As decisões que tomamos na vida, justificadas por si só ou desculpas que nos damos, são como pedrinhas coloridas que se pegam aos bolsos, que vão ficando pesados. Por vezes, pegamos numa e tentamos deitá-la para fora da memória. Mas ela não deixa, ainda que frequentemente a deixe perder-se numa prateleira lá bem alta.
Acumulei pedrinhas de muitas formas e cores, muitas não assim tão bonitas. Atirei-as ao rio. Mergulhei depois á procura delas, na nacessidade de confirmar se a forma ou a cor ainda se mantinham, na procura de um sossego de bom coleccionador.
Quem foi nosso, de algum modo fundo ou a jeito de brisa, nunca se vai. Nunca totalmente. Fica ali num papel que a jeito de argumentista a saldo, a vida lhe destinou.
Pintadas a duas mãos, essas imagens serão quadros de uma casa sem portas, onde se entra pela janela e nunca se sai.Funde-se no corpo, como sangue e ar.
Gostava que uma fada me desse o condão de enxaguar lágrimas que se alimentam de mim.
Mas o meu reino de fantasia, faliu há muitos anos e hoje apenas posso embalar este meu coração pequenino que ás vezes doi, num desejo de esperança que o sorriso volte a amar essa alma.
Um dia o teu sorriso voltará aos meus olhos e quando esse dia chegar...haverá festa.