Amizade "colorida". Esta expressão que todos conhecemos parece-me não ser totalmente apropriada. O que nos leva a considerar colorido o entregarmo-nos a desvaneios sexuais, só para preencher parte de nós momentaneamente?
Não ter a ternura de acordar quente e rabugenta nos braços daqueles que nos amam e realmente querem. É preciso querer. Muito. O erro tantas vezes expectado de transformar uma potencial amizade, ela sim colorida e divertida e cheia de estórias, num partilhar de um corpo à custa de segredos, verdades meias ditas, mentiras aceites com medo de solidão.
Desenganemo-nos. Nada de novo nos traz uns instantes de ternura conveniente e conivente com uma semana de stress. Porque está ali. Porque não necessita de justificações e confrontos que nos ensinam a crescer com os outros.
Porque sabe bem!
Porque podemos!
Porque queremos (embora tantas vezes seja apenas a desculpa esfarrapada para fugir a um medo atávico de estar só no meio da multidão).
Porque é facil. É barato. Evita perdas de tempo em descobertas casuais. Porque se resulta uma noite pode resultar uma vida. Porque estupidamente achamos que mais vale um pássaro na mão que dois a voar. Porque o que não partilhamos, não nos poderá ferir.
Muitos de nós já tiveram uma amizade "terapêutica-ego-sexual".
Uma amiga confidenciou-me que está caidinha por um brilhante candidato a almofada terapêutica. Adoptou um perfeito estranho por momentos, para ser a sua cama quente de uma noite muito teen, simplesmente porque estava disponível. Acreditou por momentos que a falta de passado, presente e futuro os levaria talvez a essa esperada amizade com cor. Se não contar os seus segredos obscuros, se não vir o seu rosto marcado pelas vissisitudes da vida, se não conhecer o seu mundo, se não rir das suas gargalhadas e não viver a sua normalidade que pinceladas de cor poderá esperar? Perguntei eu, com a inocência rasgada de quem já deu para esse peditório.
Respondeu-me que não pode aspirar a mais. Terá que se contentar com um sms de convocatória, para ocupar uma cama quente de talvez uma dúzia mais de almas que se candidatam à mesma vaga.
Eu prefiro a memória boa de uma noite teenager e inconsequente, sem esperança de amanhã. Deixar a fantasia, deixar a interrogação que fica. O olhar cúmplice de quem se deu por uma noite apenas.
Sorrir da memória do sorriso maroto, dos olhos mornos de quem continua um processo de tentativa e erro. Consciente, contudo, de que daquela primavera não nascerão flores.
Não ter a ternura de acordar quente e rabugenta nos braços daqueles que nos amam e realmente querem. É preciso querer. Muito. O erro tantas vezes expectado de transformar uma potencial amizade, ela sim colorida e divertida e cheia de estórias, num partilhar de um corpo à custa de segredos, verdades meias ditas, mentiras aceites com medo de solidão.
Desenganemo-nos. Nada de novo nos traz uns instantes de ternura conveniente e conivente com uma semana de stress. Porque está ali. Porque não necessita de justificações e confrontos que nos ensinam a crescer com os outros.
Porque sabe bem!
Porque podemos!
Porque queremos (embora tantas vezes seja apenas a desculpa esfarrapada para fugir a um medo atávico de estar só no meio da multidão).
Porque é facil. É barato. Evita perdas de tempo em descobertas casuais. Porque se resulta uma noite pode resultar uma vida. Porque estupidamente achamos que mais vale um pássaro na mão que dois a voar. Porque o que não partilhamos, não nos poderá ferir.
Muitos de nós já tiveram uma amizade "terapêutica-ego-sexual".
Uma amiga confidenciou-me que está caidinha por um brilhante candidato a almofada terapêutica. Adoptou um perfeito estranho por momentos, para ser a sua cama quente de uma noite muito teen, simplesmente porque estava disponível. Acreditou por momentos que a falta de passado, presente e futuro os levaria talvez a essa esperada amizade com cor. Se não contar os seus segredos obscuros, se não vir o seu rosto marcado pelas vissisitudes da vida, se não conhecer o seu mundo, se não rir das suas gargalhadas e não viver a sua normalidade que pinceladas de cor poderá esperar? Perguntei eu, com a inocência rasgada de quem já deu para esse peditório.
Respondeu-me que não pode aspirar a mais. Terá que se contentar com um sms de convocatória, para ocupar uma cama quente de talvez uma dúzia mais de almas que se candidatam à mesma vaga.
Eu prefiro a memória boa de uma noite teenager e inconsequente, sem esperança de amanhã. Deixar a fantasia, deixar a interrogação que fica. O olhar cúmplice de quem se deu por uma noite apenas.
Sorrir da memória do sorriso maroto, dos olhos mornos de quem continua um processo de tentativa e erro. Consciente, contudo, de que daquela primavera não nascerão flores.
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