domingo, dezembro 28, 2003

Caros amigos

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terça-feira, dezembro 23, 2003

Será realmente isto que as mulheres procuram?

O homem ideial

"1. Que saiba me fazer sorrir quando eu estiver triste;
2. Que saiba reconhecer o cheiro do meu perfume e, sem que eu note, chega por trás e cheira minha nuca;
3. Que me defenda, mas ainda respeite minha (in)dependência;
4. Que me passe o controle remoto sempre que assistirmos TV juntos;
5. Que chegue por trás, me abraçando;
6. Que passe a mão no meu cabelo;
7. Que as mãos dele sempre encontrem as minhas;
8. Que faz cara de pidão quando quer alguma coisa;
9. Que se ofereça para fazer massagem;
10. Dance comigo, mesmo sem música;
11. Nunca se canse de me amar;
12. Que seja engraçado, mas saiba a hora de ser sério;
13. Que perceba que esta sendo engraçadinho e eu não estou gostando;
14. Que seja paciente quando eu me atraso;
15. Que fique se esbarrando em mim, como desculpa pra me tocar;
16. Que sorri quando me vê de longe;
17. Que faça coisas que ele não gosta, mas que significam muito pra mim;
18. Que sente orgulho de mim;
19. Que levanta para uma senhora sentar;
20. Que dirige uma hora, através da cidade, só para passar 20 minutos comigo durante o almoço;
21. Que me manda beijos sem que os outros percebam;
22. Que murmure nossa música no meu ouvido;
23. Que seja criativo na cama;
24. Que fique me encarando até eu ficar sem graça;
25. Que liga sem motivo;
26. Que o único vicio dele seja o sexo.....
27. Que, discretamente, passe o dedo nas minhas costas, quando estivermos em público;
28. Que me mostre as coisas que ele ama na vida, por querer dividí- las comigo;
29. Que prepare surpresas;
30. Que chegue em casa com um saquinho de pipoca, porque sabe que eu adoro;
31. Que fale para eu usar tal roupa, por que acha que fico sexy nela;
32. Que me diz verdades com jeitinho, porque ele tem confiança suficiente no meu amor, e sabe que se tem alguém em que eu vou escutar será ele;
33. Que adore meus amigos, e tenha amigos adoráveis;
34. Que eu tenha orgulho de apresentá- lo aos meus pais;
35. Que seja charmoso com minhas AMIGAS;
36. Que me faça lembrar de datas, nomes e pessoas, porque ele sabe que eu sou esquecido;
37. Que me conte como foi nosso primeiro encontro, cheio de tesão nos olhos;
38. Que me fale sacanagem pelo telefone, especialmente quando ele sabe que está cheio de pessoas a minha volta, e eu vou morrer de vergonha;
39. Que leia a Estilo de Vida para mim;
40. E que encha os olhos d' água quando eu lhe disser, pela primeira vez: " EU TE AMO "
Ai ... ai ... "

E precisa dizer mais?
Precisa sim ... Precisa de ser inventado!

segunda-feira, dezembro 22, 2003

Aquilo que ficou por dizer...ou ouvir

O prazer último de nos sabermos diferentes. Saber que o nosso corpo é um luxo, em nada comparável ao triste sabor de um corpo de borla! A ignorância dos mais incautos e inofensivos, que nos faz rir de pena. A verdade, sempre a mesma verdade vem ao de cima, à tona de algo que não é límpido e quiças puro como a água. O limite da vulgaridade, do falso prazer, de uma suposta amizade, torna-se cada vez mais ténue. O doce e memorável sabor da tua boca, torna-se amargo pela pouca doçura de um carinho. O teu olhar perde-se nas dúvidas de uma razão, em lapsos de interesses, mais partilhados. Um segredo aqui, uma hístória ali, uma saudade. Espectacular são as transformações do teu ser, daquilo que és e teimas em não mostrar ou apenas nos salpicas disso quando a dor se mistura com o prazer e nos arranca as palavras da boca. A mesma que em tempos cantava princípios de liberdade, igualdade e nobreza, palavras esquecidas num plano material.
A triste certeza de saber que a candura se perde nos escuros corredores da memória, que a verdade é sempre relativa aos nossos desejos mais cruéis: sermos animais sem dó, com pouca piedade que nos resta do tempo de meninos; termos poucos medos e mais com quem dividi-los e acima de tudo, nunca estar só.
Talvez essa réstea de... algo que nos permite uma história única, um dia renasça num calor mais calmo, num prazer mais real, o da doce companhia daqueles que nos conhecem e gostam de nós! Como tantos nós queremos.
Talvez quando essa outra tarde chegar, com passeios fugazes por um rio que é mais nosso do que pensámos, nos encontremos à conversa, ao sussurro ou ás gargalhadas por toda a maldade de um segredo mal guardado, mas nunca totalmente assumido. Ningúem se entrega pelo simples prazer do outro, pela simplicidade da noite, quando o fogo não chega para consumir o orgulho, o respeito e a ternura. Essa não arde fácilmente, limita-se a apagar para renascer momentos mais tarde, sobre a forma de sorriso, de abraço fechado ou simplesmente de um olhar que diz: “ Se as tuas guerras te levarem à derrota de ti mesmo, procurarei uma outra causa por que lutares: Os heróis só o são por teimosia e amor, aos olhos de alguém que os admira”.

