sexta-feira, fevereiro 22, 2008

O mundo é uma bola de ping-pong

Pelo facto de ter uma memória considerável para registos de datas e pormenores completamente inúteis e desnecessários, espreitam-me à ideia, situações, momentos, estórias que se conseguem cristalizar numa pequenina dimensão de minutos.
Há 364 dias entrou-me um cisco no olho. O cisco cresceu, a piscadela inevitável surtiu efeito e daí à visão turva foi um saltinho.
Este detalhe puramente insignificante não me teria ocorrido á memória, não fora ontem e também 300 e muitos dias depois, ter regressado à minhã mão, um par de óculos de afeição que eu julgava terem fugido com outro par de óculos entretanto desaparecidos lá para os ares do Bica.
Afinal, os meus amarelinhos estavam aqui mesmo ao meu lado, todos estes dias, nas mãos de alguém que nunca perdeu a ideia de encontrar a dona.
Foi preciso que o governo proibisse o fumo nos locais de trabalho, no dia 1 de Janeiro, para que a troca de bafos ao relento nos aproximasse de rostos que não passavam de números no peso do elevador e estes me tivessem permitido rever os meus óculos de estimação, braço dado com uma companhia para troca de intervalos.

Sem comentários: