PERGUNTO-ME, MUITAS VEZES, O QUE SÃO OS SONHOS. Serão o reflexo do nosso verdadeiro eu, que se exprime livremente como um pássaro azul, será um mapa do destino traçado com pontos indeléveis recuperados do nosso dia-a-dia ou apenas a expressão suprema do repositório dos nossos sentidos que libertam os inputs mais intenso.
Sonhei contigo. Não é a primeira vez. Mas, agora, de um modo vivido tão realmente que ainda neste momento carrego sensações que absorvi como energia natural. Talvez se deva ao facto de te sentir tão longe e prestes a partir para sempre.
Sonhei contigo. Num abraço tábua, num lento balouçar de um vento musicado. Não tiramos os olhos dos olhos que conversam sem o ruído das palavras.
O sorriso que desarma o medo, a leveza do toque como quem acorda um segredo. A asneira saudável embrulhada num laço de medo claro, de nós.
Sorris de soslaio na certeza daquilo que sentes e não te permites mostrar. Empurras o baloiço, sussurras a uma distância razoável que me queres, meio a sério e completamente a brincar. Atiramos, ambos, o barro à parede a ver se pega. Pedacinhos de vida passíveis de moldar, bocadinhos de esperança.
Que mal faz um beijo? Qual a magnitude? Um sabor que se esvaí ao primeiro bocejo ou o aroma que procuramos repetir em dezenas de bocas.
O desejo colado à garganta aos tropeções, de joelhos arranhados.
Medricas! Pé-de-salsa! Precisa de um empurrão para fazer frente a todos os sustos do meu receio.
Tu sorris.
Não dizes nada. Não precisas. Tu és tu. Aquele destino que não se procura, que está lá sempre, no reflexo da lua.
Tu conheces-me. Conheces o som das minhas palavras, os passos das minhas histórias, os poemas das minhas paixões.
Tu não tens nojo de pegar. Agarras do chão cada pedaço de mim, que dobras com cuidado para guardar.
O sol desce quente sobre a nossa pele. Nos nossos pés molhados brincam peixes bailarinos. E tu ris. E o calor aperta.
Tu soltas o freio da minha pele que transporta suor devagarinho pela minha alma a transpirar.
Danças para mim desastrado. Cabelo displicente, pernas dengosas, pose de quem se senta no trono do mundo.
A tua mão na minha agrilhoada pela vontade.
Tens a outra metade de mim. O puzzle sempre incompleto porque assim mudamos a paisagem ao sabor do que a vida nos faz sentir.
Guardo-te em mim. Na minha caixinha de jóias. Na minha caixa-forte.
Não é aí que se guardam os nossos pertences mais preciosos??
quinta-feira, outubro 19, 2006
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3 comentários:
Bom dia,
Linda... somos uma caixa de surpresas, uma caixa de emoções e uma caixa forte, pronta para guardar o que temos de mais precioso...
Beijos :-)
Mais uma vez arañastes (no se como es en portuñol) mi alma con tus versos.
Este é o outro lado do meu "corpos que se encaixam mas vontades não"...
É reconfortante sabermo-nos acompanhados deste modo peculiar, mas... também assusta.
Abraço.
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