25 de Julho de 1997
Maria saiu uma noite, dançou pela cidade toda, encantou em cada colina, seduziu em cada beco… encheu de perfumes toda a brisa . Enquanto isso morria de desejo por uma noite, a noite do brilho das águas mais poluídas fascinava o seu pensar. Em Paco gastava as palavras, os sorrisos, os segredos do armário dos esquelectos.
A cada levantar das suas mãos, ela recolhia-se ao doce prazer de se saber menina e não querer anuir num mesmo desejo, apenas por uma noite, ou duas, três, ma infinidade de momentos e enquantos entre portas mal fechadas, escadas sem sentido ou aventuras perdidas na mesma sequência da nudez. Mas veio a primeira e todas as noites que se seguiram, marcaram a sua inocência a ferros, pela intensidade da sua entrega e amor por alguma mentira que conhecia. Paco tornou-se no seu objecto de fantasia, o seu amigo secreto, o prazer declarado! Mas… não era só o corpo que matava essa fome de bem estar. Eram as suas palavras, as suas certezas, os medos, o orgulho, força,poder, saber, vaidade, tristezas, mentiras e um rol de qualquer coisa que lhe enebriava os sentidos.
Nos seus braços perdia as batalhas contra o medo, a timidez, a insegurança e entregava-se a cada pedaço de prazer, gozo infinito patente nos sussurros dele sobre uma orelha ávida.
Sabia que Paco se afundava no seu corpo, tal e qual nos corpos alheios para esquecer um peito que bate longe de si. Mentia descaramente da mesma maneira que dizia a verdade, com a mesma convicção. Maria sabia que todo o seu querer direccionado, não bastaria para acalmar aquela sede de vingança, por um amor que partiu… Gostava contudo de dar prazer, de amordaçar o corpo a outros corpos, a uma diversidade e pluralidade de pessoas. Tirar o máximo partido das situações mais obtusas que lhe apareciam. Mas a Maria continuava a quere-lo. No fundo da sua alma não lhe tinha raiva. Quanto muito um pouco de nojo por tudo o que dava, sem ter a certeza de quere-lo.
Maria partia em breve para longe de tudo om que lhe lembraria Paco. Levava os segundos de paixão guardada na algibeira, para se aquecer nas noites longas de Inverno, Guardava para si a certeza de um momento repartido de prazeres e um sorriso apanhado á sucapa. Assim se guarda a ternura…numa caixa fechada para sempre, com buracos para que respire!


A um amigo perdido...


Os tempos vão e voltam, da mesma maneira natural como os sonhos se esfumam no ar e renascem numa outra pele. Ás vezes as vontades chocam com os medos e dores alheias e qualquer amizade por mais forte e serena se abate como um pé de laranja lima... que nasce em cada estrada das nossas vidas. Tu e eu também temos um pouco desse menino, que brincava com malícia, amava ao desbarato e vivia para dar, mesmo que em ritmos diferentes. Quando a Maria te encontrou sabia perfeitamente das torrentes de vontades, das hesitações, dos medos , das tristezas, da saudade que essa amizade seria. Mas sabia também que esse menino de olhos tristes e sorriso condenado guardava um tesouro para explorar, seria um pouco do mundo dela que não se importou de partilhar...
Agora vais partir, embora materialmente daquele espaço que ambos partillharam e mesmo que não regresses ficara sempre guardado o teu lugar, que nunca ninguém poderá ocupar.
A Maria é louca e condenada também mas não é burra. Luta com teimosia por todos os valores que a fazem viver, tal como lutará por esse sentimento de amizade, por alguém que mudou a sua vida e lhe realizou um sonho. Quem diria que aquele olhar distante, numa noite de festa pela qual não daria três tostões furados lhe mostrou uma das pessoas mais maravilhosas que alguma vez conheceu! E encontrou alguém com quem partilhar a dor, as alegrias, os sonhos e aventuras do seu coração de menina.
Maria está triste ou melhor, tem medo ... medo de perder num horizonte tão vasto que os seus olhos não alcançam, aquele amigo, aquele confidente, aquele ponto de abrigo. Mas está viva e também feliz! Feliz por saber que ele vai ser feliz, amado e acarinhado como merece , como só as pessoas bonitas merecem.
Vi o teu sorriso num livro. Fechei-o. Detesto saber o final ao primeiro capítulo.
Malmequer, bemmequer, malmequer!
Não faz mal. Há mais flores no meu jardim.
Chegou o Natal! Para uns momento de alegria, para aqueles como eu, mais uma boa altura para reanimar a falta de espirito. Esperar uma surpresa que não vem, preparar a chegada de mais um ano que se consome a medo. A verdade é que é preciso aguentar tudo porque dos fracos não reza a história. Gostava que as minhas palavras fossem mais felizes, tal como elas também gostava de ser mais feliz e poder vos salpicar com a minha felicidade.

