sexta-feira, agosto 03, 2007

Para esquecer....

Descobri esta pérola pelo acaso de um motivo triste. A morte de um grande amigo, de alguém que encheu de cor a vida de uma pessoa muito, mas muito especial para mim. Até na morte se aprende e apreende.
São palavras simples, directas, sentidas que me tocaram profundamente, espero que também vos faça pensar...

Autoria: Miguel Esteves Cardoso



«Como é que se esquece alguém que se ama?Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver?
Quando alguém se vai embora de repente como é que faz para ficar?Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer, os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz?Como se esquece?Devagar. É preciso esquecer devagar.
Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas!É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar.
A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou de coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se.
Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo.Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doida, devidamente honrada. É uma dor que é preciso, primeiro, aceitar.É preciso aceitar esta mágoa, esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos moí mesmo e que nos da cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si, isto é, se os livrrássemos da carga que lhe damos, aceitando o que não tem solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos distrairmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos, amigos, livros e copos, pagam-se depois em conduídas lembranças a dobrar.Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.
Porque é que é sempre nos momentos em que estamos mais cansados ou mais felizes que sentimos mais falta das pessoas que amamos? O cansaço faz-nos precisar delas. Quando estamos assim, mais ninguém consegue tomar conta de nós. O cansaço é uma coisa que só o amor compreende. A minha mãe. O meu amor. E a felicidade. A felicidades faz-nos sentir pena e culpa de não a podermos participar. É por estarmos de uma forma ou de outra sozinhos que a saudade é maior.
Mas o mais difícil de aceitar é que há lembranças e amores que necessitam de afastamento para poderem continuar. Afonso Lopes Vieira dizia que Portugal estava tão mal que era preciso exilar-se para poder continuar a Pátria dele. Deixar de vê-la para ter vontade de a ver. Às vezes, a presença do objecto amado provoça a interrupção do amor. É a complicação, o curto-circuito, o entaralamento, a contradição que está ali presente, ali, na cara do coração, impedindo-o de continuar.
As pessoas nunca deveriam morrer, nem deixarem de se amar, nem separar-se, nem esquecer-se, mas morrem e deixam e separam-se e esquecem-se. Custa a aceitar que os mais velhos, que nos deram vida, tenham de dar a vida para poderem continuar vivos dentro de nós. Mas é preciso aceitar, é preciso sofrer, dar urros, murros na mesa, não perceber.E aceitar. Se as pessoas amadas fossem imortais perderíamos o coração. Perderíamos a religiosidade, a paciência, a humanidade até.
Há uma presença interior, uma continuação em nós de quem desapareceu, que se ressente do confronto com a presença exterior. É por isso que nunca se deve voltar a um sítio onde se tenha sido feliz. Todas as cidades se tornam realmente feias, fisicamente piores, à medida que se enraízam e alindam na memória que guardamos delas no coração.Regressar é fazer mal ao que se guardou.
Uma saudade cuida-se. Nos casos mais tristes separa-se da pessoa que a causou. Continuar com ela, ou apenas vê-la pode destruir a beleza do sentimento, as pessoas que se amam mas não se dão bem só conseguem amar-se bem quando não se dão.Mas como esquecer? como deixar acabar aquela dor? É preciso paciência. É preciso sofrer.É preciso aguentar.Há grandeza no sofrimento. Sofrer é respeitar o tamanho que teve um amor. No meio de remoinho de erros que nos resolve as entranhas de raiva, do ressentimento, do rancor - temos de encontrar a raiz daquela paixão, a razão original daquele amor.
As pessoas morrem, magoam-se, separam-se, abandonam-se, fazem os maiores disparates com a maior das facilidades. Para esquece-las, é preciso chora-las primeiro. Esta é uma verdade tão antiga que espanta reparar como ainda temos esperanças de contorná-la. Nos uivos da mulheres nas praias da Nazaré não há "histerias" nem "ignorância" nem "fingimentos". Há a verdade que nós, os modernos, os tranquilizados, os cools, os cobardes, os armados em livres e independentes, os tanto-me fazes, os anestesiados temos medo de enfrentar.
Para esquecer uma pessoa não há vias rápidas, não há suplentes, não há calmantes, ilhas nas Caraíbas, livros de poesia - só há lembrança, dor e lentidão, com uns breves intervalos pelo meio para retomar o fôlego.Esta dor tem de ser aguentada e bem sofrida com paciência e fortaleza. Ir a correr para debaixo das saias de quem for é uma reacção natural, mas não serve de nada e faz pouco de nós próprios. A mágoa é um estado normal. Tem o seu tempo e o seu estilo. Tem até uma estranha beleza. Nós somo feitos para aguentar com ela.
Podemos arranjar as maneiras que quisermos de odiar quem amámos de nos vingarmos delas, de nos pormos a milhas, de lhe pormos os cornos, de lhe compormos redondilhas, mas tudo isso não tem mal. Nem faz bem nenhum. Tudo isto conta como lembrança, tudo isso conta como uma saudade contrariada, enraivecida, embaraçada por ter sido apanhada na via pública, como um bicho preto e feio, um parasita de coração, uma peste inexterminável, uma barata esperneante: uma saudade de pernas para o ar.
O que é preciso é igualar a intensidade do amor a quem se ama e a quem se perdeu. Para esquecer, é preciso dar algo em troca. Os grandes esquecimentos saem sempre caros. É preciso dar tempo, dar dor, dar com a cabeça na parede, dar sangue, dar um pedacinho de carne.E mesmo assim, mesmo magoando, mesmo sofrendo, mesmo conseguindo guardar na alma o que os braços já não conseguem agarrar, mesmo esperando, mesmo aguentando como um homem, mesmo passando os dias vestida de preto, aos soluços, dobrada sobre a areia da nazaré, mesmo com muita paciência e muita má vontade, mesmo assim é possível que não se consiga esquecer nem um bocadinho.Quanto mais fácil amar e lembrar alguém - uma mãe, um filho, um grande amor - mais fácil deixar de amá-lo e esquecê-lo.
Raio de sorte, ó lindeza, miséria suprema do amor. Pode esquecer-se quem nos vem à lembrança, aqueles de quem nos lembramos de vez em quando, com dor ou alegria, tanto faz, com tempo e com paciência, aqueles que amámos com paciência, aqueles que amámos sinceramente que partiram, que nos deixaram, vazios de mãos e cheios de saudades, esses doem-se e depois esquecem-se mais ou menos bem.E quando alguém está sempre presente? Quando é tarde? Quando já não se aguenta mais. Quando já é tarde para voltar atrás, percebe-se que há esquecimentos tão caros que nunca se podem pagar. Como é que se pode esquecer o que só se consegue lembrar!Aí, está o sofrimento maior de todos. O luto verdadeiro. Aí está a maior das felicidades»-

