Hoje perguntaram-me o que achava dos conhecimentos "internéticos". Sinceramente? Não sei. Mas tão pouco quero saber o que é correcto dizer ou pensar. Sempre, na minha curta vida, tentei fazer aquilo que achava melhor. Não obrigatoriamente o mais correcto, mas sim o que me fazia melhor. O que queria. O que me dava na real gana. Claro que depois sofria as consequências do desajuste social, da crítica velada da família, do desapontamento dos amigos. Mas o que me fazia sentir pior era o facto, de na maioria das situações eu ter plena consciência que iria fazer asneiras. Mas queria. Mais que tudo. Podia.
O mesmo se passa com todos nós, vagabundos do nada, corações periféricos, carpideiras alheias.P or isso recorremos aos blogs, aos chat, que substituem hoje as escritas na coluna de mensagens do Blitz. Todos nós precisamos conhecer pessoas, de descobrir rostos novos, timbres escondidos e cheiros vadios. Todos necessitamos matar a curiosidade, sem necessáriamente ver o gato.
Por mim...já conheci gente maravilhosa na net. Que me faz sorrir, chorar, pensar. Mas que acima de tudo me faz companhia, quando tantas as vezes as horas se tornam demasiado pesadas. Sempre assumi que falam a verdade. Aquela que sentem, mais do que a que vivem e que se confunde na realidade.Só pode ser assim. Só assim nos surpreende alguem. Só assim se começa algo. Seja lá o que for que o dia seguinte, o post seguinte, o cafézinho nos traga. Estas pessoas fazem parte da minha vida, mesmo quando passo por elas na rua e não as reconheço.
Mas acima de tudo eu escrevo, porque quero. Porque preciso. Porque posso. Quantas mulheres isoladas no Portugal Profundo, perdidas entre a lavoira e o meda da autoridade, do bem ser, não dariam tudo para poder desabafar assim. Dar-se assim. Virtualizarem-se, em vez de se martirizarem.
Partilhas...gosto tanto de ti, do real, do surreal, mas acima de tudo do normal sentimento de dar. De partilhar. De permitir.
sexta-feira, outubro 08, 2004
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Sabes o que é fabuloso? Alguém que não conhecemos, mas que é real... nos comove, nos faz chorar.
Caramba, assim que comecei a ler-te, senti-me na tua frequência... É tão bom, partilhar-mo-nos, assim de modo real, com todo o surrela, que nos mantém vivos pela asneira, consciente... que incomoda, mas é nossa... por vezes não se me "criticam", ou me invejam, poe o querer ser, pela procura exagerada, desta definição, que partilhamos e que encontramos... se procurarmos...
Escreve Mais! beijinhos grandes, com um abraço forte. :-)
Enviar um comentário