terça-feira, abril 03, 2007

Operário em Construção

Todos os que de alguma forma me conhecem já ouviram a expressão "operário em construção". Aos próprios vou tendo ocasião de explicar o que significa, aos outros, deixo-os muitas vezes na corda bamba de imaginarem ao que se aplica. No entanto, acho que é uma ocasião como outra qualquer para o explicar e como tempo livre não me falta...
Esta expressão vem de um poema de Vinicius de Moraes ( aquele do amor que é eterno enquanto dura), e eu utilizo-o para descrever pessoas ( na sua maioria homens, contam-se pelos dedos das mãos as mulheres que se enquandram nesta catagoria), que têm uma série de comportamentos, principios, ideias e aspecto que eu pareço atrair.
O homem operário em construção tem um grande ponto a seu favor. É regra geral muito inteligente, culto e com um sentido de humor mordaz que utiliza a seu favor.
É sedutor por natureza e adora pensar em canções do bandido altamente elaboradas, que muitas vezes funcionam.
Gosta de boa comida, bons vinhos, filmes alternativos do canal 2, artes e regra geral não gosta de futebol. Outro ponto a favor.
Declama poemas nos momentos mais intimos e conhece o melhor pôr-do-sol numa área de 250 km.Género intelectual de esquerda, adora apresentar um estilo neglige, barba por fazer ou apenas um bigode género Sir Francis Drake ( que para quem n sabe era um corsário famoso). Calças de bolsos de lado, onde leva quase sempre um livrinho de capa preta para anotações de último momento, ou anda vestido de preto ( depende se é mais dado ás artes ou ao ambientalismo).
Pode-se pensar que reconhecendo tão bem este modelito, eu não me identifique com ele. Errado.Eu até lhes acho piada, durante umas horas ou dias, enquanto se esforçam tanto para me surpreender que acabam por tornar-se banais.
Mas em verdade devo dizer que estes corações periféricos que regra geral são solteiros aos 37 anos, são deliciosamente encantadores e muitas vezes uma boa terapia para o ego.Acima de tudo dão o gozo de os perceber, dismistificar, compreender e arrumar na prateleira, na maioria das vezes na categoria de amigos meios perdidos.

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