quarta-feira, agosto 01, 2007

Simple words...happy birthday!

Excepção

"Lembrar é fácil para quem tem memória, esquecer é difícil para quem tem coração."

(William Shakespeare)

Uma boa notícia

Cirque du Soleil estreia espectáculo de arena em Lisboa!

Considerada a maior companhia de entretenimento do mundo, o Cirque du Soleil está de regresso a Lisboa para apresentar o seu primeiro espectáculo de arena.
Segundo refere a edição desta quarta-feira do Diário de Notícias, o espectáculo, intitulado «Delirium», estará em exibição de 28 de Novembro a 2 de Dezembro, no Pavilhão Atlântico.

Os preços dos bilhetes, que estarão à venda a partir de sexta-feira, variam entre 35 e 65 euros.

terça-feira, julho 31, 2007

continuação


Conseguia reter por segundos o momento que lhe mudou a forma, que a despiu de certezas, que apunhalou o destino de rosto destapado. Maria resiste em força a uma vontade de se deixar ir. Revolve as gavetas desarumadas à procura de um instante de sentidos e sentimentos que melhor possa descrever o que sente, o que a atrai como uma forma invasora mas gulosa. Desvia o olhar. Sente o coração disparar em todas as direcções, as pernas bambas que não respondem e uma sensação de predestinação que não quer aceitar.
Lutou com uma força que, em verdade não existia para não se deixar ficar presa com o rabo de fora, a outros olhos negros.

Deitada na relva junto ao rio, embrulhada pela musicalidade da água que bate nos seixos relembra vezes sem conta aquele instante. Abstrai-se do pensamento para inspirar as mimosas que lhe devolve uma infância solta pelos montes. Está no mesmo sitio de sempre, onde nunca quis estar.

Vê-se por fora. Fora da história. Fora de si. Analisa-se com uma imparcialidade cruel e não me responde. Nem quando me meto com ela, a gozo, a insulto. Não reage. Simplesmente não está ali. Voltou para a barcaça da vida que sonhou. Que teve na mão e abandonou. Era uma questão de sobrevivência. Desisto. Insisto. Não quero deixá-la lá. Sei que lhe faz mal. Que a amarga cada dia mais, numa estupidez sem nexo que não faz sentido naquela cabeça inteligente. Não entendo. Não tento. Não pergunto. Vai falar se quiser. Sei que não o fará.
Instala-se um silêncio desconfortável onde a dor se senta e torna-se parte interessada.

