Ver esta noite o espectáculo de Charles Aznavour foi sem dúvida o melhor final para o triste, decrépito e patético filme dos últimos dois dias. O amor é aquela fórmula química que salva vidas, cria sonhos, vence batalhas e faz cada um de nós estar aqui, esta noite. Mas quanto mal cozinhado transforma-nos em seres feios, amargos, capazes das maiores maldades que nem o mais profundo desamor justifica.
No entanto, ás vezes o destino dá-nos pequenos bálsamos para reciprocar a alma, e mesmo a maior dor turva e suja, não resiste quando a arte nos cresce diante dos olhos.
Charles Aznavour é o perfeito exemplo dessa forma de arte. Num espectáculo que deixou o pavilhão atlântico de pé e suspenso á sua voz, mostrou que a idade, a velhice é um pormenor sem a mais pequena importância quando o que se faz, é acima de tudo aquilo que se é.
Dono de uma voz bonita e marcada, é acima de tudo um homem de palavras, um actor num roteiro de viagens que transportava todos a momentos únicos de vida. Estava ali como se se tratasse de um velho amigo á mesa de jantar, partilhando histórias, piadas. Ás lágrimas nostálgicas que corriam pela face de quase todos os que me rodeavam, grandes e pequenos, eram poeticamente limpas não por kleenex a jeito no bolso, mas pelo seu humor, a sua dança. Um homem capaz de compor e cantar uma canção com as mãos, é digno de uma profunda admiração.
A energia deste homem de 80 anos, bonito, elegante, leve e cheio de graça fazia qualquer D’zrt morrer de vergonha. Durante 2 horas fez-nos rir, cantar, lembrar e conquistou muitos jovens acompanhantes de senhoras de idade avançada que suspiravam em meteorito.
Eu, que tive a sorte de ficar na fila da frente, fiquei encantada com o seu sorriso e com a forma como junta as palavras, naturais, simples, e nos conduzia a todos com jeitinho. De vez em quando confesso que senti o sorriso dele em mim, que retribuí com as covas do meu queixo bailarino e aspirante a cantor.
Ainda que muito se perca quando não se entende o francês, a beleza da sua melodia e aquilo que transmite com a forma intensa com que se canta, traduz da melhor maneira, o porque de ter sido considerado uma das maiores figuras do século.
No entanto, ás vezes o destino dá-nos pequenos bálsamos para reciprocar a alma, e mesmo a maior dor turva e suja, não resiste quando a arte nos cresce diante dos olhos.
Charles Aznavour é o perfeito exemplo dessa forma de arte. Num espectáculo que deixou o pavilhão atlântico de pé e suspenso á sua voz, mostrou que a idade, a velhice é um pormenor sem a mais pequena importância quando o que se faz, é acima de tudo aquilo que se é.
Dono de uma voz bonita e marcada, é acima de tudo um homem de palavras, um actor num roteiro de viagens que transportava todos a momentos únicos de vida. Estava ali como se se tratasse de um velho amigo á mesa de jantar, partilhando histórias, piadas. Ás lágrimas nostálgicas que corriam pela face de quase todos os que me rodeavam, grandes e pequenos, eram poeticamente limpas não por kleenex a jeito no bolso, mas pelo seu humor, a sua dança. Um homem capaz de compor e cantar uma canção com as mãos, é digno de uma profunda admiração.
A energia deste homem de 80 anos, bonito, elegante, leve e cheio de graça fazia qualquer D’zrt morrer de vergonha. Durante 2 horas fez-nos rir, cantar, lembrar e conquistou muitos jovens acompanhantes de senhoras de idade avançada que suspiravam em meteorito.
Eu, que tive a sorte de ficar na fila da frente, fiquei encantada com o seu sorriso e com a forma como junta as palavras, naturais, simples, e nos conduzia a todos com jeitinho. De vez em quando confesso que senti o sorriso dele em mim, que retribuí com as covas do meu queixo bailarino e aspirante a cantor.
Ainda que muito se perca quando não se entende o francês, a beleza da sua melodia e aquilo que transmite com a forma intensa com que se canta, traduz da melhor maneira, o porque de ter sido considerado uma das maiores figuras do século.
3 comentários:
“Reciprocar a alma!!!”? Charles Aznavour? ó Dra. Famalda (não me chame “amiga” que me põe....), que se passa contigo? E eu é que estou a ficar velho?
Confesso que desta é que eu não estava á espera...pensei que era mais Cure, The verve, Tindersticks...esta francófonia toda parece-me alguma doença rara que apanhaste...Vai mas é provar uns vinhos que sempre te fazem mais sorridente. Belas fotos, por sinal...
Beijo
Risos...engraçadinho como sempre. Ainda bem que ainda te surpreendo, afinal de contas foi sempre esse o único atributo. Risos.
Vinhos sim...não fazem doer a cabeça e como não conduzo, não preciso de chamar o Nelson Piquet.
Beijos
Minha Cara
Navegando pirata por esses por vezes tempestuosos, por vezes de calmarias mares virtuias, me deparo com o seu blog... Na verdade caçava eu o galeão pilotado por Monsieur Aznavour, sempre prenhe de dobrões sonoros... Porventura um dobrão em especial, "Ton Nom".. Mas não vem ao caso. Congratulações pelo título do blog. O "Fundo da Garrafa" na verdade parece ser onde reside nossas ansiedades ao perceber que o torpor dos co(r)pos chega ao fim.
abraços ... sopra uma brisa e devo aproveitá-la e seguir as ondas de bits e bytes
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