quarta-feira, abril 02, 2008

Contribuição do 1º Bloguista convidado

"Pour Inês


Quero sentir-te!
Na mudez da noite,em silêncio de faca,num beijo de lâmina.
Quero ter-te!
Navegar no teu corpo,sem bússola,sem sextante,sem astrolábio,sem quadrante,sem balestilha.Na loucura do cio,com vontade rapace,o teu corpo é um dédalo,que só eu conheço,em que nunca me perco e onde sempre me encontro.
Fundo-me em ti no sorriso da noite,esquadrinhando cada milimetro do teu corpo com o G.P.S. da paixão.
Sussurro-te incontidas vezes o que a minha alma grita,incessante e desesperadamente,o meu amor torrencial,imenso e imorredouro.
Abraço-te como um naufrago agarra a vida,acaricio-te com a terna blandicia do meu profundo amor.Mergulho na tua divina cratera,para sentir o teu magma,contagio os meus ferventes sentidos com o telúrico pulsar,imparavelmente meigo,do teu vulcão.
Sinto a tua seiva,agarro-te com volúpia,com a intensidade do furacão lambendo a árvore.
Acaricio-te!Mimo-te!Beijo-te!Abraço-te!Agarro-te!Fecundo-te!
Gloso cada sentimento que por ti sinto,evoco todos os momentos que vivemos,prometo a eternidade dos afectos,declino adjectivos,pronuncio substantivos sobre a tua extraordinaria beleza,enuncio a vontade infinita de te ter,juro eternidades para o
nosso amor.
Adormeces.Extasio-me contigo.Adormeço dentro de ti.Sonho contigo.estás dentro de mim para sempre.
Amo-te até ao fim dos dias,até ao fim do mundo."

SUPERPODERES

2 comentários:

Anónimo disse...

Emocionei-me ao ler.Terminei um relacionamento de 3 anos,há 7 meses.Pela influencia materna,desfiz tudo.Ele tem outra relação e trabalhamos na mesma empresa.Amo-o como nunca amei,mas não quero assumir que errei.Alem disso as coisas nunca seriam as mesmas.Tenho alturas que acho que não o amo,mas apenas não sei lidar com a perda e com a culpa.O amor pode ser renuncia?Será que o perdão não salva as relações no curto prazo e as esmaga a longo prazo?Estou confusa.Porque será que não me consigo interessar verdadeiramente por ninguem?

Anónimo disse...

Vou meter uma cunha á dona da garrafa,e que generosamente partilha comigo o divin(h)o néctar,para ter alguma condescendência relativamente ao espaço usado nesta resposta.Respondo-te em abstracto.Uma resposta"pronto a vestir"poderá não ser a mais apropriada,mas fica a tentativa.Se ao leres o meu texto te emocionaste e te lembraste de uma relação,fico com a ideia,porventura ilegitima,que tu saiste da relação,mas a relação não saiu de ti.O ónus do fim é teu tens de assumir isso e arcar com as consequências.
A presença materna no fim da relação é,permite-me a sinceridade,um perfeito absurdo.As mães nunca cortam o cordão umbilical,apenas e a contragosto,o dobram.Mas permitir a invasão da relação é inadmissivel,constuindo um triângulo bizarro,perigoso e sem sentido.Deves procurar o teu(ex?)namorado,desnudar a tua alma e assumir o erro,porque o erro faz parte da vida e pior que errar é não assumir.
Perguntas-me se o amor pode ser renuncia.Lamento desiludir-te,se o amor for renuncia,está a elidir
uma componente fundamental,o estar perto,partilhar cada segundo como se nada mais houvesse,ou seja,a paixão.Uma amor platonico não é mais que uma amizade com desejo ausente.Se renuncias não amas.Quanto á eficacia do perdão,se este se coloca em pé de igualdade com o amor,temos de nos questionar se realmente amamos.Costuma dizer-se que quem ama perdoa,será um raciocinio simplista,mas terá o amor verdadeiro que curvar-se perante o temor de não assumir que se errou?O amor é o sentimento dos sentimentos,se não assumires o erro,com medo da reacção critica da vitima,vais viver cada segundo a pensar no erro inicial,acrescido do erro de não assumir o primeiro.Permite-me um conselho:erra por acção,não erres por omissão.
Fala com ele,impõe balizas á tua mãe e vais ver que o teu dia tem mais cor.Se ele estiver a amar outra pessoa,vais crescer e terás o armario livre para viver o mais belo sentimento do mundo.
P.S.-Oh Taninos,que tal se abrisses um consultorio sentimental no teu blogue?Tu e eu,como catedraticos dos sentimentos,respondiamos.Com um bocado de sorte,cumpriamos o nosso sonho de escrever no consultorio da Maria...