-Vamos embora amiga. Está a começar a chover e por muito que não me apeteça voltar para Lisboa e uma gripe poder ser a melhor desculpa para prolongar o caos do fim-de-semana. Não posso.

Nem me olha. Fica ali como quem reve o filme vezes sem conta. Mas continua a não estar lá. Já partiu à muito. Penso em Jimmy. Sinto pena da entrega desmesurada dele. Incondicional. Masoquista. Ele não sabe, não pressente que a mulher que se deita com ele não é Maria. É uma versão aproximada. Quase perfeita no molde em que se tornou.Ela esforça-se. Muito. Demasiado. Sente que lhe deve tudo e por isso ocupa-se a ser o que crê que ele quer.Desfaz-se em mimos exagerados. Trata dela com esmero para estar sempre linda para o receber quando chega cansado do trabalho. Absorve livros para ser a interlutora mais interessante. E despe-se com maestria para ser a amante mais fêmea.
Mas ela deseja-o num amor doce, incondicional que é construido sobre a admiração e amizade que sobrou de uma aventura quente, irresponsável, viciante.
É uma forma de amor, é disso que me tenta convencer cada vez que lhe grito as saudades que tenho da miuda gira, acelarada e louca que partilhava a vida comigo como telespectador de uma novela interactiva onde eu também participava.. Ainda o faço no papel de caixote do lixo de desabafos que ela desentope de tempos a tempos, a meu pedido e depois de alguns truques que conheço para a trazer de volta aquela existência.
São golpes sujos que aplico. Que sei que a fazem sofrer, mas são o único escape que lhe permite descambar um pouco, para se erguer de novo, um pouco mais consistente.

Representa tão bem que se convence a si mesma. Os outros estão demasiado ocupados para olhá-la, mas mesmo que o fizessem talvez não notassem diferenças. Os pontos de referência dela estão em mim.

um ano único-1998

1998, pensou que me esquecia e aparece de soslaio para me deixar um presente á porta...

...of a simple life.

Dreams are my reality, the one that wakes up with me every morning. Sweet sadness is my lover and you are my hope...

2007

Mais uma coisa boa que o ano de 2007 trouxe: a M80

Incondicional

Nem sempre as pessoas com as quais cruzamos a vida se apercebem ou deduzem o efeito, quase borboleta, que impactam sobre a nossa existência, os nossos sonhos, os nossos modos de agir, no fundo, a essência daquilo que somos e que em nada se poderá considerar como uma fórmula acabada e fechada. As expectativas que brotam em nós cada vez que os nossos olhos se enamoram condicionam, na sua existência, a viabilidade do relacionamento e tantas vezes a simples concretização de um novo amor.
O nosso amor, o nosso "jeito" de amar (ou a falta dele), é o reflexo do acumular de desejos inconfessáveis pelo medo da desilusão, pela desconfiança, pelo reflexo do passado e dos seus resultados.
Aquele amigo que se admira, que se estima, que se ama e que no melhor dia da nossa vida nos traí vai levar-nos, muitas vezes, ao desenvolver de amizades protegidas, com barreiras pontuais que dificilmente permitirá um acreditar incondicional e não nos deixará ver o outro como realmente é, mas apenas como o feedback da nossa reacção o permitir.Tornamo-nos reactivos.
O incondicional dos afectos é uma ambição constante, mesmo quando o nosso lado mais racional e prático nos diz que não passa de uma procura. É o impulso da procura que nos move, que nos leva a tentar acreditar, ainda que á custa de tanta coisa que nos faz menos espontãneos, quiça menos verdadeiros afastando sempre um pouco mais o incondicional.
Descobri nas últimas semanas que o incondicional, o querer incondicional, o afecto incondicional , à excepção do que se sente pelos nossos filhos como qualquer outra fêmea animal sente, não é sempre assim tão bom.
Sentir um amor quase perfeito na dimensão e intensidade, pode ser desastroso quando se sabe que não é praticável, mas acima de tudo quando não se merece. É um peso grande demais para se suportar. Bloqueia a nossa capacidade de dar, de querer sequer encontrar outro destino do nosso afecto, no medo de desiludir, por medo da reprise de ser a razão da dor de alguém. E esse afecto é tão volátil, sem o objecto do amor, que de repente se veste de ódio e nos abondona a um esquecimento de memórias amargas, e venenosas.