sábado, dezembro 20, 2003

Estava dando uma olhada pelos blogs e encontrei o teu. ias atrás estive fazendo uma coletânea, pela internet, de motivos para escrever. Os tais eu escrevo porque... e lá aparecem muitas respostas
Mas ao te ler digo - nenhuma tão singela e honesta como a sua
Escrevo porque te amo.
E é essa a verdadeira verdade - com cacofonia e tudo - da vida. Escrever por amor
Então te escrevo eu para dizer que gostei do blog, dos teus escritos e dos alheios e muito mais da sua sinceridade
Abraços
Odila

sexta-feira, dezembro 19, 2003

Só para...
Por te rever
Quisera roubar-te essas palavras e morrer
Trazer-te assim até ao fim do que eu puder
E começar um dia mais eternamente
Por te rever, só
Pudesse eu guardar-te nos sentidos e na voz
E descobrir o que será de nós
E demorar um dia mais eternamente
Por te rever, só
Quisera a ternura, calmaria azul do mar
O riso o amor o gosto a sal o sol do olhar
E um lugar pra me espraiar eternamente
Por te rever, só
Pudesse eu ser tempo a respirar no teu abraço
Adormecer e abandonar-me de cansaço
Quisera assim perder-me em mim eternamente
Por te rever, só


Autoria: Mafalda Veiga

quinta-feira, dezembro 18, 2003

Hoje perdi um amigo!E dói demais.

Porque não, Maria?

Porque não, Maria?


- Maria! Pára…
- Porquê?
Esta pergunta tem direitos de autor? Deveria pertencer à Maria! Na boca dela a palavra ganha asas. É como se ninguém tivesse o dom de a pronunciar, de lhe dar todos os sentidos que ela lhe dá! É uma rapariga esquisita! Foda-se! O que é que se lhe responde? Ninguém lhe pode responder… logo viria outra pergunta! A Maria vive em completa interrogação. Maria no Pais das Perguntas… dava uma bela estória. Quase tão bela como ELA.
Maria não gosta que gostem dela. Aborrece-a e deixa-a tremendamente chateada. Acho que nunca quis nascer, para poder fazer parte dum mundo paralelo de observadores, género anjos sem tempo e espaço. No entanto, todos começam, mais cedo ou mais tarde por querer ser amigos dela e caír-lhe no goto. Todos querem ser detentores de uma paternidade sem compromisso só para curtir as ondas e paranóias dela. Não é uma pessoa simpática! Nem pouco mais ou menos! Mas não consegue deixar escondida a teimosia de gostar dos outros. Às vezes dedica-se a jogos de arranjos carnais, só para conseguir a afastar o seu sentir do corpo que a aprisiona.
Maria não tem puto de cuidado com ela, nem com o seu corpo. Faço a distinção porque o cú nada tem a ver com as calças… peça de vestuário preferida dela! É muito masculina a nossa pequena e engraçada Maria. Quando algum insensato faz um reparo à sua faceta feminina, ela imediatamente veste a pele do menino mal comportado, de joelhos arranhados e cicatrizes troféus. Ela adora cicatrizes, diz que são a única prova da sua existência real. O risco tem destas coisas… dá prazer mas não se consegue apagar das raízes da nossa história.
O maior desejo da Maria é conseguir ser uma grande cabra! Tem feito grandes progressos nessa área, a pequena! Já começou a aprender a ser má, estúpida, bruta e insensível. Bem…insénsivel é algo que lhe é mais difícil ser porque os sentimentos são o sangue que lhe corre nas veias, que provavelmente é amarelo devido á quantidade de álcool que ingere e porque esta é a sua cor favorita, no entanto também lhe fica bem o preto. Condiz com o olhar triste e fundo que carrega desde que nasceu.
Voltemos ao ínicio da nossa história, ou melhor da cena da Maria… Ela está prestes a ter um ataque de raiva. As lágrimas escorrem pela cara com tanta força, que até parece uma enchurrada nos Açores! Está sozinha no meio de uma rua com alguém agarrar-lhe o braço, embora ache sinceramente que ela não quer que a larguem! A estúpida não consegue admitir que precisa de sentir ligada a alguém, independentemente dos olhos ou razões de quem quer que seja! Porque não ele? Quando um dia teve o previlégio de quase a conhecer ( quase porque ninguém a consegue conhecer totalmente. Ela baralha-nos o sistema de tal maneira que quando achamos que já lhe conhecemos alguns hábitos, imediatamente se torna uma desconhecida. Ou desaparece. Depende do olhar triste que está à sua frente), começou a querer gostar dela. Sem grande esforço, claro. A vida não está para amor, mais para amores, no plural que é na diversidade que está o ganho.
A Maria está esta bateria de nervos porque não quer partir, mas não se consegue convencer a ficar. Já fumou uns bons 10 charros, para tentar relaxar, mas é lógico que uma miúda destas, que não consegue sequer dormir, não relaxa por dá cá aquela palha! Deixa a rapariga ir embora! Cága nela, porra! A gaja é parva e tem consciência disso! Tudo por causa de uma criança?! Se ela quiser até eu lhe faço um filho! Os putos são todos iguais! Mas não. Para ela tinha que ser aquele, aquele abandonado em todas as portas, aquele feio, burro, aquele que ninguém quis. Nem mesmo a vida.
Sabem qual é o maior problema dela? Está apaixonada! Mais uma vez pela pessoa errada! É cada tiro cada melro, cada cavadela cada minhoca. Todos os seus amigos a avisaram para fugir de homens com um olhar triste, carregados de traumas e enredos sem finais felizes. Mas não…ela acha que é a madre Teresa dos homens tristes, frustrados, carentes… Nós, os amigos dela, os únicos a quem ela permite uma aproximação, a quem dá o benefício de aprender com ela estamos fartos destas histórias! Estamos a pensar em fazer uma clonagem do homem perfeito. Contudo acho que ela não iria gostar porque não gosta de perfeição.
- Maria! Só mais uma vez, vá lá ?! Deixa-me ficar na tua história! Não sejas uma puta…estás sempre a foder-me a paciência com o teu individualismo. Agora que começava a achar piada ao acordar contigo, ao viver rodeado de putos e animais, decides que estou demasiado perto…és completamente parva!
- Porquê? Eu avisei-te que só cá estava enquanto tu não me quisesses…enquanto fosse só o gozo pelo gozo. Sabes que sou assim…ou talvez não…
- Essa tua mania de ser politicamente correcta até irrita! Eu quero ficar contigo por inteiro, com qualidades e tudo…não és tão cabra quanto pensas! Tanta inteligência desperdiçada…
- Não! Não me podes dar aquilo que não tens!
- O que é que eu não tenho? Juízo? Isso já eu percebi. Para estar aqui, debaixo da chuva com este frio a aturar uma alma penada com medo de tentar ser feliz…é preciso ser-se doido!
- As tuas certezas! Não consegues partilhar os teus infernos comigo, és demasiado bonzinho, perfeito! Logo quando me começavas a dar prazer resolves-te começar a preocupar-te comigo!
- É de vez?
- Até uma próxima…quem sabe? O sexo contigo era bom. Foi uma pena…

