quarta-feira, julho 02, 2008

Três gomos de saudade

Quisera um dia
ser como a noite que que passa em branco,
o comboio que regressa tarde ao reencontro esperado,
o grande amor de um poeta suicida num calmo entardecer.
O vento que espelha o ar espantalho,
as mil imagens dos teus olhos quentes
o único sorriso dos teus lábios memória
a tristeza guardada em mão fechada.
Quisera ser uma noite
tudo o que em palavras construo.
Ser o nada que te acalma,
ser o prazer das tuas noites etéreas,
ser a seiva dos teus suspiros,
não ser os medos da tua vida,
Não ser o teu segredo.
Não viver a tua vontade,
não cheirar as tuas flores.
Não cruzar os teus passos,
não sentir a tua presença vã,
não ser tudo aquilo que um dia quisera ser por ti...

Não quero
sentir esta presença negada,
ao teu espaço complexo.

Quero ser tua na tua mão.

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