectos, os afectos
Era de uma espécie quase extinta
foi encontrada adormecida
a cara talvez em paz, talvez faminta
esperando a investida
de um só beijo que a devolva à vida
Já que se pede ao amor loucura
não se lhe dê veneno à flecha
nem triste pecado à mordedura
abre o pano e até que fecha o amor busca nos afectos a deixa
Porque o quadrado da hipotenusa
é igual a já não sei quê dos catetos
a traça do passado é tão confusa
mas tão límpida e lembrança dos afectos
são fartos e temíveis
são as cordas sensíveis
quietos irrequietos pra sempre politicamente incorrectos
os afectos, os afectos "
Sérgio Godinho
terça-feira, abril 15, 2008
Pai apetitoso
"A Familia
Vamos à pesca disse o pai para os três filhos
vamos à pesca do esturjão
nada melhor do que pescar
para conservar a união familiar
a mãe deu-lhe razão
e preparou sem mais detença
um bom farnel
sopa de couves com feijão
para ir também
à pescaria do esturjão
e a mãe e o pai
e os três filhos
foram à pesca do esturjão
todos atentos
satisfeitíssimos
que bom pescar
o esturjão!
que bom comer
o belo farnel
sopa de couves com feijão!
e foi então
que apanharam
um magnífico esturjão
que logo quiseram
ali fritar
mas enganaram-se na fritada
e zás fritaram o velho pai
apetitoso
muito melhor
mais saboroso
do que o esturjão
vamos para casa
disse o esturjão "
Mário-Henrique Lieira
Vamos à pesca disse o pai para os três filhos
vamos à pesca do esturjão
nada melhor do que pescar
para conservar a união familiar
a mãe deu-lhe razão
e preparou sem mais detença
um bom farnel
sopa de couves com feijão
para ir também
à pescaria do esturjão
e a mãe e o pai
e os três filhos
foram à pesca do esturjão
todos atentos
satisfeitíssimos
que bom pescar
o esturjão!
que bom comer
o belo farnel
sopa de couves com feijão!
e foi então
que apanharam
um magnífico esturjão
que logo quiseram
ali fritar
mas enganaram-se na fritada
e zás fritaram o velho pai
apetitoso
muito melhor
mais saboroso
do que o esturjão
vamos para casa
disse o esturjão "
Mário-Henrique Lieira
Todo o desejo é miope...ás vezes mesmo cego
Noivado
"Estendeu os braços carinhosamente e avançou, de mãos abertas e cheias de ternura.
-És tu Ernesto, meu amor?
Não era.
Era o Bernardo.
Isso não os impediu de terem muitos meninos e não serem felizes.É o que faz a miopia."
Mário Henrique-Leiria
"Estendeu os braços carinhosamente e avançou, de mãos abertas e cheias de ternura.
-És tu Ernesto, meu amor?
Não era.
Era o Bernardo.
Isso não os impediu de terem muitos meninos e não serem felizes.É o que faz a miopia."
Mário Henrique-Leiria
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As paragens do Funicular,
Descobertas,
tonterias
A luz que o meu querer reflecte é a forma das minhas palavras quando nuas...
"#Ela sabe que não se consegue precisar o momento, a hora, o dia em que uma pessoa fica apaixonada.
Sempre um pouco antes, sempre um pouco depois.
Ela sabe que não se pode revelar definifivamente como, e porquê, uma pessoa ficou apaixonada por esta pessoa, precisamente esta, e não por outra muito parecida com ela. Qualquer razão perde a razão.
O que uma pessoa pode sentir é se está ou não apaixonada.
Que houve um estreito abismo, sem saber quando nem como, sobre o qual sabe que saltou. Sem poder avaliar as consequências. Como uma doença. Não é só isso.
Uma pessoa quando está apaixonada não está continuamente apaixonada, muito menos com a mesma intensidade. Varia muito. Acontece uma pessoa duvidar se está ou não apaixonada. Ficar totalmente baralhada.
É mais fácil uma pessoa sentir a paixão por outra pessoa quando ela não está presente.
Isso parece-lhe um facto. A sua ausência aumenta o poder da sua presença.
A paixão é mais sua, mais inteira, há menos interferências.
Com ela é assim. Sente um vazio que só o outro, único no mundo todo, vai poder preencher, sarar, cuidar. Uma espécie de saudade imperiosa. Uma questão de vida ou de morte."
in Rosa Vermelha em Quarto Escuro, Pedro Paixão
Sempre um pouco antes, sempre um pouco depois.
Ela sabe que não se pode revelar definifivamente como, e porquê, uma pessoa ficou apaixonada por esta pessoa, precisamente esta, e não por outra muito parecida com ela. Qualquer razão perde a razão.
O que uma pessoa pode sentir é se está ou não apaixonada.
Que houve um estreito abismo, sem saber quando nem como, sobre o qual sabe que saltou. Sem poder avaliar as consequências. Como uma doença. Não é só isso.
Uma pessoa quando está apaixonada não está continuamente apaixonada, muito menos com a mesma intensidade. Varia muito. Acontece uma pessoa duvidar se está ou não apaixonada. Ficar totalmente baralhada.
É mais fácil uma pessoa sentir a paixão por outra pessoa quando ela não está presente.
Isso parece-lhe um facto. A sua ausência aumenta o poder da sua presença.
A paixão é mais sua, mais inteira, há menos interferências.
Com ela é assim. Sente um vazio que só o outro, único no mundo todo, vai poder preencher, sarar, cuidar. Uma espécie de saudade imperiosa. Uma questão de vida ou de morte."
in Rosa Vermelha em Quarto Escuro, Pedro Paixão
segunda-feira, abril 14, 2008
Oficialmente não tinha razão...mas algures por ai está uma nêspera em cima da mesa...
Mário Henrique-Leiria
"Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia
chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a
é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece."
Mário Henrique-Leiria
"Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia
chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a
é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece."
Mário Henrique-Leiria
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