Esta rapariga dá-me cabo do tarolo! Eu que até gostava dela… Acha que é dona e senhora do mundo dela, não precisa de ninguém! Ainda bem ! Eu precisava das massagens e dos carinhos dela… e do seu sorriso condenado, também.
A Maria está a tentar esquecer que vai morrer! Ainda não vos tinha dito que ela tinha os dias contados? Quando acabar de provar o que tem para provar, ela vai morrer … provávelmente com 200 anos, mas esse é o problema da Maria! Quer morrer sozinha. Diz que não quer dar trabalho a ninguém! Mas eu conheço-a! Quer ela queira quer não, sou amigo dela … sei tudo sobre ela. Sei que sempre quiz ter uma tartaruga, que chucha no dedo quando dorme, que gostava de ter a maior colecção de chapéus do mundo, que adora cantar… que é fanática por … Não posso contar. Afinal de contas sou o melhor amigo dela e um amigo não revela um segredo tão intímo!
Que idade tem a Maria? Não sabem? Eu também não! A Maria não festeja o seu aniversário! Tem a idade que cada um de nós mais gosta…
Sabem como me tornei amigo dela? Se pedirem com jeitinho eu conto. Está bem. Tudo começou um dia em que tropecei nela. A sério.. no sentido literal do termo. A Maria é muito distraída… eu ia apanhar o autocarro e tropecei nas pernas dela. Ela olhou- me com aqueles olhos feios e maus e eu senti-me morto! Ajudou-me a levantar e quando olhei com atenção vi um mistério tão grande como o livro que ela agarrava com toda a força, que até parecia fazer parte do seu corpo… Perguntei-lhe se a tinha magoado e ela desatou a rir. Disse que nem se tinha apercebido, que tinha sentido apenas uma lufada de vento a passar. Eu! Uma lufada de vento, com estes pés de chumbo! Deixei-me perder o autocarro só para curtir a indiferença dela. De repente ela levantou -se e entrou no autocarro a correr, esquecendo-se do livro. Ainda tentei apanhar o autocarro, mas era tarde de mais! Morrendo de curiosidade abri o livro. Uma onda de mau estar invadiu-me de imediato! Era como se pressentisse que a partir daquele momento já não ia consegui fugir dela, ou deixá-la fugir de mim…
Li o primeiro parágrafo e fiquei a perceber tudo. Partilho convosco, só para que possam ter a sensação que é entrar um bocado na sua vida.Só até ao umbral da porta e sem direito a tocar á campaínha.Lia-se o seguinte…

“ Cresci ao ver o mar ao longe. Havia de chegar lá.Sabia-o. Agarrar aquele lençol azul, dár-lhe um nó e por a trouxa ás costas.A minha estória da vida seria um testamento. Legava tudo o que tinha de mim. Os meus medos, as minhas certezas, os meus sorrisos, o meu corpo, o meu saber, os meus valores, os meus segredos…Só não legava os meus sonhos.Esses são o mastro que me permite navegar vida fora. Traçava o meu destino a picotado para ser mais fácil recortár. Mas… apareces-te tu e o outro e mais algum e me fui dando a todos, independentemente do sexo, idade ou credo. A todos os que me quiseram. Deixei todos amar-me! Mesmo os aprendizes desse ofício. Desenrolei o rosário dos sonhos e fui Santa, mãe , amiga, irmã, amante…e então deixei de ser eu para ser a amostra gratuita de tudo o que nunca quis ser !”

