" (...) fazia amor com ele com uma sinceridade que até então desconhecia. Chegava a premiá-lo com a desenvoltura aprendida no corpo de Dinis.
A um olhar masculino, pode ser que estas transposições pareçam insuportáveis da promiscuidade. É que os homens têm geralmente do acto sexual uma ideia estanque, factual, cheia de alíneas, como uma cerimónia de consagração. Ora as mulheres tendem a ver no exercício físico do amor uma das muitas encarnações possíveis da generosidade, que nelas faz as vezes da entrega. Isso habilita-as a distribuir as mesmas palavras de amor e os mesmos gestos a homens diferentes, sem escândalo íntimo nem confusão alguma; o vocabulário do amor é curto para a disponibilidade que as anima. É nas minúncias da pele que as diferenças e as vertigens se lhes cavam; na realidade, é até provável que sejam mais pródigas em juras e carinhos para com o menos amado. Porque a culpa é feminina (...)."
INÊS PEDROSA
sexta-feira, março 21, 2008
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