Este desconexo de ideias que saltitam de forma presente em mim, talvez toldadas por um excesso de cansaço, na derrapagem de um investimento embargado são um pensamento alternativo que permite que a tristeza não me coma. No fundo, o excesso de um amor condicionou a entrega de outro, num ciclo que se tenta romper a custo de muitos silêncios e pezinhos de lã. Talvez se refaça a forma, talvez se conquiste o acreditar, talvez se volte a sonhar com o último olhar, mas por agora levam-se os dias devagar...a tentar.

o ano - 1989

Entre as reaparições nocturnas do "Dear Jonh", os constantes assaltos do Jonh Waite, e um calor brutal que nos domina vivo por momentos o verão de 1989. Nem tudo é mau...o penteado melhorou, o acne foi ás urtigas e o vestir secção de criança é após a maternidade, uma vantagem competitiva...

domingo, julho 29, 2007

Definitivamente ...hoje vou dormir com as saudades!

um pouco mais pertinho...et voila dolce vita

ET VOILA DOLCE VITA...UM GATO PERSA CHEIO DE PERSONALIDADE...E MAU FEITIO!


Nunca pensei sentir saudades destas bolas de pelo, com a mania de superioridade que me obrigavam a dividir uma cama e só me queriam quando dormia.
Tal como um filho estes são o prolongamento de ti, a tua forma de te dares incondicionalmente. Até sinto falta de desfazer nós e perder tempo a sacudir pelo da roupa preta, alguma da qual continua igual até hoje. Quem diria...
Mesmo sabendo que os escolherias a eles se tivesses que escolher entre mim e algum deles num naufrágio...tenho saudades. Muitas.
Melhor amigo
1993-1999

Piriri de uma alma atrapa(lha)da

4.42 da Manhã...uma hora que ninguém desconfia, dirias, daquele teu jeito teatreiro meio a despropósito de quem se sente calado no silêncio. Perdido em palavras sem música, aquelas que te dão a essência do respirar pela pele.
Vamos ser padrinhos de novo? De um qualquer taxi na madrugada, de uma ponte ou dalgum banco de jardim onde nos sentaremos a vaguear pelo fumo, assobiando ás horas que passam.
Tenho saudades tuas. Sinto-te na falta que me fazes, quando sinto o calor de uma noite de calor como a de hoje.
Vi-te, ao vivo e a cores hà nove anos, mas em todo este tempo estiveste aqui. Uma presença das minhas memórias que partilho com quem merece. Mas vou-te revendo em cantinhos desta cidade, em refrões cantados ao vento que poderia ser teu.
Tantas vezes me assalta o medo que te tenhas esquecido de mim. Que o meu rosto se tenha desfeito em migalhas secas que não te trazem de volta. Gostava que não. Que a nossa ligação de almas se mantenha, por entre retalhos de desta manta de trapos que a vida faz e refaz insessantemente, num perfeito desenho que será parte do calor que deixarás quando partires.
A propósito de partidas das que se fazem meio sem querer e daquelas que o destino partilha, tenho pensado muito em tanta coisa que nunca te disse. Não sei se chocaremos de novo numa qualquer esquina pelo que te digo agora, neste vazio virtual que talvez te faça chegar o meu sopro de sorrisos.
Gosto muito de ti. Muito mesmo. De uma maneira incondicional que nos convence sem dificuldade do valor e da preciosidade de te ter conhecido. Estás sempre comigo ainda que sem os sorrisos e as gargalhadas do teu brilho. Sonho que estás feliz. Tanto como me fazias com as tuas canções compostas a medo da rejeição, mas sempre tão sentidas e verdadeiras. És feito de uma massa que se molda sem partir pela bondade, impulsividade e instinto...não vais acreditar em mais uma coincidência mas neste preciso momento está a tocar UHF na rádio. Mais um recado da vida, que me deixa mais quentinha...nas lembranças de um Alcântara tão privado.
Não é o Sarayevo...(risos)
O jasmim deve estar grande e lindo nos seus 11 anos. e
É aqui ao longe, talvez mais perto do que pensas vejo-te entrar pela televisão, como se tivesses partido ontem e a saudade sossega.
Ficaram comigo todos os trajeitos artisticos de quem sempre foi cobarde para arriscar.Ficas tu. Fica a distãncia de uma juventude de dias completos, de horários desmarcados e ainda hoje ficam cenas e quadros que me fazem dizer...obrigada por teres subido ao palco e me teres puxado pela mão.

Salta,
revela-te e sofre,
Aguenta.
Levanta o copo,
absorve e sorve tudo de um golo,
Acredita mesmo que tudo diga o contrário...
A imaginação serve para isso mesmo,
para reescrever o que não resulta,
para lhe dar outra cor
outro exemplo.
Mete as mãos ao barulho,
derruba paredes ao grito,
esmifra-te a lutar.
E sempre que a dor corroer
e se as pernas não servirem para andar
senta-te
espera
deixa o passado trazer esse sinal,
essa mão fria que te quer aquecer.
Sem mais, sem porquês...