Perceberam alguma coisa? Eu também não! Aí é que está o problema. Ninguém consegue perceber e fica-se a sismar nisto… A Maria gosta que falem da sua pessoa. Mesmo que só falem menos bem. Diz que é o único motivo porque se dá ao trabalho de chatear alguém.
Isto de se falar da vida dos outros é complicado.Sinto-me um cuscovilheiro, mas os fins justificam os meios e se eu não contar estas histórias, nunca ninguém ficará a saber a pouca certeza da Maria. Ás vezes questiono-me sobre as suas origens. Se eu fosse o argumentista atribuía a sua filiação a um filósofo saltimbanco e a uma mulher da vida. Talvez assim se tornasse mais fácil perceber porque é tão esguia esta menina. Mas não. A Maria nasceu de uma paixão teimosa em luta pela liberdade e democracia. Nasceu para provar a igualdade dos homens e das mulheres, para limpar um nome, para justificar uma ligação que á priori não fazia muito sentido. Foi concebida já sem pecado nun cinema parisience, a luz de uma comédia. Talvez por isso ela se ria tanto. Mata por uma boa gargalhada. Quando era bébe era muito limpinha só fazia chichi na roupa quando não conseguia parar de rir. Consta que era uma criança bonita, mas demasiado observadora. Tinha um olhar devastador. Tudo nas suas mãos ganhava utilidades diferentes. Um garfo servia para medir a temperatura das tomadas eléctricas, um animal para dissecar…
- Rodrigo! Anda cá! Deixa a porcaria da cama. Lá porque ais morrer, não significa que tenhas que estar já em posição definitiva. Está um fim de tarde lindo…Veste-te e vamos curtir a cidade de regresso a casa. Até te pago um vinho branco para ter mais ar de filme americano.
- És uma chata! Deixa-me em paz! Já te disse que não preciso da tua caridade animada! Vou morrer quando bem me apetecer, e hoje não me parece um mau dia!
- não te faltava mais nada! Logo hoje que eu vou saír com o Pedro. Deves estar é parvo! Pensas que és o que? Um mártir? A culpa é tua. Ninguém te mandou andares brincar aos médicos com açucar confeiteiro fora do prazo de validade! Tu e a tua mania de seres um punk rural!
O Rodrigo foi o único homem que Maria amou. Ou melhor, quis. Teria até sido perfeito se ele não tivesse aqueles olhos pretos tão tristes, que lhe davam tudo o que ela queria. Adorava vê-los juntos! Queriam fugir para os pirinéus e ficar a vida toda sozinhos, só com neve para poderem brincar á vontade. Conheceram-se numa noite de neve em que a Maria, que nunca dorme estava a fazer uma escultura pós moderna com aquele material tão éfemero. Rodrigo, podre de bêbado ofereceu-lhe um cigarro e deixou-se ficar a olhar para aquele boneco tão perfeito…a Maria, claro! Meteu conversa com ela e pediu-lhe que o deixa-se fazer um desenho dela. Ela acedeu contrariada, só para não ter que fazer conversa. A verdade é que duas horas depois, a folha continuava virgem. Olharam-se e foram cada um para seu lado, sem sequer se despedirem. A nossa heroína, que não era a dele confessou-me um dia que o amou pelo silêncio. Por ter tomado consciência que era tudo demasiado perfeito para ser verdade.
Quando ele morreu de Sida, perguntei-lhe se sentira algum medo.
- Não. Talvez… medo de nunca mais encontrar uns olhos pretos que me façam sentir mulher. Medo de não ser capaz de brincar com neve!
A minha intenção era saber se não tinha receio de ter sido contagiada pelo virús. A verdade é que segundo ela nunca fizeram amor, simplesmente isso não fazia parte da maneira deles de amar. Maria tinha medo de se perder dentro dele caso se entregasse aos prazeres da noite. Para ser perfeito tinha que ser diferente! Continuaram juntos, embora tivessem relações paralelas.
Sempre achei que era uma sacanagem. Para os outros homens.Como eu ! Sim…também eu passei pela ternura dela, por cinco dias apenas … aqueles em que me deixei dissecar pelos seus truques e em que teria dado tudo caso mo pedisse. Mas a Maria não pede nada! Chamava-me puto, embora eu tivesse idade para ser pai dela. Ela era o meu girasol, porque está constantemente a mudar de direcção. Ás vezes esqueço-me que ela já não está aqui comigo. O cheiro doce ficou.
Começo-me a baralhar nesta história, que é já complicada por inerência á personagem. Lembrei-me agora que ainda não vos mostrei a pequena. É uma mulher portátil, morena com uns grandes olhos castanhos inatingivéis. Dava tudo para os fazer brilhar, mas …
