Em 32 anos de vida já perdi a noção de quantas vezes mudei de casa. Penso que serão menos de 10 mas mais de 7. A quantidade não interessa muito, realmente, mas a verdade é que seria de esperar que já me tivesse habituado a essa rotina que é a de procurar caixotes, desarrumar armários, encaixotar, escolher pedaços de vida em detrimento de outros e nesse processo gerir momentos de profunda melancolia e desalento. A mudança encerra em si um grau de optimismo e estímulo que alavancam a capacidade de colocar para trás das costas essas pequenas neuras, que vão surgindo cada vez que percebo que ao contrário do que penso, já não viajo de bagagem leve.
15 anos de vida cabem em inúmeros caixotes que se empilham à espera dos braços de amigos voluntariosos para serem tresladados para um pedacinho novo de vida, com 90 m2 e muita esperança para preencher. Assim e como este ciclo parece que se encerra, esforço-me por fazer a triagem mais exaustiva da minha vida eliminando “entantos”, restinhos de amores que nunca chegaram a ser, memórias espelhadas em bilhetes de museus, concertos, talões de embarque, panfletos em diversas línguas, como que a provar que realmente vivi de facto todas essas experiências. Hoje já não preciso dessas provas materiais daquilo que vivi, não necessito de objectos de afectos cristalizados, para me lembrar do que senti e do quanto feliz se foi.
Tenho uma casa nova. Pequena mas simpática como eu, com tudo o que necessito para começar a minha vida renovada. Com tectos altos e portadas brancas que se abrem de par em par. Com o meu canteiro de ervas de cheiro, com retratos de amigos que partiram e histórias de mim. Com puffs e garrafas e livros e música. Comigo. Para mim e os meus amores e à minha maneira. Apenas à minha maneira.
Hoje é noite de Santo António e ele peço que entre casamentos, abençoe este meu novo estado civil.
Desculpem a falta de inspiração mas ultimamente é mais uma questão de transpiração.E de preguicite confessa!
15 anos de vida cabem em inúmeros caixotes que se empilham à espera dos braços de amigos voluntariosos para serem tresladados para um pedacinho novo de vida, com 90 m2 e muita esperança para preencher. Assim e como este ciclo parece que se encerra, esforço-me por fazer a triagem mais exaustiva da minha vida eliminando “entantos”, restinhos de amores que nunca chegaram a ser, memórias espelhadas em bilhetes de museus, concertos, talões de embarque, panfletos em diversas línguas, como que a provar que realmente vivi de facto todas essas experiências. Hoje já não preciso dessas provas materiais daquilo que vivi, não necessito de objectos de afectos cristalizados, para me lembrar do que senti e do quanto feliz se foi.
Tenho uma casa nova. Pequena mas simpática como eu, com tudo o que necessito para começar a minha vida renovada. Com tectos altos e portadas brancas que se abrem de par em par. Com o meu canteiro de ervas de cheiro, com retratos de amigos que partiram e histórias de mim. Com puffs e garrafas e livros e música. Comigo. Para mim e os meus amores e à minha maneira. Apenas à minha maneira.
Hoje é noite de Santo António e ele peço que entre casamentos, abençoe este meu novo estado civil.
Desculpem a falta de inspiração mas ultimamente é mais uma questão de transpiração.E de preguicite confessa!
2 comentários:
Amiga, vou preparar-te um frasquinho de uma substância milagrosa para estes tempos de mudança que se adivinham. A mais pequena pediu que lhe preparasse um para os ciumes, que ela ta com dificuldades nesse campo ( risos), tou tentada a preparar e como sabemos que ela gosta de tomar "remedios" n deveria ser dificil fazer a coisa certinha!
Brilhante... 90 m2 muito sortudos. Adoro a escolha musical
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