Tornei-me a sua almofada tarapêutica no dia da morte do Rodrigo. Estavamos no cemitêrio e ela nada dizia. Com um vestido comprido de malmequeres, ela tremia e continha as lágrimas com tanta força que pensei que explodisse. Pôs-lhe o braço sobre o ombro e pela primeira vez deixou-se ficar.
- Chora, vai-te aliviar a dor.
- Não lhe vou dar esse prazer! Nunca mais se iria parar de rir por me ver assumir a falta que me faz.
Começou a chover e a água que escorria sobre os seus cabelos tornavam-a a mulher mais bela que alguma vez toquei. Permaneceu imóvel enquanto o padre despachava o funerál, que foi o mais curto da história. Mria aproximou-se do caixão, no momento em que o iam fechar e disse:
- Obrigado! Sempre me ofereces-te as minhas coisas preferidas. Ainda agora aí chegas-te e já te tornas-te íntimo do São Pedro. Diverte-te!
Virou as costas e nunca mais falou sobre esse dia. Descobrir momentos mais tarde que ela o tinha ajudado a suícidar.Só porque não conseguia partilhar a dor dele, e ela detesta pessoas egoístas. Aproveitei a situação para me aproximar dela. Consegui que se deixa-se levar, sem sequer interferir e tive o previlégio de a ouvir dizer que precisava de mim, que queria um abraço, apertado para ter a certeza que ainda estava viva…O tempo passou depressa demais! Tudo nasce com o tempo. O tempo nasce connosco. Passamos o tempo a pensar quanto tempo temos para viver, que quase esquecemos o que fazer com cada pedaço de tempo. O tempo é como um bolo que se reparte por cada um. O tempo é menos tempo quando o dedicamos a quem gostamos, e assim mais tempo sobra para nós, de todo o que nos dão ao nascer.
Ás vezes, quase todas as vezes acho que tenho demasiado tempo para mim. Começo por dividi-lo em pequenas coisas. Amar! Mas.. o amor nunca dura o tempo suficiente. O outro nunca tem tempo e sem ele o tempo não passa: os minutos em que amamos são feitos de outra qualidade de tempo! De um tempo veloz. Feito em vários tempos, com tempos desencontrados. Um chega, o outro parte! São horas! De calcinar e assassinar o tempo, esse senhor feudal. Devemos escrever Tempo com Maiúsculas ou minúsculas? Com Maiúsculas se for bom tempo, minúsculas se for perda de tempo!
Começo a achar que é tempo de parar com estas divagações filosóficas, que não são o meu forte. Já não vejo a minha pequena corça à imenso tempo… tanto que as saudades assustam, como se soubesse que não mais a voltarei a ver! A verdade é que tudo para ela é definitivo, cada entrega é a última, cada adeus é um desespero final. Maria nunca regressa e quando por acaso volta atrás já o faz com uma máscara diferente. Teria dado uma boa actriz, se não tivesse medo de ser vista. A verdade é que há sua passagem toda a gente a vê.
Adora sair á noite, sempre sozinha. Não pensem que vai para o engate, ela detesta esquemas. Simplesmente diverte-se a olhar para o brilho noctívago do rosto daqueles que se passeiam pelas festas e bares. Foi numa dessas histórias que Maria conheceu Jimmy, a personagem que está prestes a mudar a sua vida ou a acabar com ela. Um dia, numa das suas deambulações bem acompanhadas ( dizia sempre que a sua melhor companhia era ela própria. Tanta presunção! ), cruzou um olhar com alguém que simplesmente não olhava. Tinha os olhos presos algures no vazio, com uma melancolia inquietante. Ela, que sempre agarrou a vida pelos tomates, sentiu-se inútil e fugiu. Escreveu todo aquele olhar e tristeza num caderno para não ter que se esforçar a lembrá-lo. Sim, ela queria relembrá-lo sempre que o sono demorasse a chegar, que a cama vazia se tornasse o peso no fim da corda.
Num dia chuvoso de Novembro, Maria passeava enquanto comia castanhas pelo eterno cais. Gaivotas farejavam o lixo da praia, combatendo o silêncio. Autênticas crianças a fazer birra. Sentiu um calor a subir, uma inquietação que lhe gelava as pernas e deixou cair o corpo sobre um capôt, que se atravessara no seu caminho. Abriu os grandes olhos sobre uma criança assustada no peito da mãe. Mas o rubor da sua face era causado por um outro olhar. A certeza de ter sido reconhecida. A confirmação daquilo que escrevera. O mesmo homem, Jimmy, o mesmo olhar.
- Não sabe ver por onde anda? O semâfero verde é para os carros! Deve ser daltónica!
- Vá para o raio que o parta, seu yuppie de meia tigela!
Começa bem a história, não é? Mas vai melhorar… Maria magoou-se no pé e as dores começaram a aparecer. Jimmy viu-a! Pediu desculpa com todas as justificações necessárias e ofereceu-se para a levar ao hospital.
Deixe-me ajudá-la, por favor!? Eu sou veterinário, posso ajudá-la.
- Eu não sou uma vaca, caso não tenha reparado! Eu apanho um taxi. Dispenso a sua ajuda. A quem devo mandar a conta ?
- Pode mandá-la para o meu consultório. Aqui tem o cartão.
Maria apanha o primeiro taxi e arranca.
- Apareça lá quando tiver algum problema com os chifres! Eu dou-lhe uma consulta grátis- disse a figura, entredentes.
Aqui está uma resposta bem dada, sim senhor! A maria merece ouvir isto e bem pior. Com aquele ar de menina solitária e bem decidida! Quantas vezes me apeteceu agarra-la e dar-lhe duas palmadas no rabo. Só para permitir que ela admitisse que precisava de alguém, que gostava que se preocupassem com ela. Sabia-o tão bem… era como se só a mim permitisse que soubesse. Maria raramente faz elogios. Diz que as pessoas sabem o que ela gosta e admira, só de olharem nos seus olhos. Um dia disse-me:
- Se tivesses dezoito anos e eu dezasseis, terias sido perfeito para eu me apaixonar, assim, por uma noite de verão ou uma festa de Avante. O típico menino sensível, curioso, revolucionário, sonhador, poeta com uma boa pitada de humor e descaramento!
Continuo a achar que teria sido perfeito se eu tivesse tido disponibilidade. A culpa era da vida que me colocava pela frente tantas oportunidades, tantas mulheres. A maria deixava tudo em pantanas à sua passagem. Nem imaginam como ela deixava a minha casa, sempre que lá ficava! Adorava comer e deixava a casa cheia de pipocas, mexia nas minhas camisas, nos meus livros e depois deitava-se, linda…, e assumindo os seus óculos, lia atentamente enquanto fazia perguntas sem parar, com cara e corpo de menina de dez anos, curiosa até morrer! O amor é lindo! O destino é destino, fartei-me de lhe dizer…A vida é uma incógnita a cada esquina de um minuto!
Um dia passei-me! No dia do seu hipotético aniversário, comprei-lhe uma prenda. Bem…não era bem uma prenda, se o era era para mim, devo confessar. Comprei-lhe umas algemas e antes mesmo que pudesse dizer alguma coisa algemei-a. Haviam de ter visto a sua cara de parva, pior um pouco quando me viu deitar uma chave fora. Disse-lhe:
- Agora estás presa a mim. Por momentos serás minha ,sabes que estarei sempre na tua pouca vergonha de vida.
-Deixa de ser estúpido e vai buscar a puta da chave!
- Deitei-a fora, não viste?
Ficou doida! Acho que aquilo a comoveu, ou excitou…não consegui distinguir, ela fica doida quando se sente, viva e querida mas também quando a tratam mal. Aí Jesus, apaga a luz! Um dia que tenha uma atitude com nexo, vou a Fátima a pé ou de joelhos. Bem posso prometer, sei que será difícil acontecer. A verdade é que me agarrou, mordeu-me e amou-me ali com toda a sua essência, entregando-se totalmente àquilo que sempre quis…calor!
Jimmy, ficou entregue ás curiosidades intrínsecas dela. E ela não resistiu. Mais uma vez. Vestiu-se de alma pura, usando aquele truque da mulher segura e decidida, que só perde a paciência quando o rei faz anos; e foi à procura dele. As fracas desculpas dela convenceram quem queria ser convencido. Tornaram-se amigos inseparáveis, que partilhavam a mesma cama de tempos a tempos, só porque era o local mais calmo para conversar sem se fazerem muitas perguntas, ou melhor, por não lhe perguntar nada que ela pudesse querer responder. Foderam-se um ao outro, no caseiro sentido que habitualmente damos à expressão, mas ultrapassando esse pequeno limite. Jimmy teve contudo o mérito de lhe devolver um pouco de si, um pouco do seu sorriso condenado ao mesmo tempo que foi o culpado pela certeza da mortalidade dela. Não se irritem que eu explico!
Eles davam grandes passeios pelo campo e deliciavam-se com pequenos momentos de normalidade, de jantares sem velas, com filmes de série B, e momentos de sossego que valem ouro. Uma manhã a doida acordou cheia de força e vontade de correr junto ás margens daquele rio, que sendo igual a tantos outros lhe devolvia o cheiro, o brilho a luz da sua adolescência .As pernas estavam enferrujadas de tanta “ quality time”, de tanto comodismo

Às vezes gostava de poder reescrever a história de algumas pessoas…como tu! Se pudesse dáva-te o mundo num abraço, um sorriso inocente, uma alma quente, a certeza de ser feliz.


Esta é um estória que vou escrevendo há anos...se alguem quiser continuar, poderemos escrever um livro a muitas maõs e ( quem sabe) pés...
meu amor

Tu sabes quem és...?

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca
Quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos
Viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo
Ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai

Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca
Quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai

Teresinha: O meu amor
Tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios
De me beijar os seios
Me beijar o ventre
E me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo
Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha
Do bem que ele me faz

Chico Buarque in a Ópera do Malandro




The Queen and the Soldier - Suzanne Vega

The soldier came knocking upon the queen's door
He said, "I am not fighting for you any more"
The queen knew she'd seen his face someplace before
And slowly she let him inside.

He said, "I've watched your palace up here on the hill
And I've wondered who's the woman for whom we all kill
But I am leaving tomorrow and you can do what you will
Only first I am asking you why."

Down in the long narrow hall he was led
Into her rooms with her tapestries red
And she never once took the crown from her head
She asked him there to sit down.

He said, "I see you now, and you are so very young
But I've seen more battles lost than I have battles won
And I've got this intuition, says it's all for your fun
And now will you tell me why?"

The young queen, she fixed him with an arrogant eye
She said, "You won't understand, and you may as well not try"
But her face was a child's, and he thought she would cry
But she closed herself up like a fan.

And she said, "I've swallowed a secret burning thread
It cuts me inside, and often I've bled"
He laid his hand then on top of her head
And he bowed her down to the ground.

"Tell me how hungry are you? How weak you must feel
As you are living here alone, and you are never revealed
But I won't march again on your battlefield"
And he took her to the window to see.

And the sun, it was gold, though the sky, it was gray
And she wanted more than she ever could say
But she knew how it frightened her, and she turned away
And would not look at his face again.

And he said, "I want to live as an honest man
To get all I deserve and to give all I can
And to love a young woman who I don't understand
Your highness, your ways are very strange."

But the crown, it had fallen, and she thought she would break
And she stood there, ashamed of the way her heart ached
She took him to the doorstep and she asked him to wait
She would only be a moment inside.

Out in the distance her order was heard
And the soldier was killed, still waiting for her word
And while the queen went on strangeling in the solitude she preferred
The battle continued on


Apenas uma música de que gosto muito. Ouve-se nas entrelinhas...
Dúvida escatológica

Porque será que nos sentimos atraídos por coisas que não têm solução? Não percebo, mas a verdade é como a maioria de nós, também tenho essa tendência. Será porque independentemente do que possamos fazer nunca haverá solução e portanto o erro não é nosso?
"A pior forma de se sentir a falta de uma pessoa é estar sentada ao seu lado e saber que nunca a vais poder ter."

Gabriel Garcia Marquez

quarta-feira, dezembro 17, 2003

- Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível

Nelson Rodrigues

Obrigado http://jpcoutinho.com/
Um amigo especial

Há alturas na vida que, felizmente, encontramos coisas e pessoas que já não acreditavamos existir. Aquela pessoa a quem não conseguimos encontrar defeitos, que todos os dias nos surpreende com uma atitude nova. Gostamos imedito dessas pessoas. É impossível não o gostar. Assim é o Zé. Um bom, grande como o coração, que nos faz gostar de por cá andar. E mesmo longe, sabemos sempre que ele está lá
Obrigado.
Quem vier por bem, venha, venha também. Mas ...quem vier por mal , Venha, venha porque é Natal.

(basta carregar sobre o nome taninos)
Os doces sentidos de um segredo
As nossas palavras deitadas ao ar do vento forte
As nossas malícias mal escondida
apenas mais um número 1
Assim eram as curtas noites numa floresta rasgada.
Todas as tuas saudades se convertem
plena religião da vaidade
numa tristeza mais só
num terreno abandonado onde às vezes se joga.
As nossas cabanas nas arvores
maior luxo da juventude
das quimeras esquecidas.
Tu
a certeza de um gostar
um perguntar por perguntar…
um sabor ao longe
num gelado de estrelas coberto de luar
um abraço sentido
ma esperança consentida e calma
um cavaleiro andante
numa história de ternuras perdidas.

“ Distâncias”




A distância é mentira.
É um conceito de quem não ama,
é um querer ir
sem se querer esforçar
É um metro de vida em cada um de nós...
que nos aproxima.
É saber que num conceito abstracto
alguém nos conhece,
pensa em nós
e nos deseja tanto!

Isso é a distância...
a proximidade que sentes quando gostas.
A única que conta?
A distância que vai entre o que sentes e o que és!

Continuo a tentar perceber como isto funciona. Eu e as novas tecnologias andamos de cabeça ás avessas. Axo que vou beber um belo Casillero del Diablo... e logo se vê.

Entretanto sejam Muito bem vindos e bebam um copo.

Assim é a vida. Há sitios e momentos que dispertam em nós uma súbita vontade de escrever, de partilhar coisas que a ninguem interessa, senão a nós. Mas ..de repente a partilha do que se pensa e sente, torna-nos menos solitários. Porque há momentos assim...